Matemáticos encontraram uma nova forma de representar o pi (3,14…)
Lembra-se o pi? Um grupo de matemáticos encontrou, acidentalmente, uma nova forma de representar este número irracional.
O número π (ou pi) é uma constante matemática que é a razão entre o comprimento de uma circunferência de um círculo e o seu diâmetro, aproximadamente igual a 3,14(...). A nova representação desta razão nasceu da teoria das sequências e das tentativas de dois matemáticos para descrever melhor as colisões de partículas.
Os nossos esforços, inicialmente, nunca foram no sentido de encontrar uma forma de olhar para o pi.
Tudo o que estávamos a fazer era estudar física de alta energia na teoria quântica e tentar desenvolver um modelo com menos parâmetros e mais precisos para compreender como as partículas interagem. Ficámos entusiasmados quando descobrimos uma nova forma de olhar para o pi.
Explicou Aninda Sinha, do Instituto Indiano de Ciência (IISc) e coautor do novo trabalho, em conjunto com o matemático Arnab Priya Saha.
Nova forma de representar o pi é, ainda, teórica
Sendo uma constante matemática, o valor de pi não mudou. Ao longo do tempo, matemáticos foram conseguindo obter representações mais exatas do seu valor exato, atingindo 105 biliões de números na última contagem.
Este novo trabalho de Saha e Sinha propõe uma nova representação em série do pi, que, segundo eles, proporciona uma forma mais fácil de extrair o pi dos cálculos utilizados para decifrar a dispersão quântica de partículas de alta energia lançadas nos aceleradores de partículas.
Em matemática, uma série apresenta os componentes de um parâmetro como pi, de modo que os matemáticos possam chegar rapidamente ao valor de pi, a partir das suas partes componentes. Conforme explicado no Science Alert, é como seguir uma receita, adicionando cada ingrediente na quantidade e ordem corretas, por forma a produzir um prato saboroso.
Exceto que, se não tivermos a receita, não sabemos quais os ingredientes que compõem a receita, nem a quantidade a adicionar e quando.
Encontrar o número correto e a combinação correta de componentes para representar o pi tem deixado os investigadores intrigados desde o início dos anos 1970, quando tentaram, pela primeira vez, representar o pi desta forma, "mas rapidamente abandonaram a ideia por ser demasiado complicada", segundo explicado por Sinha.
O grupo de Sinha estava a procurar outra coisa completamente diferente: formas de representar matematicamente as interações das partículas subatómicas utilizando o menor número possível de fatores simples.
Saha, um investigador de pós-doutoramento do grupo, estava a lidar com o chamado "problema de otimização", tentando descrever estas interações - que dão origem a todo o tipo de partículas estranhas e difíceis de vislumbrar - com base em várias combinações da massa das partículas, das vibrações e do vasto espetro dos seus movimentos erráticos, entre outras coisas.
O que ajudou a desvendar o problema foi uma ferramenta chamada diagrama de Feynman, que representa as expressões matemáticas que descrevem a energia trocada entre duas partículas que interagem e se dispersam.
Este diagrama não só produziu um modelo eficiente de interações de partículas que captou "todas as características-chave das cordas até uma certa energia", como também produziu uma nova fórmula para o pi que se assemelha muito à primeira representação em série do pi na história registada, apresentada pelo matemático indiano Sangamagrama Madhava no século XV.
Nesta fase, os resultados são puramente teóricos, mas podem ter algumas utilizações práticas.
Uma das perspetivas mais interessantes das novas representações deste artigo é a utilização de modificações adequadas para reexaminar os dados experimentais da dispersão de hadrões.
Escreveram Saha e Sinha no artigo publicado, acrescentando que "a nossa nova representação também será útil na ligação com a holografia celeste", referindo-se a um paradigma intrigante, mas ainda hipotético que procura reconciliar a mecânica quântica com a relatividade geral através de projeções holográficas do espaço-tempo.
Apesar da complexidade do tema, importa reter que os investigadores podem descrever com mais precisão o que constitui exatamente o famoso pi.
Pois é, a fórmula de Leibniz para pi, redescoberta na Europa no séc. XVII (por Gregory, em 1671 e Leibniz em 1676) tinha sido descoberta por Sangamagrama Madhava ou pelos seus seguidores da escola de Kerala no século XV. Agora chama-se série de Leibniz-Gregory-Sangamagrama.
Não se sabe quanto do conhecimento de matemática e astronomia da escola de Kerala passou para o Ocidente.
O intelecto deste homem é de facto superior.
O intelecto deste homem chama-se “busca no google que encontrarás o que procuras”
Claro. O intelecto está todo na net. Até o intelecto dos médicos lá está. Hoje em dia qualquer um pode ser o que quiser, basta ir à net. A escola é coisa do passado.
Sem ter aprendido na “escola” a fórmula de Leibniz para pi não se vai lá.
Mas achei graça à história Sangamagrama (e escola de Kerala) – Gregory – Leibniz e por isso a contei.
O pessoal é que se em vez de rosnar contribuísse com alguma coisa de útil fazia melhor.
O teu copy paste da-me sono
Andava preocupado era com as sardinhas. Quando é que as sardinhas ficam boas? Será que é daqueles anos em que não ficam boas? Hoje comi sardinhas boas.
Pessoal a rosnar já estou habituado, não ligo 😉
“…comprimento de uma circunferência de um círculo…”
Não será apenas o perímetro de uma circunferência?
Perimetro de Circulo, comprimento de circunferencia.
Até no artigo citado se refere que são físicos, e não matemáticos! Além disso a revista em que aconteceu a publicação é a Physical Review Letters!
A cafeína também merece algum crédito 🙂
Pi´ + Google Lens = problema resolvido ! 🙂
Mais a sério, com as equações que estão na foto, somatório de zero a infinito seguido de equações e factoriais tem todo um universo de trabalho pela frente ! Boa sorte !!
Apenas uma correcção a este excelente artigo. O número Pi não é um número infinito, mas sim um número irracional 🙂 Números infinitos não existem. Existe sim o conceito de infinito, para representar números “demasiado grandes”.
Obrigada pela correção 🙂
isto já me faz lembrar quando o joãozinho andava na escola e a professora lhe perguntou
/ joão diga me uma coisa, se o seu pai mandasse fazer um depósito redondo para encher de agua qual era a conta que voçê fazia para calcular a capacidade de agua que ele lavava ?
responde o joãozinho ; facil professora então arranjava uma medida de um litro ia despejando uma de cada vez e ia escrevendo num papel e no fim de estar cheio sumava tudo logo ficava a saber quantos litros eram .