Duas linguagens de programação dos anos 50 continuam entre as mais populares do mundo
O mundo da programação está em constante evolução, pelo que manter-se a par das últimas alterações é uma prioridade para muitos profissionais. Agora, uma recente atualização veio com uma surpresa para a comunidade de programadores, com duas linguagens dos anos 50 a aparecer no top 20...
FORTRAN e COBOL de novo na moda
Saber quais são as linguagens mais populares pode ajudar a compreender as tendências do setor da programação, bem como a prever oportunidades de carreira.
Um dos recursos mais proeminentes a este respeito é o TIOBE Index. Dentro desse ranking, que é renovado todos os meses, é muito comum encontrar linguagens como Python, C e Java entre as primeiras posições. No entanto, a última atualização veio com uma surpresa.
Os lendários Fortran e COBOL apareceram no top 20 de maio de 2024. Trata-se de um verdadeiro feito para ferramentas que surgiram na década de 1950. Sabe-se que estas linguagens são fundamentais para muitas indústrias, mas não se esperava este crescimento.
Python, C e C++ no topo da lista de linguagens de programação
No topo da classificação da TIOBE está o Python, seguido de C e C++. O Fortran, lançado em 1956 para o IBM 704, surge em 10º lugar e o COBOL, de 1960, em 20º. Mas porque é que estas linguagens continuam a ser tão relevantes quase 70 anos após o seu lançamento inicial?
Paul Jansen, diretor executivo da TIOBE Software, salienta que a "ressurreição" do Fortran está principalmente relacionada com a importância da computação numérica. A linguagem desenvolvida pela IBM tem uma série de características que são bastante superiores às opções mais modernas, como a sua maturidade e a sua natureza gratuita.
Alternativas como o MATLAB, explica, são muito fáceis de utilizar para a computação numérica, mas o seu licenciamento é demasiado caro. Julia, por outro lado, é uma alternativa promissora, mas ainda precisa de tempo para se estabelecer. O Fortran é um recurso fundamental para a investigação científica.
O COBOL, o outro grande protagonista da classificação, tornou-se uma linguagem de programação essencial para setores como o bancário e os cuidados de saúde. Os especialistas em COBOL são, de facto, procurados por muitas empresas que dependem destes sistemas e precisam de pessoas capazes de os apoiar.
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Durante mais duma década tive de programar em Cobol e não tenho saudades nenhumas.
Mas que é fiável é mesmo.
Durante a minha vida toda programei em cobol… Sempre fui extremamente bem pago porque “mais ninguém” programa nessa linguagem.
Sou programador de Fujitsu Cobol – Muito estavel, rápido e fiavel.
Também programo em Python, mas apenas para script – super lento, mas bom para “coisas” rápidas.
Ambos os comentários acima falam em ser fiável.
Mas o que entendem por fiável?
É que dependendo da definição de fiável, pode ser nada ou pouco fiável.
Eu não me fiava muito neste teu comentário.
É capaz de ser isso, até porque Cobol é conhecido pelo estupendo e inovador algoritmo de gestão de memória (dois na realidade), assim como I/O ser garantido que nunca fica com recursos pendurados, nem que os fecha assim do nada, etc…
Se calhar a indústria que se afastou de Cobol, era porque era ótimo.
O meu pai foi programador de COBOL durante toda sua vida profissional ativa.
Sempre teve trabalho, e tinha que selecionar os clientes, pois eram muitos.
Já reformado, ainda produziu, gratuitamente, ferramentas para gestão de infantários e pequenos negócios de amigos, etc… em COBOL.
Embora com aspeto “DOS”, a malta adorava a fiabilidade dos software que ele fazia, e de alguma arte com caracteres ASCII para dar um ar mais engraçado.
Iniciou na programação com cartões perfurados e andou pelo mundo em grandes empresas portuguesas.
Experimentou outras linguagens, mas nunca largou o COBOL.
Um pioneiro nestas andanças.