Recorde de calor na Europa impulsionou a energia solar
O verão deste ano, 2022, trouxe temperaturas demasiado elevadas, tendo provocado condições sufocantes e secas em grande parte dos países da Europa. A par desse ambiente (a médio/longo prazo) catastrófico, a energia solar foi impulsionada.
Os relatórios foram elaborados pela Comissão Europeia e pelo grupo Ember.
Embora os verões estejam globalmente mais quentes, a Europa bateu recordes preocupantes de temperaturas durante esta estação, em 2022. Os longos períodos de sol provocaram secas em grande parte dos países europeus e condições sufocantes para as pessoas.
De acordo com a Comissão Europeia, as temperaturas médias de junho a agosto foram 0,4 graus Celsius mais elevadas este ano, do que o recorde anterior estabelecido em 2021. Aliás, só em agosto, o recorde que havia sido estabelecido em 2018 foi excedido em 0,8 graus Celsius.
As temperaturas europeias estavam mais acima da média no leste do continente em agosto, mas ainda estavam bem acima da média no Sudoeste, onde tinham sido elevadas também em junho e julho.
Referiu a Comissão Europeia, num novo relatório onde cita dados recolhidos pelo seu programa climático Copernicus, que tem utilizado satélites para monitorizar as temperaturas do ar à superfície desde 1991.
Notícias agridoces para a Europa
A par desta realidade que será (a médio/longo prazo) catastrófica, o grupo que se dedica a recolher dados de energia Ember revelou que a União Europeia estabeleceu um novo recorde no campo da energia solar, este verão, reduzindo a necessidade de importação de gás natural - este que é, aliás, um dos grandes problemas em mãos.
De acordo com o Associated Press, o grupo afirmou que a União Europeia, da qual fazem parte 27 nações, gerou 12% da sua eletricidade a partir da energia solar de maio a agosto, contra 9% durante o mesmo período do ano passado. Mais do que isso, revelou que a energia solar atingiu uma percentagem ligeiramente superior à fornecida pela energia eólica ou hídrica, ao mesmo tempo que entrou imediatamente abaixo da produzida a partir da queima de carvão.
O mesmo grupo sublinhou que se a energia solar não tivesse fornecido 99,4 terawatt-hora de eletricidade, a União Europeia teria tido de comprar 20 mil milhões de metros cúbicos de gás, com o custo de cerca de 29 mil milhões de euros, durante o período de quatro meses.
Os registos solares estabelecidos este verão ajudaram a manter as luzes acesas e reduziram o agora crítico consumo de gás da Europa, proporcionando alívio a curto prazo ao custo crescente da energia.
Segundo os autores do Ember, o recorde de energia solar estabelecido este verão ajudará a União Europeia a atingir o seu objetivo climático, uma vez que o fornecimento de energia solar, que garante muito menos eletricidade nos meses de Inverno, teria de aumentar até nove vezes até 2035 para que a Europa cumprisse os objetivos de emissões estabelecidos no acordo de Paris, em 2015.
Conforme ressalva o Associated Press, com a Europa a tentar reduzir a sua dependência do gás russo devido à guerra na Ucrânia e com os elevados preços dos combustíveis fósseis previstos para durar anos, os governos devem assegurar que a utilização da energia solar pode expandir-se ainda mais, inclusive através da remoção de obstáculos regulamentares.
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Este artigo tem mais de um ano
O excesso de calor não é bom nem faz produzir mais energia…
Precisamente. É o que dá criar nomes sonantes para notícias que são depois afinal o oposto do que se relata…
Eólicas, solares, hidricas em circuito fechado, energia das marés, eólicas flutuantes, etc, há campos extensos para explorar. No entanto, vai ter de haver sempre uma salvaguarda, para manter a corrente constante quando as renováveis, por esta ou aquela razão, falham, e essa ou é o nuclear, ou a queima de fósseis.
A única coisa que um record de calor pode trazer é um record de gasto de energia em ar condicionado e refrigeração.
Então o aquecimento global acaba por ser bom, além de descongelar terras a norte onde será possível iniciar atividades agrícolas e combater a escassez de alimentos também vai gerar mais energia num futuro em que todos os carros serão elétricos e não haverá energia certamente para carregar todos.
Eu diria mais: o aquecimento global vai trazer o Pai Natal e presentes no sapatinho para todos…