Para quem gosta de ciência e astronomia, esta semana foi um “prato cheio” de emoções. A Parker Solar Probe da NASA tornou-se a primeira nave espacial a chegar ao Sol. Apesar deste acontecimento ter ocorrido em agosto, só agora as imagens foram disponibilizadas.
As imagens disponibilizadas no formato time-lapse, mostram a visão da nave enquanto desce até à coroa do Sol.
O Sol como nunca o vimos
Este “vídeo” é composto por imagens individuais captadas entre o dia 8 e 12 de agosto deste ano, durante o nono periélio da sonda, ou a maior aproximação do sol.
Sim, parece algo saído de um filme de ficção científica. Alcançamos, nós humanidade, algo incrível.
Se ainda não lhe “caiu a ficha”, veja neste vídeo pelos 0:02 segundo algo fabuloso, consegue-se ver a Via Láctea ao fundo.
Estas imagens foram captadas pelo instrumento WISPR (Wide-field Imager for Solar Probe) da sonda Parker.
Todas as faixas pelas quais a sonda está a passar são serpentinas coronais – voltas massivas de gás eletricamente carregado e plasma que ligam duas regiões de polaridade oposta no Sol.
Estas faixas são estendidas pelo vento solar e brilham assim porque estão carregadas de eletrões.
Estes streamers, também conhecidos como Helmet streamer (tradução direta streamers de capacete), geralmente são visíveis apenas da Terra durante um eclipse – mas na filmagem estes são visíveis enquanto a nave voa por cima e por baixo deles dentro da coroa.
Os planetas visto da estrela
Na verdade há muita informação que este time-lapse mostrou. Repare bem no fundo da imagem. Tente perceber os planetas que são visíveis. Sim, a Terra também lá está!
Confirmed from the excellent @SungrazerComets and @hervst: pic.twitter.com/2vfAIgoQqt
— Grant Tremblay (@astrogrant) December 15, 2021
Embora a NASA não tenha confirmado quais os planetas que são visíveis, investigações detalhadas na internet feitas pelo astrofísico Grant Tremblay, do Harvard & Smithsonian Center for Astrophysics, trouxeram algumas respostas.
De acordo com Tremblay, com a ajuda do cientista computacional Karl Battams e Andrew Phillips, em ordem de aparecimento, primeiro vemos Marte, depois Mercúrio, Vénus, a Via Láctea, Saturno e, finalmente, uma pequena dança entre a Terra e Júpiter.
Estas imagens captadas durante 5 dias foram conseguidas com a sonda a viajar a uma velocidade de 147 quilómetros por segundo ou 529.200 quilómetros por hora.
Esta informação da velocidade está visível nas imagens no canto inferior esquerdo.
Estas imagens são incríveis e ainda iremos ter mais. A Parker Solar Probe ainda tem outros 15 periélios à sua frente, e temos mais quatro anos de dados para recolher e analisar.