Pplware

Bitcoin? Block? HODL? Fique a conhecer o ABC das criptomoedas

As criptomoedas são um dos assuntos do momento, atraindo a atenção e interesse de milhões de pessoas. Termos como “bitcoin”, “Blockchain” ou “fees” são agora recorrentes junto dos utilizadores.

Contudo, a compreensão da dinâmica das diversas divisas digitais não é trivial e obedece a um vocabulário muito próprio. De modo a facilitar a compreensão desta nova realidade, preparámos um glossário lexical com vários termos caraterísticos das moedas virtuais.



– A –


ASIC

Acrónimo que significa Application Specific Integrated Circuit. São dispositivos dedicados especificamente à mineração de criptomoedas, sendo mais eficientes do que rigs de GPUs no processo de mineração.

Comparativamente a um computador convencional ou até mesmo a um aglomerado de GPUs destinado unicamente à mineração, os ASIC conseguem taxas de hash bem mais altas e consumos energéticos mais comedidos.


– B –


Binance

É a maior plataforma de transação de criptomoedas, também conhecidas como exchanges. A Binance oferece uma UI amigável e relativamente simples de utilizar, sendo uma das melhores plataformas para câmbio de criptomoedas. Para quem pagar as taxas de transação com o token próprio da plataforma, BNB, tem 50% de desconto.

A privacidade é algo bastante apreciado neste universo e a Binance tem a vantagem de permitir vários níveis de contas. O nível 1 permite movimentos diários limitados a 100BTC, o que será suficiente para a esmagadora maioria dos utilizadores. A grande vantagem de ter a conta limitada no nível 1 é que não é necessária a submissão de documentos, levando deste modo a uma maior privacidade do utilizador.

Bitcoin

Os conceitos de Bitcoin e bitcoin (BTC) são muitas vezes confundidos, devendo-se principalmente ao facto de estarem bastante ligados e terem uma proveniência comum. Bitcoin, com inicial maiúscula, é a rede e sistema por detrás da criptomoeda mais famosa do mundo, a bitcoin. É uma moeda descentralizada, criptografada e que assenta no sistema Peer-to-Peer (P2P).

Criada em 2008 por Satoshi Nakamoto, a bitcoin é atualmente a criptomoeda mais famosa, mais transacionada e mais valiosa do mundo. Poderá descobrir mais sobre a bitcoin no artigo que dedicamos à sua génese e evolução.

Block

Block, ou bloco, é um aglomerado de dados relativos a transações de criptomoedas que são submetidos no Blockchain. São a unidade básica desta “corrente de blocos” e o bem mais desejado pelos mineiros, que ganham uma recompensa de cada vez que conseguem “decifrar” as complexas equações matemáticas acopladas ao bloco.

Uma das caraterísticas diferenciadoras dos blocos é que são imutáveis, ou seja, a informação que contém é inalterável e fica para a prosperidade alojada no Blockchain.

Block Explorer

O Block Explorer é uma ferramenta que permite consultar, em tempo real, as transações que são efetuadas e submetidas no Blockchain. Podemos verificar a taxa de hash relativa a cada bloco, a sua dimensão, o número de transações que foram registadas e a recompensa gerada para o mineiro.

Blockchain

O Blockchain é o grande pilar das criptomoedas, frequentemente metaforizado a um livro razão. No Blockchain são registados todos os movimentos de uma certa criptomoeda, desde transações, recompensas a mineiros…

Deste modo, a transparência associada às criptomoedas acaba por ser evidente, visto que o Blockchain é público e imutável. Para além disso, o facto de a rede do Blockchain não ser centralizada num único dispositivo faz com que seja bastante fiável e difícil de hackear.


– C –


Carteira

Uma carteira de criptomoedas, também conhecida por wallet, é um programa (software) que guarda chaves públicas e privadas e que interage com a base de dados onde estão guardadas as transações, permitindo que os utilizadores recebam e enviem moedas digitais. Além disso, permite consultar e controlar a quantia que possui de cada moeda virtual.

Chave

A chave é o elemento identificador de uma carteira de criptomoedas. Para poder realizar uma transação para uma pessoa ou entidade, é obrigatório conhecer a chave pública do destinatário. Digamos que a chave pública de uma carteira é equiparável ao IBAN de uma conta bancária. Ainda existem as chaves privadas, que são cruciais para a entrada na carteira sendo deste modo “secretas” e não divulgadas a terceiros.

Coinbase

A Coinbase é, juntamente com a Binance, uma das maiores plataformas de transação de criptomoedas. Apesar de o propósito ser idêntico, a Coinbase destaca-se da Binance pelo facto de permitir adquirir criptomoedas com EUR e outras moedas correntes. A UI é bastante intuitiva e bem concebida, sendo uma excelente plataforma para quem quer iniciar esta odisseia no universo das criptomoedas. Quando estiver mais à vontade, poderá avançar para outras exchange como o GDAX, Luno e Kraken, que apresentam taxas inferiores à Coinbase.

Criptomoeda

Uma criptomoeda é uma moeda digital que assenta em complexos e elaborados elementos matemáticos, que lhe concedem uma independência tal que dispensa, geralmente, uma entidade central que regule e controle o valor da moeda. Posto isto, ao conceito de criptomoeda está associada uma rede ou protocolo próprio, sendo esta caraterística importante para a distinção de token.


– D –


Dificuldade

Dificuldade é um termo usado para retratar a exigência requerida pela mineração de um bloco. À medida que uma certa criptomoeda é mais usada e se aproxima do seu halving, no caso da bitcoin, torna-se mais difícil e exigente conseguir minerar os blocos dessa criptomoeda. É devido a este fenómeno que as criptomoedas mais recentes são, por norma, mais rentáveis de minerar.


– E –


Ether e Ethereum

Ether é a criptomoeda associada ao blockchain Ethereum e à rede ERC-20. Logo a seguir à bitcoin, é a criptomoeda mais valiosa e uma das mais transacionadas. Lançada em 2015 e financiada por crowdfunding, tornou-se o terceiro projeto mais financiado da história deste tipo de financiamento.

Ethereum é o Blockchain em que se baseia o Ether, composta pela rede ERC-20 que alimenta também vários outros token, visto que é de código aberto.

Exchange

Exchange é uma plataforma em que o utilizador pode adquirir e transacionar criptomoedas, uma espécie de banco ou casa de câmbio online. Coinbase é das mais recomendadas para quem está a entrar neste novo ecossistema e a Binance é das mais usadas para trocar criptomoedas. Para além destas duas referências, são ainda bastante usadas GDAX, Luno, Kraken, Bittrex e Bitfinex.


– F –


Farm

Uma Farm, “quinta” se traduzido para português, é um local onde estão alojados inúmeros dispositivos e máquinas com o objetivo de minerar token ou criptomoedas. À medida que o negócio da mineração se tornou popular, foram-se criando vários locais destes em todo o globo. Por norma não são conhecidos ou divulgados, mas crê-se que uma boa parte estão localizados na China e em países com baixos custos de eletricidade, de modo a tornar a atividade mais rentável.

Fee

Fee são as taxas aplicadas em qualquer transação. Este valor depende da criptomoeda em questão, podendo até não existir. Mesmo dentro da mesma criptomoeda este valor flutua, dependendo de um conjunto de vários fatores.

Um dos critérios mais relevantes por parte dos utilizadores aquando da escolha de uma exchange é as fees que essa exchange cobra, registando-se em alguns casos valores bem diferentes.

FoMO

Gíria que no universo das criptomoedas significa “Fear of Missing Out”, referindo-se ao medo de perder a oportunidade de investir numa certa criptomoeda ou token quando este regista valores positivos de valorização.

FUD

“Fear, Uncertainty and Doubt” é uma estratégia bastante usada no marketing em que se desvaloriza e desacreditiza o concorrente. Tem sido bastante usada por Wall Street e derivados em relação a toda a realidade das criptomoedas.


– H –


Halving

Como já explicámos anteriormente, o valor máximo de bitcoins em circulação estará limitado a 21 milhões de unidades. Espera-se que tal valor seja atingido no próximo século, sendo que atualmente existem 17 milhões de unidades. De cada vez que os mineiros contribuem para a submissão de um block no Blockchain, recebem um montante em bitcoin como recompensa.

Este valor é variável e controlado pelo denominado halving. Todo o sistema está concebido para que, ao fim de 210 000 blocos submetidos no Blockchain, a recompensa entregue aos mineiros é diminuída para metade. É esse o fundamento do halving e que se demonstra crucial para uma distribuição equilibrada de bitcoin, de modo a retardar o mais possível o limite máximo de unidades em circulação.

Hash

Os algoritmos Hash são os responsáveis por assegurar a segurança e integridade do Blockchain. Por isso são fundamentais para as criptomoedas. Um algoritmo Hash pega num conjunto de dados de qualquer tamanho e transforma-os numa string alfanumérica. O output deste algoritmo é uma Hash.

Assim, uma Hash é, no fundo, a impressão digital dos dados que foram processados pela função Hash. Cada Hash e única e só pode ser gerada a partir do mesmo conjunto de dados. No mundo da Bitcoin, cada Hash contém informação sobre um bloco de transações.

HODL

Esta expressão nasceu de um post que se tornou viral no fórum da bitcoin. Na altura o valor da bitcoin estava em queda e um utilizador, que segundo reza a lenda estava embriagado, publicou um desabafo onde demonstra a sua confiança na criptomoeda e que melhores tempos estariam para vir. Recomendava que os outros utilizadores segurassem as suas criptomoedas (hold) mas enganou-se e acabou por escrever HODL.

Tal erro acabou por se tornar famoso e deu origem ao termo usado quando se sugere que alguém deve manter os seus investimentos. A Internet acabou por também dar um novo simbolismo a esta expressão, significando “Hold On for your Dear Life”.


– I –


ICO

ICO significa Initial Coin Offering e é algo semelhante à venda de ações de uma empresa, mas de forma não regulamentada, pois é feito através de um token próprio.

É bastante usado por startups que vendem a sua criptomoeda a investidores que desta forma esperam garantir retorno financeiro com a sua hipotética valorização, ao passo que a empresa garante assim captação de capital.


– K –


KYC

É uma filosofia seguida por várias exchange, significando “Know Your Consumer”. Apesar do anonimato que se associa às criptomoedas, estas acabam por não ser assim tão anónimas. Por norma, as exchange que aceitam aquisição de criptomoedas com moeda corrente requerem acesso aos documentos de identificação do comprador. Esta atitude tem como objetivo evitar que as criptomoedas sejam usadas para lavagem de dinheiro ou para financiar atividades menos dignas.


– M –


Mineração e Mineiros

Mineração consiste em validar e submeter conjuntos de transações, blocos, no Blockchain. Grande parte das criptomoedas são descentralizadas e, por isso, requerem a participação e colaboração de utilizadores na manutenção do Blockchain. Estes utilizadores dão-se pelo nome de mineiros, que ao realizar esse trabalho são recompensados com uma quantia da criptomoeda que mineraram.

Aqui no Pplware já abordámos a rentabilidade do processo de mineração, visto que se tornou uma atividade bastante chamativa para os mais aventureiros.

Moeda fiduciária

Moeda fiduciária é a definição atribuída a qualquer título não-conversível, sem valor intrínseco e que não é lastreado a nenhum metal, como o ouro, prata ou platina. O conceito de moeda fiduciária contrasta com o de moeda lastreada, que é uma moeda com valor intrínseco associado a si.

O EUR e o USD são definidos como moedas fiduciárias, apesar de terem reservas de ouro acoplados a si. A bitcoin e restantes criptomoedas também o são, porque têm os fundamentos matemáticos no seu cerne que definem assim o seu valor comercial.


– P –


Proof of Work e Proof of Stake

A mineração de criptomoedas é regulada por diferentes algoritmos, relacionados com o hash. Podem seguir o Proof of Work (prova de trabalho) e/ou Proof of Stake (prova de participação). Estes diferem na maneira como é controlada a mineração: na prova de trabalho, o fator mais relevante para o sucesso no processo de mineração é o poder computacional para resolver as equações matemáticas necessárias; na prova de participação, o fator crucial é a quantidade de unidades da respetiva criptomoeda que o mineiro possuí.

Deste modo, na prova de participação, quanto mais unidades tiver, teoricamente será mais provável ser o responsável pela submissão de um bloco no Blockchain. Este processo é aleatório de modo a evitar a centralização da rede.


– T –


Token

Token é um termo usado para identificar uma divisa virtual que não tem o seu protocolo e rede própria, baseando-se noutras redes. Um exemplo bastante comum é o ERC-20 que está na base do Ether mas que suporta também vários outros token.

Exit mobile version