O asteroide 2020ND está a aproximar-se do nosso planeta e ficará mais perto dele já a partir de amanhã. Segundo a NASA e a ESA, a proximidade desta rocha exige que seja considerada como um objeto potencialmente perigoso. Pese o facto de só ter sido descoberto há algumas semanas, o asteroide mantém, na realidade, uma órbita à volta do Sol que a aproxima do nosso planeta e de Marte de poucos em poucos anos.
Infelizmente não o poderemos ver a olho nu. Mas haveremos ainda de o ter por cá mais vezes.
Asteroide passa amanhã e volta daqui 15 anos
De acordo com os cálculos dos cientistas, 2020ND já nos tinha abordado em 1920, em 1932, 1945, 1960, 1990, e mais recentemente em 2005. E não será a última vez que nos visita, pois a sua trajetória indica que o fará novamente em 2035.
No entanto, esta será a altura em que 2020ND, com 170 metros de diâmetro, se aproxima mais de nós a uma velocidade de 48.000 km/h. Especificamente, este passará a cerca de 5,5 milhões de quilómetros de distância, o que não constitui um risco para nós.
Contudo, a NASA classificou-o como “potencialmente perigoso” (PHA), uma classificação atribuída a todos os Objetos Próximos da Terra (NEOs) que passam a uma distância inferior a 0,05 unidades astronómicas (um AU é a distância entre a Terra e o Sol). 2020ND passará a 0,034 AU, de acordo com a NASA.
Quanto mais pequenas, mais perigosas? Como assim?
Os asteroides são rochas deixadas a gravitar no espaço após a formação do Sistema Solar. Vêm em todos os tamanhos: grandes, médios e pequenos, e todos os dias as agências espaciais e observatórios astronómicos encontram cada vez mais a flutuar à nossa volta.
No entanto, apesar de parecer controverso, quanto mais pequenas são as rochas espaciais, mais perigosas são. Isto porque o seu tamanho torna impossível vê-las se estiverem demasiado afastadas, e não têm de ser demasiado grandes para infligir danos: o meteorito que explodiu no céu sobre a cidade russa de Chelyabinsk e causou mais de 1.000 feridos e danos a centenas de casas tinha apenas 19 metros de diâmetro.
Estima-se que apenas 0,05% dos NEOs entre 30 e 100 metros de comprimento são monitorizados, enquanto apenas 0,01% das rochas com menos de 30 metros são conhecidas. Conforme podemos perceber em páginas como o Centro JPL da NASA ou o portal NEO da ESA, estas agências vigiam em tempo real as “ameaças” destes objetos e a probabilidade de a sua órbita coincidir com a nossa passagem no espaço.
De momento, as advertências são relativamente baixas, pelo que deve reinar a calma.
Se um dia algum estiver numa rota de colisão, o que se pode fazer?
Vários asteroides colidiram com o nosso planeta. Há muitas crateras que provam como a Terra também sofreu estes impactos e até catastróficos, como um que poderá ter extinguido os dinossauros há mais ou menos 65,5 milhões de anos. Assim, a humanidade deverá perceber que não se trata de saber se algum dia haveremos de ser alvo para estas rochas espaciais, mas sim quando isso irá acontecer.
Várias organizações trabalham há décadas numa solução para desviar um asteroide que esteja em rota de colisão com a Terra. Por exemplo, as missões HERA e DART, o primeiro projeto de defesa planetária, estão já em fases muito avançadas, e outras ideias estão a ser contempladas, tais como o pêndulo cinético ou o plano do trator, para desviar a órbita de uma destas rochas espaciais.
Portanto, atualmente é primordial vigiar para detetar com tempo que nos deixe espaço para agir.