Ecrã do tamanho de uma pupila humana: resolução ultrapassa os limites dos píxeis!
Apesar de os ecrãs grandes estarem cada vez maiores e melhores, há uma lacuna na resolução dos ecrãs muito pequenos. Agora, este novo ecrã do tamanho aproximado de uma pupila humana pode mudar radicalmente a realidade virtual, com uma série de outras aplicações potenciais.
Com os grandes ecrãs, como televisões, e até gigantes, como os ecrãs dos estádios, cada vez melhores, mantinha-se um problema relacionado com os muito pequenos.
Ora, à medida que nos aproximamos dos ecrãs muito pequenos, os píxeis que os compõem precisam de ficar cada vez menores. No entanto, neste momento, se os píxeis ficarem muito pequenos, a sua função começa a degradar-se e a qualidade da imagem é prejudicada.
Num ecrã micro-LED, por exemplo, os píxeis não podem ficar muito menores do que um micrómetro de largura antes de perderem a capacidade de renderizar uma imagem nítida e clara.
Agora, investigadores da Universidade de Tecnologia de Chalmers, da Universidade de Gotemburgo e da Universidade de Uppsala, na Suécia, exploraram uma técnica diferente, segundo o New Atlas.

LED vs. Micro LED. Fonte: eCoustics
Metapíxeis com comportamento semelhante às penas das aves
A partir de óxido de tungsténio, um material que pode mudar de uma capacidade de isolamento para metal com base no seu estado elétrico, a equipa criou aquilo a que chamou metapíxeis. Estes refletem a luz de maneira diferente com base no seu tamanho e na forma como estão dispostos, e podem ser manipulados por uma corrente elétrica.
Para comparação, funcionam de maneira semelhante aos pigmentos nas penas das aves, que podem assumir cores diferentes dependendo de como a luz incide sobre eles.
Uma vez que não precisam de uma fonte de luz, os metapíxeis eliminam os problemas que os píxeis de vídeo enfrentam quando ficam muito pequenos, como o desvanecimento de cores e questões de uniformidade.
Por via desta abordagem, a equipa conseguiu criar um ecrã com aproximadamente o tamanho de uma pupila humana, repleto de píxeis com cerca de 560 nanómetros de largura.
Apelidado retina e-paper, o ecrã criado pela equipa tem uma resolução superior a 25.000 píxeis por polegada.
Esta inovação abre caminho para a criação de mundos virtuais que são visualmente indistinguíveis da realidade.
Lê-se num comunicado da Chalmers, no qual Andreas Dahlin, professor do Departamento de Química e Engenharia Química, explica que "isto significa que cada píxel corresponde aproximadamente a um único fotorreceptor no olho, ou seja, as células nervosas na retina que convertem a luz em sinais biológicos".
Ecrã proporcionará novas formas de interação
Para demonstrar a eficácia do pequeno ecrã, os investigadores reproduziram o The Kiss, uma famosa obra de arte pintada por Gustav Klimt.
A imagem foi apresentada com uma resolução perfeita no ecrã, que com aproximadamente 1,4 x 1,9 mm tinha 1/4000 da resolução de um smartphone normal.
Para Kunli Xiong, da Uppsala, que desenvolveu o projeto e é o principal autor do estudo, esta tecnologia "pode proporcionar novas formas de interagir com a informação e o mundo à nossa volta; pode expandir as possibilidades criativas, melhorar a colaboração remota e até acelerar a investigação científica".
Ainda que esteja em fase de aperfeiçoamento, os investigadores acreditam que o ecrã retina e-paper poderá ter um impacto colossal no mundo da ótica minúscula.
Na opinião de Giovanni Volpe, da Universidade de Gotemburgo, aliás, "este é um grande passo em frente no desenvolvimento de ecrãs que podem ser reduzidos a tamanho miniatura, melhorando a qualidade e reduzindo o consumo de energia".
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Imagem: Chalmers
Neste artigo: ecrã, metapíxeis, pixel, pupilas, retina e-paper




















