Análise MXGP 3 (Playstation 4)
Longe vão os tempos em que se perdiam infindáveis horas a jogar com amigos os clássicos Moto Racer 2 e Motocross Madness 2, referências da altura para quem gostava da modalidade ou porque simplesmente era um prazer fazer os saltos e truques alucinantes que estes jogos proporcionavam. Ao longo do tempo foi um género que foi perdendo algum fulgor, até mais recentemente quando a Milestone passou a apostar no género, com MUD em 2012 e com maior frequência com a série MXGP.
Ao contrário dos clássicos mencionados mais acima, cuja jogabilidade era mais arcade, a série MXGP aposta mais na simulação e realismo. Isto é visível logo na apresentação do jogo, onde é possível contar com pistas genuínas, marcas verdadeiras e pilotos reais.
O jogo traz consigo uma série de modos, sendo o grande destaque o modo de carreira. Neste modo criamos o nosso piloto e vamos competindo em provas, ganhando experiência e habilidades para aperfeiçoar a condução. Também é possível ir alterando a moto com partes de fabricantes reais, que melhoram substancialmente as hipóteses de sucesso nas duras provas contra uma IA bastante agressiva.
Ao contrário do que é habitual em jogos de corrida, onde é quase norma verificar os oponentes a evitar o contacto com o jogador, em MXGP 3 isso é o prato do dia, sendo as colisões frequentes no decorrer das corridas, sendo necessário não só prestar atenção às curvas, mas também a quem vem atrás de nós.
A condução das motas não é de todo fácil e requer alguma prática até se conseguir dominar estas bestas de todo o terreno. Uma guinada mal calculada é suficiente para nos desviar do percurso, tal como uma entrada mal efetuada num salto resultará numa queda aparatosa ou ir parar a uns metros fora da pista. Pode ser frustrante ao princípio, mas a verdade é que se torna extremamente gratificante quando conseguimos ganhar uma prova e sentimos que tivemos de usar todas as nossas capacidades e estratégias para o conseguir.
Caso não se sintam completamente à vontade, o jogo traz consigo uma opção de andar atrás no tempo, semelhante ao visto em jogos como Forza e Dirt, que permite corrigirem alguma falha de modo a não terem de recomeçar uma corrida totalmente do princípio.
Outro modo de jogo é o Monster Energy FIM MXoN, onde o objetivo é escolher uma nação e competir em equipa. A equipa portuguesa marca presença com caras conhecidas, como Rui Gonçalves, Hugo Basaula e Paulo Alberto. Neste modo serão feitas três corridas com diferentes categorias de competição, onde o vencedor é a nação que conseguir acumular o maior número de pontos na conjugação das três corridas.
Graficamente o jogo é razoável. Durante as corridas a imagem parece estar meio embaçada, o que é pena, uma vez que os modelos de jogo e as pistas aparentam estar bem detalhados. Uma das propriedades das pistas é a deformação do solo, ou seja, a tração dos pneus faz resvalar a pista, que cria desníveis em plena corrida, algo que quase passa despercebido, mas que não deixa de ser um detalhe bem conseguido e que afeta de alguma forma, mesmo que pouco, a jogabilidade.
Tecnicamente também está bom. A framerate não tem quaisquer quebras, mesmo com a quantidade de pilotos em simultâneo na pista. Um dos únicos pontos negativos são os carregamentos entre pistas, onde mesmo com o jogo instalado num SSD os carregamentos são demasiado longos.
O som das motas aparenta estar bem conseguido, sendo claramente distinguível o som robusto de uma mota 450cc em contraste com o som de um motor mais tímido de uma 250cc. Infelizmente a banda sonora durante as corridas não acompanha o som dos motores e quase que parece desassociada ao jogo, onde seria preferível um som mais pesado em vez da música de festival eletrónico.
Veredicto
MXGP 3 é um título obrigatório para os fãs de motocross devido à conjugação de uma jogabilidade difícil, mas gratificante de dominar, com os vários modos de jogo disponíveis, destacando o modo de carreira, onde levar o nosso piloto ao topo é extremamente recompensador e desafiante.
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