Já ouviu falar de “second screening”? Explicamos-lhe este fenómeno moderno
Com televisões, smartphones, tablets, smartwatches e outros dispositivos estimulantes, a atenção das pessoas está crescentemente fragmentada, numa tendência que não parece estar a abrandar. O conceito de "second screening" é um fenómeno moderno, e dá nome a uma espécie de multitasking de visualização. Entenda!
Com os smartphones recheados de aplicações e as televisões e computadores atulhados de conteúdos, é cada vez mais difícil manter os telespectadores/ utilizadores focados numa única tarefa ou num único conteúdo.
O malabarismo entre os vários dispositivos resultou num fenómeno curioso: o second screening, que é a utilização de um dispositivo secundário, normalmente um smartphone, enquanto se envolve simultaneamente com o conteúdo primário noutro ecrã, como a televisão.
Enquanto veem televisão ou uma série no computador, os telespectadores verificam, com frequência, as redes sociais ou navegam na Internet, dispersando a atenção.
Em 2004, a Universidade da Califórnia realizou uma experiência que monitorizou as mudanças de foco dos participantes. Na altura, ocorriam em média a cada 2,5 minutos. Estudos recentes, contudo, concluem que as mudanças diminuíram para cerca de 47 segundos!
Segundo um artigo publicado no website Verdict, os fornecedores de conteúdos devem adaptar-se à nova forma de consumo dos conteúdos.
Estamos a conhecer uma nova forma frenética de consumir conteúdo
Um estudo da LG Ad Solutions concluiu que 93% dos telespectadores que têm a televisão ligada fazem várias tarefas em vários dispositivos durante a transmissão.
Perante a redução da capacidade de atenção, surgem implicações significativas na forma como consumimos televisão e estamos nas redes sociais, uma vez que é menos provável que os telespectadores se mantenham envolvidos no conteúdo principal durante períodos prolongados.
Neste sentido, os responsáveis pelos conteúdos devem garantir que os telespectadores podem seguir um programa mesmo que esteja a ser reproduzido em segundo plano. Portanto, hoje em dia, se as histórias forem demasiado complexas, os telespectadores que mantêm outras tarefas simultaneamente podem optar por desligar o programa em favor do seu dispositivo secundário.
Numa entrevista ao Hollywood Reporter, Justine Bateman, atriz e realizadora, revelou que sabe de muitos produtores que já receberam notas de streamers a reclamar que um determinado programa/ série não é suficiente para servir de segundo ecrã.
Uma vez que o fenómeno do second screening pode sufocar a criatividade, empresas como a Netflix têm adotado novas estratégias, indo além das séries e filmes comuns, no sentido de envolver os seus telespectadores a mais níveis, nomeadamente por via de jogos e conteúdos interativos.
Considerando este fenómeno do second screening, acha que as empresas que não se adaptarem ficarão para trás?
Chamem-lhe o que quiserem, mas para mim, não passa de alheamento e alienação.
O pessoal de IT já sofre desse mal há algumas décadas