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Milhões de dispositivos Android estão em risco devido ao ciclo de atualizações

O sistema operativo Android é, sem sombra para dúvidas, o mais popular e o que tem mais smartphones no mercado. Contudo, o problema das atualizações que demoram ou que nunca aparecem, está a deixar muitos utilizadores em risco. Segundo uma empresa de análise do consumidor, dois em cada cinco dispositivos Android não recebem mais atualizações de segurança.

Os sistemas desatualizados ficam vulneráveis e cada vez há mais dispositivos fora do ciclo de atualizações, mesmo as de segurança.


Milhões de smartphones com Android estão vulneráveis a ataques

De acordo com um relatório da empresa britânica Which?, mais de mil milhões de dispositivos Android estão em risco. Isto porque estão equipados com versões que já não irão receber qualquer atualização de segurança. Conforme é conhecido, o clico de atualizações de segurança da Google apenas contempla dispositivos que estejam atualmente com Android 10, Android 9 Pie e Android 8 Oreo.

Os dispositivos com Android 7 ou mais antigos, como não têm mais atualizações, estão “vulneráveis ​​a ataques de hackers”, conforme o relatório. No ano passado, a Google mostrou os dados de adoção do seu sistema operativo, onde revelou que cerca de 40% dos dispositivos ainda são equipados com o Android 6 ou versões mais antigas.

Para tornar o relatório ainda mais credível, a empresa de proteção ao consumidor no Reino Unido comprou vários dispositivos com o sistema operativo da Google. Posteriormente, foi validado em cada um que não iriam receber nenhuma atualização dos seus fabricantes. Então, devido à versão antiga do sistema operativo, a empresa infetou os smartphones com malware.

A forma fácil com que a empresa conseguiu infetar alguns dos dispositivos com vários malwares demonstra os graves riscos de segurança que os dispositivos Android mais antigos estão a enfrentar atualmente. Aliás, têm sido vários os casos reportados.

Os investigadores compraram o Motorola X, o Samsung Galaxy A5 2017, o Sony Xperia Z2 via Amazon Marketplace e testaram-nos em laboratório. Além destes, tinham também os smartphones LG/Google Nexus 5 e Samsung Galaxy S6 adquiridos anteriormente. Todos podem ser infetados por malware pelo menos uma vez, enquanto alguns modelos podem ser infetados várias vezes.

 

Mas não será da responsabilidade dos fabricantes a atualização de segurança?

O problema que se coloca, dado que os danos podem ser pesados para os utilizadores, é quem se responsabiliza por este abandono. Segundo a Which?, a responsabilidade dos OEMs é garantir que os utilizadores estejam mais conscientes da duração do tempo durante o qual um smartphone irá receber atualizações. Portanto, tem de haver informação clara que diga ao utilizador que a partir da data X o seu smartphone está “desprotegido”.

A Google assegura nos seus dispositivo Pixel três anos de atualizações de segurança. Além destes, todos os de outras marcas a correr o Android One estão abrangidos pela mesma bitola. Contudo, vários fabricantes não oferecem atualizações com a mesma duração e chegam ao fim do suporte, às vezes, dentro de um ou dois anos.

E os outros sistemas operativos?

A empresa de proteção ao consumidor aponta um termo comparativo entre os sistemas Android, Windows e iOS. Segundo os dados revelados, a empresa responsável pelo Android deveria ter a mesma conduta que tem a Microsoft, ou a Apple.

A título de exemplo, o iOS 13, lançado em outubro de 2019, suporta o iPhone SE, que foi lançado em março de 2016. Da mesma forma, o Windows 7 foi lançado em 2009 e chegou ao seu fim de suporte este ano.

Apesar de várias pressões para que seja colocada a última versão nos dispositivos lançados, a Google não consegue obrigar os fabricantes a tal medida. Contudo, tem tentado, mas sem grande sucesso.

 

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