É fiador de um empréstimo? Saiba tudo a que deve estar atento para não ter problemas
Muitas vezes a relação entre o fiador e a pessoa que contrai um empréstimo é familiar ou de grande confiança. Mas os problemas podem acontecer e o fiador pode estar numa grande alhada se não acautelar algumas situações.
Um empréstimo que não é seu
Ser fiador de alguém na contratação de um crédito é uma responsabilidade muito grande, por isso deve evitar tomar a decisão de ânimo leve. Evite ter de procurar saber como deixar de ser fiador: opte por proteger os seus interesses logo no início, que é mais fácil.
Se, ainda assim, não vai a tempo de evitar o pior e já é fiador de alguém a falhar num empréstimo ao banco, saiba que está num ciclo muito difícil de quebrar. De qualquer forma, é possível fazer um levantamento dos seus direitos e saber como contornar as situações menos agradáveis.
Para começar, saiba que não é possível simplesmente desistir de ser o fiador de alguém num crédito. Se assinou os papéis durante a contratação do empréstimo e aceitou servir de garantia ao banco, não é possível deixar de o ser sem passar por um complexo processo burocrático.
Ainda assim, não é totalmente impossível desfazer-se das suas obrigações perante o incumprimento de outra pessoa. Pode solicitar uma revisão do contrato de crédito e pedir ao devedor que encontre outro fiador que o substitua no novo contrato – mas está sempre sujeito à vontade do devedor em rever as condições do empréstimo e libertá-lo das obrigações que lhe cabem.
Além de estar dependente da concordância do devedor, também vai precisar da autorização do banco para deixar de ser fiador daquele cliente. O banco, por seu turno, só autoriza se tiver outro tipo de garantias em caso de incumprimento do devedor – caso contrário recusa rever o contrato de crédito e não o liberta da obrigação de pagar a dívida pendente no caso de o devedor entrar em incumprimento.
Assim, saber como deixar de ser fiador não é a parte difícil: a parte difícil é conseguir o acordo do devedor e do banco, já que ambos se apoiam em si e nenhum vai querer ficar a perder.
Direito ao benefício da excussão prévia
Já vimos que deixar de ser fiador é complicado – e, em alguns casos, pode até ser impossível -, mas há alguns cuidados que pode ter no momento em que aceita ser fiador e que podem valer-lhe alguma proteção no caso de as coisas correrem mal.
Um deles é garantir que há, no contrato de crédito, uma alínea que lhe garante o benefício de excussão prévia.
Este benefício está previsto na lei e dita que, em caso de incumprimento, o devedor deve ser o primeiro alvo de penhora. De forma mais simples, significa que se o devedor deixar de pagar ao banco, a instituição pode começar por penhorar os bens dele antes de “atacar” os do fiador.
Não sendo uma garantia absoluta – se o devedor não tiver propriedades, é o fiador que tem de avançar com o pagamento ao banco -, sempre é uma ajuda para quem assume a fiança e até pode evitar algum conforto excessivo da parte de quem contrai o crédito, já que sabe que será penhorado antes sequer de o fiador ser contactado.
Lembre-se, no entanto, que o benefício da excussão prévia só se aplica se estiver garantido no contrato de crédito. Se o contrato não tiver referência a ele, o fiador é o primeiro a quem o banco procura em caso de incumprimento das prestações.
Direito de cobrar a dívida ao devedor
Outra proteção para os fiadores é o direito de cobrarem a dívida aos devedores em caso de incumprimento. Parece confuso, mas se for fiador de alguém e tiver de pagar ao banco prestações em atraso, a lei reconhece-lhe o direito de cobrar essas prestações ao devedor. É como se comprasse a dívida dele. Mas não deixa de ser uma proteção duvidosa, já que um devedor que não tem como pagar ao banco também não vai ter dinheiro para recompensar o fiador.
Se nenhuma das situações acima se aplica ao seu caso e continua preso a um crédito que não é seu, saiba que outra forma de deixar de ser fiador de um crédito é conseguir que esse crédito seja alterado de alguma forma ao nível do contrato.
O papel de fiador só lhe cabe enquanto for válido o contrato que assinou; se, entretanto, o devedor renegociar um novo contrato com o banco (com novos spreads e taxas, com novos valores em dívida, etc.), o novo documento não o obriga a manter-se fiador do crédito.
Do ponto de vista legal, só é obrigado a cumprir os contratos que assinar. Se as outras partes assinarem um contrato diferente com condições diferentes, já não é nada consigo.
Empréstimo: Evite assumir fianças
Mais uma vez, a melhor forma de se proteger é evitar assumir fianças. Saber como deixar de ser fiador é difícil e tenha a certeza de que ninguém vai querer ajudá-lo a descobrir – nem os devedores, porque perdem a “rede de segurança”, nem os bancos, porque perdem as garantias que tiveram até aí.
Assim, garanta que confia a 100% no devedor antes de assinar o seu nome num papel. Estude-o e investigue-o, procure saber se já tem historial de incumprimento e avalie bem a capacidade que ele vai ter de pagar o que pediu emprestado.
Segredo, não sei fiador 😀
fora de brincadeiras é evitar a todo o custo.
Recomendação que aconselho e sigo religiosamente, fiador de valores elevados, tipo crédito habitação, em que estamos a falar de centenas de milhares de euros, nem dos filhos se deve ser, quanto mais de outros.
Evitar a todo o custo, mesmo que isso implique que a outra pessoa fique chateada.
Azar.
Já assisti na minha vida a episódios dantescos sobre este assunto…
Inclusivamente filhos que entalaram os pais já velhotes.
Por isso e outras coisas PorcoDoPunjab jamais será fiador.
Claro se estivermos a falar de ser fiador de uma coisa que se possa pagar de imediato sem problemas, tudo ok, agora valores que exigem ficar a pagar mês a mês, nem pensar.
Um amigo está a pagar uma dívida até ao fim dos dias dele por ter sido enganado e ser fiador de uma casa.
Quando ele me contou o que fez teve que me ouvir que até ficou azul.
Ser-se fiador é ter uma guilhotina suspensa em permanência sobre o pescoço.
Quem se sentir confortável numa posição dessas, que avance….
Já não se exige fiador para crédito habitação ha alguns anos
Zé Fonseca, só se for agora porque antes não era assim.
Tanto que ele está a pagar um valor baixo, porque não pode pagar mais, mas por isso mesmo vai ter que pagar durante muitos anos.
Ainda se o bem passasse automaticamente para a posse do fiador (ou pelo menos a percentagem correspondente à contribuição efectivamente feita para o bem), em alguns (provavelmente poucos) casos poderia fazer sentido arriscar.
No fundo ser fiador é ficar sem o dinheiro e sem o bem associado se o devedor original decidir não pagar o que quer que seja.
fiador, palavra que não existe no meu vocabulário.
Os bancos já não pedem fiadores para nada desde que a pessoa tenha rendimentos estáveis e esteja dentro da taxa de esforço
Nem precisas pedir empréstimo …”DESDE QUE” tenhas liquidez pra pagar a pronto. O que tem isto a ver com o assunto? Nada…
Fiador, nem deveria ser possível em nada, pois se a pessoa que está a contrair o crédito representa um risco de falha nem lhe deveria ser concedido tal coisa e ponto final e acabou-se, não há dinheiro não há vícios, ainda por cima em caso incumprimento sai de fininho e quem arca com as reponsabilidades é os outros, não não e não…