Epic Games acusa Samsung e Google de bloquearem a instalação de apps rivais
A vitória da Epic Games, ainda que limitada à Europa, trouxe o Fortnite para todos os dispositivos móveis. Este processo ainda parece não estar terminado e há novas movimentações. Agora, a Epic Games acusou a Google e a Samsung da Alphabet de conspirarem para proteger a loja Google Play da concorrência.
A Epic interpôs uma ação em tribunal nos EUA alegando que a funcionalidade de segurança da Samsung Auto Blocker foi criada para desencorajar os utilizadores de descarregar apps de outras fontes que não a Play Store ou a Galaxy Store da Samsung.
Segundo a Epic Games, a Samsung e a Google violam a lei da concorrência ao reduzir a escolha do consumidor e ao impedir a concorrência que tornaria as aplicações mais baratas e com mais alternativas para os utilizadores finais.
Tim Sweeny, presidente executivo da Epic, não fez rodeios e deixou claro com as suas declarações que a Google pretende tornar a sua loja mais segura ao não permitir a instalação de fontes desconhecidas. Claro que alerta também que a gigante tecnológica sabe bem o que significa Fortnite e como funciona.
We’ve filed new antitrust and Unfair Competition Law claims against Google and Samsung. A jury found Google’s practices illegal and we’re concerned that Google is encouraging Android hardware makers and carriers to adopt and continue Google’s unlawful practices in advance of the… https://t.co/gBRFYgripd
— Tim Sweeney (@TimSweeneyEpic) September 30, 2024
Como revela a Epic Games numa publicação no seu site são necessárias 21 etapas até que a instalação da Epic Store esteja concluída a partir do momento do download. Por enquanto, a Google mantém-se em silêncio e a Samsung prevê responder “vigorosamente às alegações infundadas da Epic Games”.
A Samsung afirma que os utilizadores têm a opção de desativar o Auto Blocker a qualquer momento. E aqui a Epic Games sabe que a sua luta será constante como tem sido há anos, mesmo quando enfrentou a Apple e a Google pela comissão de 30% para micropagamentos em ambas as lojas.
Uma luta que acabou por levar o Fortnite a estar disponível no iPhone na União Europeia, bem como em todo o mundo em dispositivos Android através da Google Play Store, após quatro anos. Por outro lado, a Epic Games afirma que o Auto Blocker foi concebido para mitigar o impacto do veredicto que obteve contra a Google em dezembro de 2023, que de alguma forma obrigou a empresa a facilitar a obtenção de aplicações de outras fontes.
O próximo passo da empresa, segundo a Reuters do próprio site da Epic Games, é ir à União Europeia partilhar as suas preocupações, ainda mais quando está por detrás de certas práticas comerciais da Google.
Convém notar que se trata dos EUA, onde a Google perdeu uma ação judicial contra a Epic (pelo contrário, foi a Apple que ganhou praticamente em toda a linha).
Nesse julgamento a Epic acusava a Google de práticas anticompetitivas, usando sua posição dominante para suprimir lojas de apps rivais e cobrar aos developers taxas exorbitantes de até 30%. E, ao vincular a Play Store ao seu serviço de cobrança, argumentou a Epic, o Google restringe a liberdade do developer, excluindo opções alternativas. A acusação era praticamente a mesma da que tinha feito contra a Apple, anos antes, e que terminou quando o Supremo Tribunal dos EUA não aceitou o recurso da Epic.
E qual é a questão agora, do post, nos EUA: a Epic acusa a Samsung, conluiada com a Google, de impedir, na prática, a instalação de apps fora da sua loja e da Google Play.
O que está a fazer a Samsung há de ser igual na UE. Só que na UE a Samsung está tranquila – não é “gatekeeper” a legislação da Lei dos Mercados Digitais, a que obriga a Apple a permitir e facilitar o sideloading de apps de lojas terceiros, não se lhe aplica.
Isto já não é: “Ai bate o pé, bate o pé, iOS igual ao Android na UE é que é!” Passou a ser – “A UE lixa uns e não lixa outros é que é”.
Não vejo agora o pessoal do Android a defender a Epic contra a Samsung e a Google.