Cientistas conseguiram desenvolver uma pilha comestível
Os dispositivos vestíveis já são parte do corpo de muita gente. Agora, e para responder aos novos desafios, um grupo de cientistas conseguiu criar uma pilha comestível.
Atualmente, muitos são os dispositivos que monitorizam o dia-a-dia das pessoas, nomeadamente, em termos de parâmetros de saúde. A grande maioria atua do lado de fora do corpo e consegue entregar um conjunto de informações muito completo.
No entanto, tendo em conta os desafios que o futuro poderá reservar, o ideal poderiam ser, na verdade, dispositivos comestíveis - eletrónica passível de ser ingerida, decomposta e digerida, após cumprir a sua função. São um campo científico recente, mas já há resultados animadores.
Uma vez que o objetivo passa por ingeri-los, a sua construção não pode depender de materiais tóxicos. Portanto, aqueles que são comummente utilizados em dispositivos eletrónicos, como silício, magnésio e cobre, não são uma opção, pois apenas são seguros em doses demasiadamente baixas.
Eletrónica conhece novo caminho
A equipa de Mario Caironi, coordenador do laboratório Printed and Molecular Electronics do Istituto Italiano di Tecnologia (IIT), conseguiu desenvolver uma pilha, integrando apenas componentes comestíveis.
Uma bateria funciona como resultado de uma corrente de eletrões, que flui do elétrodo de onde é libertada - o ânodo - até àquele que a capta - o cátodo. Sendo uma reação que é possível ocorrer com alimentos, os investigadores procuraram estudar esses processos, de modo a encontrar um ânodo - a vitamina B12, que pode ser encontrada nas amêndoas - e o um cátodo - a quercetina, encontrada nas alcaparras.
Além disso, as pilhas precisam de um eletrólito que permita a circulação dos eletrões. Neste caso, os investigadores utilizaram água e adicionaram carvão ativado para aumentar a condutividade elétrica. Depois, para evitar eventuais curtos-circuitos, os investigadores utilizaram alga nori, aquela que é utilizada para confeção do sushi e, por fim, criaram um invólucro em cera de abelha e, do lado de fora, asseguraram dois contactos feitos em ouro comestível.
Pilha comestível pode servir vários fins
Os cientistas que desenvolveram esta pilha comestível acreditam que ela pode vir a ser utilizada, por exemplo, em brinquedos. Isto, porque a ingestão de pilhas, apesar de perigosa, é comum, e a integração da sua nova alternativa poderia evitar muitos problemas.
Mais do que isso, pode vir a ser utilizada no diagnóstico de doenças digestivas, de forma muito pouco invasiva, pois consiste apenas na ingestão do dispositivo que, depois de tratar do assunto, pode ser digerido, bem como na introdução de medicamentos para os libertar em zonas do corpo e momentos específicos.
Esta pilha comestível também é muito interessante para a o armazenamento de energia. Construir baterias mais seguras, sem o uso de materiais tóxicos, é um desafio que enfrentamos à medida que a procura por baterias aumenta. Embora as nossas baterias comestíveis não forneçam energia para carros elétricos, são uma prova de que as baterias podem ser feitas de materiais mais seguros do que as atuais baterias de iões de lítio. Acreditamos que vão inspirar outros cientistas a construir baterias mais seguras para um futuro verdadeiramente sustentável.
Disse Ivan Ilic, coautor do estudo.
Este artigo tem mais de um ano
Redbull, é melhor ficares com medo, agora tens um adversário á altura.
Acho que mesmo a bateria a base dagua tem sodium (que no es prejudicial) mas acho que tem que ter alimunio. Aluminio seria o unico toxico nesse caso.