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Samsung Galaxy Fold arrasta os lucros da Samsung para níveis de 2016

Os lucros operacionais da Samsung caíram 60% durante o primeiro trimestre de 2019. A tecnológica está a debater-se com atrasos no lançamento do seu smartphone dobrável, o Samsung Galaxy Fold. Ao mesmo tempo, a procura por chips de memória e componentes também sofreu um revés, afetando assim os lucros.

Uma dualidade de fatores que arrastaram a Samsung para mínimos históricos, não vistos desde 2016.


Então graças ao fiasco do Samsung Galaxy Note7, a tecnológica sul-coreana passou uma das suas piores fases nos últimos anos. Ainda assim, os números presentes no seu mais recente relatório de contas não são animadores. Como tal, vimos também valor das suas ações caiu em cerca de 1% em Seul perante esta conjetura.

Queda de 60% nos lucros do 1.º trimestre de 2019

A maior fabricante mundial de smartphones registou um lucro operacional de 5,3 mil milhões de dólares. Em comparação com os 13,4 mil milhões de dólares auferidos durante o período homólogo de 2018. Além disso, as receitas geradas pela venda de smartphones durante os três primeiros meses de 2019 caíram 14%.

Já de acordo com a própria Samsung, a culpa pode ser atribuída ao abrandamento do mercado chinês que, por sua vez, arrastou o mercado global. Enquanto isso, abrandou também a procura pelas soluções de memória como chips de armazenamento. Tudo isto contribuiu para valores mínimos já não registados desde 2016.

 

Com efeito, a última vez que os lucros trimestrais foram tão frugais, os  Note7 estavam a explodir. Entretanto, a empresa conseguiu voltar a aumentar estes valores, ainda que o processo fosse gradual. A propósito, relembramos que então a culpa foi atribuída às baterias instáveis em várias unidades do produto supracitado.

Em 2019 chegou o smartphone dobrável…

Mas trouxe consigo novos desafios. Ainda que este seja o formato mais apetecível da atualidade, certo é que traz alguns inconvenientes, tal como aponta a iFixit. Infelizmente, o Samsung Galaxy Fold viria a desiludir nos primeiros testes, falhando em quase todas as unidades que foram enviadas aos influenciadores digitais.

Perante este desaire, a Samsung pediu à iFixit que removesse a sua análise detalhada ao interior do seu smartphone dobrável. Ao mesmo tempo, recolheu todas as unidades que já tinha enviado para teste, mas o dano estava causado, causando temores nos investidores. O smartphone já se mostrou bastante intrincado.

A tecnológica sul-coreana afirma que os danos foram causados por pressão indevida, e em demasia, na área mais próxima da dobra ou vinca do smartphone. Algo que viria a danificar a integridade dos ecrãs. De qualquer forma, a empresa colocou o seu lançamento global em pausa, verificando-se assim um atraso na sua chegada.

Os desafios colocados pelo Samsung Galaxy Fold

Precisamos de fornecer e preparar uma melhor comunicação com os nossos consumidores para que saibam como usar o Samsung Galaxy Fold – afirma Robert Yi, responsável máximo pelos investidores da empresa sul-coreana.

É um entrave para a Samsung, que tanto trabalhou para recuperar a confiança dos consumidores após os Galaxy Note7. Sobretudo quando a pressão dos seus concorrentes é cada vez maior, nomeadamente da Huawei, já a 2.ª maior fabricante mundial. Aliás, a Huawei colocará em breve o seu smartphone dobrável no mercado.

Enquanto isso, as referências ao Galaxy Fold nas suas redes sociais são mínimas. Algo que deixa antever um protocolo de contenção dos riscos, pelo menos até que o produto receba a luz verde final. Ainda assim cumpre ser dito que este atraso não deverá afetar a posição da Samsung no mercado global de smartphones.

De acordo com a IDC, o formato ainda não causa tração significativa no mercado. Desse modo, a chegada tardia, ou a tempo e horas, do Galaxy Fold, não causará mossa à empresa. Já, por outro lado, no que à sua reputação diz respeito, o panorama é mais intrincado, mais uma vez devido à sombra do caso Note7.

As soluções de memória e armazenamento têm sido as maiores fontes

Nos últimos anos os semicondutores, chips e soluções de memória têm sido as maiores fontes de receita. Já, por outro lado, nos últimos meses a procura por este tipo de componentes tem sofrido uma quebra com as consequências a tornarem-se agora perfeitamente evidentes.

A empresa já contava com esta queda, mas os atrasos na chegada do smartphone dobrável ao mercado também contribuíram para a atual cifragem das receitas. Ainda assim, a empresa já prevê uma sólida recuperação durante o próximo trimestre de 2019.

Por fim, relembramos que a Samsung tinha previsto uma queda exata dos lucros na ordem dos 60%. Agora, com a divulgação do relatório final, consolidado, temos a confirmação disso mesmo.

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