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COVID-19: Distância de segurança em atividades físicas deve ser maior

Apesar da obrigação de isolamento social, devido à Covid-19, atividades físicas no exterior são permitidas, se realizadas conforme as normas. Ainda assim, andar de bicicleta, fazer caminhadas e corridas acompanhado, requer uma distância maior que os 2 metros aconselhados, em situações normais do dia a dia. Estas práticas, do fazer desporto acompanhado, não estão a salvo do contágio, até porque, como vamos perceber, a transmissão é possível e até com relativa facilidade.

Estas conclusões resultam de estudo realizado pela Katholieke Universiteit Leuven, na Bélgica, e pela Eindhoven University of Technology, nos Países Baixos.


COVID-19: Durante a quarentena podemos sair para correr?

As medidas que foram tomadas aquando a entrada do estado de emergência prevêem algumas exceções ao confinamento das pessoas. Uma dessas exceções é a saída para exercitar.

Assim, tal como podemos ler no ponto 2 do Artigo 4.º do Decreto n.º 2-A/2020, que estabelece as regras para o estado de emergência em Portugal, não é proibido sair à rua para “efeitos de atividade física”. Contudo, existem algumas regras que devem ser cumpridas: estas deslocações devem ser de “curta duração” e nunca realizadas de forma “coletiva” — ou seja, com mais de duas pessoas juntas. Mas mesmo assim, cuidado com as distâncias.

 

Diferença na circulação do ar quando se está parado ou a fazer atividade

A regra de distanciamento da maioria dos países, por causa da Covid-19, é de 1 a 2 metros. Todavia, esta distância só é segura quando a pessoa está parada, dentro ou fora de um edifício, com movimentação fraca do ar.

No entanto, quando se está a dar um passeio, uma corrida ou em cima de uma bicicleta em andamento, o caso muda de figura. Se em algum destes momentos a pessoa tosse ou espirra, as partículas libertadas por ela ficam para trás.

Além disso, o próprio respirar da pessoa pode libertar gotículas e contaminar quem vai atrás de si, no chamado slipstream.

Simulação do slipstream ao caminhar.

 

Simulação de corrida para conseguir conclusões

Os investigadores recorreram a um método utilizado para aperfeiçoar o desempenho de atletas. Através dele, simularam a ocorrência de partículas de saliva em pessoas, enquanto se movimentam.

Avaliaram o andar e o correr de diferentes posições: perto umas das outras, na diagonal atrás e imediatamente atrás. De acordo com a pesquisa, a recomendação, em altura do novo coronavírus, é ficar fora do slipstream.

Simulação do slipstream durante a corrida.

Os resultados do teste são de notar em animações. Afinal, a nuvem de gotículas, deixada pela pessoa que se movimenta à frente, é visível. Desta forma, o risco de contaminação é maior quando pessoas circulam imediatamente atrás uma da outra.

Os pontos vermelhos da imagem representam as gotículas maiores. Segundo Bert Blocken, estas partículas criam uma probabilidade maior de contágio, se bem que caem rápido ao chão. Ainda assim, a pessoa que corre atrás da que liberta as partículas, pode acumular na roupa as que estão nessa “nuvem”.

No caso de realizar uma corrida ou caminhada a dois, lado a lado e/ou com vento fraco, as gotículas não atingem nenhum dos dois. Ao invés disso, ficam para trás.

Quanto à corrida na diagonal dois a dois, o risco de ser contaminado também é menor. As gotículas do corredor principal dificilmente atingem o corredor que esteja diagonalmente atrás.

 

Os investigadores aconselham diferentes distâncias em atividade física

Tendo por base os resultados do estudo, os investigadores aconselham alternar as distâncias consoante o exercício. Assim sendo, as corridas feitas em linha devem guardar uma distância de 4-5 metros entre pessoas. No caso de corridas ou ciclismo lento, a distância deve guardar os 10 metros, ao passo que ciclismo deve guardar 20 metros.

Uma vez que o público deu grande resposta ao estudo, os investigadores criaram um documento de pergunta e resposta, que esclarece a maioria das dúvidas. Portanto, nesta pandemia da COVID-19, protejam-se, até no exercício!

 

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