GNU Emacs 23.1
O GNU Emacs é um editor de texto extremamente extensível e personalizável. É considerado o "canivete suiço" de escritores, programadores e analistas. Foi desenvolvido originalmente em 1976 no MIT pelo activista do software livre Richard Stallman. A versão actual, o GNU Emacs, foi escrita em 1984 e ainda continua a ser activamente desenvolvida.
Mais de 2 anos após a última major release, é lançada a nova versão deste poderoso editor de texto, recheado de novidades e novas funcionalidades.
Entre as funcionalidades originais do Emacs temos:
- Modos de edição sensíveis ao conteúdo, incluindo syntax-highlighting, para uma vasta gama de tipos de ficheiro, incluindo texto, código-fonte e HTML.
- Documentação completa incluída, assim como um tutorial para novos utilizadores.
- Suporte para muitos idiomas e seus caracteres, incluindo todos os caracteres latinos da Europa, russos, gregos, japoneses, chineses, coreanos, tailandeses, vietnamitas, lao, etíopes, e algumas variações indianas.
- Altamente personalizável, usando código Emacs Lisp ou uma interface gráfica de personalização.
- Um sem número de extensões que complementam as suas funções, incluindo um gestor de projectos, leitor de email e RSS, interface de debugging, calendário, e muito mais. Grande parte destas extensões são distribuídas com a versão principal do Emacs, outras estão disponíveis nesta página.
Sabia que pode até navegar na Internet dentro do Emacs? E até falar com os seus contactos MSN?
Vamos então às novas funcionalidades desta nova versão:
Tipos de letra e anti-aliasing
Já não era sem tempo! O novo Emacs permite tipos de letra com anti-aliasing no X (embora em Mac e Windows já fosse possível). Se corre o Emacs no X, esta pequena grande mudança é suficiente para nunca mais querer voltar à velha versão do editor de texto.
Suporte para o D-Bus e Zeroconf
Agora é possível chamar outros serviços na área de trabalho usando o sistema DBUS IPC (muito popular no X). À medida que mais e mais serviços da área de trabalho são acessíveis usando D-BUS, torna-se simples uma melhor integração do Emacs na área de trabalho.
Por exemplo, pode imaginar o Emacs a comunicar com o Network Manager quando este precisar de uma ligação. Ou pode imaginá-lo mostrando uma notificação na área de trabalho quando um compromisso está próximo. E tudo isto sem grandes dependências ou chamadas a executáveis externos.
Um daemon Emacs para um arranque mais rápido
Se possui imensos pacotes de suporte, o arranque do Emacs poderá ser um pouco lento. No entanto, a nova versão do editor de texto traz o emacs --daemon, que lhe permite correr o Emacs em segundo plano, quando fizer login, por exemplo. Desta forma, pode abrir novas janelas Emacs (frames) instantaneamente usando o emacsclient.
Novo suporte Xembed
Este novo suporte possibilita que embeba aplicações do X no Emacs e vice-versa. Veja mais informação sobre esta funcionalidade na EmacsWiki.
Opacidade nas janelas Emacs
Agora é possível tornar transparentes as janelas Emacs. Pode não sei especialmente útil, mas não deixa de ser agradável à vista.
Internacionalização
O conjunto de caracteres do Emacs é um conjunto que engloba o Unicode, com espaço cerca de quatro vezes mais maior do que o espaço disponível. Isto deverá ser suficiente para os próximos tempos. Existem ainda novos conjuntos de caracteres disponíveis, assim como novos ambientes de linguagem, como o Chinese-GB18030, Khmer, Bengali, Punjabi, Gujarati, Oriya, Telugu, Sinhala e TaiViet.
Novas configurações por omissão
- O movimento do ecrã é agora controlado pelas linhas do ecrã, isto é, quando se move o cursor para cima e para baixo, este segue a linha à medida que se vêem.
- transient-mark-mode (selecção visível) está agora ligada por omissão, não havendo a necessidade de fazer (transient-mark-mode t) no ficheiro de configuração .emacs. Mesmo assim, ainda terá de colocar (delete-selection-mode t) se quiser substituir a selecção de texto actual à medida que digita texto.
- shift-select mode também está activo por omissão, de modo a que seja possível seleccionar usando a tecla Shift + teclas direccionais. Isto sim, muito útil, à semelhança da maior parte dos editores de texto.
- Novos modos e pacotes, assim como actualizados.
- docview-mode permite-lhe abrir ficheiros PDF/DVI/PS files dentro do Emacs.
- M-x butterfly, conheça a história deste comando inspirado no famoso webcomic XKCD.
- EasyPG para aceder ao GNUPG (já analisado aqui no Pplware), disponível em Tools/Encryption/Decryption.
- Números de linha rápidos com linum, para ver o número de cada linha.
- proced: dired para processos (M-x proced).
- remember-mode, para escrever lembretes rápidos.
- ruby-mode, xesam-mode, zeroconf, etc.
- abbrev foi reescrito.
- gdb renovado, tornando o debugging ainda mais agradável.
- Apagar ficheiros usando o sistema Trash.
São estas e muitas outras novidades, à sua espera no novo GNU Emacs 23. Não é um simples editor de texto, é um quase-sistema-operativo, onde escrever, programar, fazer debugging e correr os seus programas são pequenos extras.
Veja aqui a lista completa de novidades desta nova versão.
Licença: GPLv3+
Sistemas Operativos: Linux/Mac/Windows/Outros
Download [Windows]: GNU Emacs 23.1 [38,9MB]
Download [Vários SOs]: GNU Emacs 23.1 [código-fonte para compilar]
Homepage: GNU Emacs
Este artigo tem mais de um ano
Eu uso isto na faculdade… é muito bom… mas é pena que eu tenha que decorar outros atalhos do teclado para cortar/colar/guardar/procurar, etc… 🙂
Também comecei a usar na faculdade, e ainda uso para muitas coisas, porque adoro a integração do GDB com o Emacs, dividir a janela em mil e uma janelas, terminal integrado e melhor: comandos para tudo e mais alguma coisa, sem sem preciso saber os atalhos completos. Basta M-X comandoescrito.
Mas sim, esses atalhos básico é sempre bom saber.
Olha que até fiz um guia simples:
http://www.ananarciso.com/tuts/emacs_cmd.txt
Impressionante… já vai na versãao 23!!!!! Não conheço outro programa com este número de versões
Ena pá!! O velhinho Emacs ainda vive!!
Grandes velhos tempos em que era o meu editor de eleição!!
Resta actualizar a página da Wikipédia…
So uma palavra a dizer sobre o emacs: VIM!
Tinha de ser, não podia faltar a guerrinha de sempre… eheh.
Correcção: “Sistemas Operativos: GNU/Linux; Mac; Windows; Outros”
🙂
Umas perguntas básicas: vale a pena para escrita normal, tipo uma tese? integra com programas de base de dados como o mswinword?
Não, este é um editor de texto, sem formatações. Podes sempre escrever em Latex, mas… este é um editor mais direccionado à programação.
Para escrever uma tese, usando funcionalidades semelhantes ao Word da Microsoft, tens o Writer do OpenOffice. São propósitos bem diferentes. 🙂