O que o seu smartphone sabe sobre si?
Fica de boca aberta quando uma app do seu smrtphone lhe sugere o nome de alguns restaurantes nas proximidades? Não fique admirado, pois certamente foi você mesmo que deu permissões para tal na hora da instalação da aplicação.
Bem-vindo ao mundo dos dispositivos móveis, onde os dados que “geramos” são muita das vezes usados por empresas para os mais diversos efeitos.
Afinal o que é que o seu smartphone sabe sobre si?
Hoje em dia ter um smartphone no bolso é como ter um localizador altamente sofisticado capaz de nos dar indicações e de “adivinhar” aquilo que pretendemos no momento. Num artigo publicado no El País, Fernando Meco, director de marketing da empresa de software analítico SAS referiu que «Isto já não é o futuro, é o mapa em que se movem hoje as empresa» com alusão às empresas que usam os dados dos clientes para definir estratégia de negócio que vão ao encontro das suas necessidades.
De acordo com o estudo do dividendo Talent, elaborado pela revista MIT Sloan Management Review e pela empresa SAS, 50% das empresas diz que usa os dados dos clientes para os transformar em ações empresariais.
Fernando Meco refere que «..hoje, as empresas têm mais dados do que há uns anos mas também são menos eficazes a usá-los». E como uma empresa pode usar os dados de uma forma eficaz? Bem, aqui entramos no novo mundo da Internet das coisas onde milhares de objectos produzem um volume elevado de informações (big Data) e onde se espera que até 2020 sejam ligados à Internet mais 50 mil milhões de dispositivos.
Mas afinal o que o seu smartphone sabe sobre si?
Na prática tudo, ou quase tudo! Tudo aquilo que fazemos de importante passa normalmente pelo smartphone… a nossa localização, os nossos interesses, as nossas rotinas, os nossos contactos, etc.
Muita desta informação vai fazer parte daquilo que é hoje chamado de Big Data, uma filosofia de negócio que é usado pelas empresas anão só conhecer os clientes e oferecer exactamente o que estes procuram, como também criar modelos preditivos que ajudam a prevenir situações negativas. Um estudo da OBS revela que nos últimos 10 anos foi criada mais informação que em toda a história da humanidade e prevê que as ligações à Internet através de dispositivos móveis irão chegar às 10.200 milhões em 2018.
Este artigo tem mais de um ano
“revela que nos últimos 10 anos foi criada mais informação que em toda a história da humanidade”!!!
Dados != informação
Isto vai de encontra ao que Richard Stallman disse, conforme referenciado nos posts anteriores. Mas a verdade é que isto é útil para os dois lados para os clientes e para as empresas. Obviamente como clientes e utilizadores estamos a comprometer a nossa privacidade. Talvez devêssemos partilhar o que achamos menos relevante que outros saibam. Como tudo é preciso equilíbrio.
Esta recolha de informação difere de SO para SO ou é igual em todos?
Os SO por si so já guardam alguma informacao do utilizador, mas sinceramente, acho que a Google deve ser das que mais informacoes pessoais consegue geral. Isto devido ao vasto leque de apps e servicos que tem:
Motor de busca
Gmail
youtube
Maps
Google Wallet
Google Plus
…
so com isso ja conseguem ter informacao pessoal de uma pessoa bastante detalhada, possivel numero do cartao de credito/debito, telefone, contactos das pessoas, localizacao, mensagens, gostos pessoais, local de residencia, local de trabalho… e por aí fora..
as empresas (nomeadamente a NSA – que ha uns tempos se falou muito por causa do Edward Snowden – n sei se s escreve assim) conseguem depois , para alem da informacao que teem de cada pessoa, fazer uma especie de mapa entre as varias pessoas. Quem fala com quem, quando estao juntos…. é o tal BIG Data!
e para o bem ou para o mal é o futuro!
agora eu nao punha as maos no fogo por nenhum SO!
Se o smartphone me começar a sugerir sapatilhas Nike, bem que as próximas são Adidas ou Rebook, senão marca branca.
Querem manipular a minha liberdade de escolha? Boa sorte.
Mas o troll sou eu!!!
ahahaha é isso
zoar a tecnologia
Depende também das autorizações dadas pelo utilizador para tal.
adianta-te um grosso
Vou citar o iOS que é o que conheço melhor. Claro que não podemos por a mão no fogo pelas informações que a Apple recolhe nos nossos dispositivos. Mas podemos meter as mão no fogo sobre o tipo de informação que as Apps recolhem do nosso smartphone.
Claro que a informação introduzida numa app está sempre dependente da boa fé da empresa/programador que desenvolveu. Mas se eu não quiser que, por exemplo, o Messenger do Facebook aceda à minha localização, o iOS garante-me que isso será assim.
Não existem almoços grátis
O problema é que a minha pesquisa num motor de busca para a mesma palavra vai dar resultados diferentes comparado com o meu vizinho, por exemplo. O facto de uma empresa condicionar, logo à partida, a minha pesquisa para aquilo que acha que é do meu interesse é de um abuso atroz. Está a condicionar-nos àquilo que pensa que não vai ferir susceptibilidades ou que é do nosso agrado. Esse filtro deveria ser eu a fazer. Sentia-me mais seguro. Hoje somos carneiros englobados em nichos conforme o cliente. Somos apenas isso? Mascotes da tecnologia? É por aí que vamos?
o problema é que para instalar os programas temos que aceitar a força uma série de concessões sem qualquer opção.
12 comentários lol… se fosse uma notícia de privacidade relativamente a um qualquer SO Android, ios, windows, osx, linux…. isto estaria inundado de comentários de fanáticos.
só me leva a crer que este assunto da privacidade não inquieta a maioria das pessoas e que não se importam minimamente de um dia poderem ser alvo de opressões se tiverem ideias diferentes dos governos.
o que hámuitos anos chamávamos de liberdade, um chamamos privacidade.
O comentário é pertinente, hoje em dia as questões da privacidade vão muito além da tecnologia. Mas o john doe anda iludido a pensar que vivemos em tempos onde os USA são “the land of freedom”..