Tratado para o plástico: “precisamos de um acordo global para proteger a saúde”
A poluição por plástico não só põe em risco a saúde humana, como prejudica o próprio planeta, conforme corroboram recorrentes estudos. Agora, uma equipa de investigadores apelou à criação de um acordo global sobre este tema, argumentando com a proteção da saúde das pessoas.
Num artigo publicado pelo British Medical Journal, um grupo de investigadores do Revolution Plastics Institute da Universidade de Portsmouth apelou a um acordo global sobre o plástico, na sequência da sua participação nas negociações de um tratado, em Busan, em dezembro passado.
Conforme informação, as negociações lideradas pela Organização das Nações Unidas terminaram sem um acordo, protelando as discussões para 2025.
Com a produção anual de plástico, mundialmente, a atingir, hoje em dia, uns alarmantes 400 milhões de toneladas e prevendo-se que duplique até 2040, os cientistas consideram que os profissionais de saúde desempenham um papel cada vez mais crucial.
Na sua perspetiva, são precisas evidências científicas mais sólidas que demonstrem o impacto da poluição do plástico na saúde humana. Estas fortalecerão o processo do tratado e orientarão a criação de políticas específicas para reduzir a exposição humana a esta poluição.
O tratado para acabar com a poluição por plásticos representa uma oportunidade histórica para proteger a saúde humana.
Para que o tratado esteja à altura deste desafio, o seu texto deve incluir medidas específicas para atenuar os efeitos da poluição plástica na saúde, objetivos em matéria de saúde humana e métricas para medir o progresso no sentido de melhorar os resultados em termos de saúde.
Observou o professor Steve Fletcher, diretor do Revolution Plastics Institute.
Microplásticos e queima de resíduos de plástico preocupam investigadores
O artigo centra-se em dois problemas críticos de saúde relacionados com a poluição por plásticos:
- Microplásticos - Quase omnipresentes, são partículas minúsculas que se encontram no ar que respiramos, nos cursos de água, no gelo polar, no solo e nos nossos alimentos. Os seres humanos estão constantemente a ingerir, inalar e absorver estas partículas. Aliás, foram detetadas em numerosos órgãos e tecidos, desde o cérebro e o sangue até à placenta e ao fígado. Foram mesmo encontrados microplásticos no leite materno e no sémen.
- Queima de resíduos de plástico a céu aberto - A outra questão crítica são os efeitos nocivos para a saúde dos poluentes tóxicos inalados libertados pela queima de resíduos de plástico a céu aberto. As emissões destas queimadas a céu aberto, carregadas de químicos tóxicos, partículas e microplásticos, estão associadas a graves problemas de saúde, nomeadamente infeções respiratórias, doenças cardiovasculares e doenças crónicas.
Segundo Cressida Bowyer, diretora adjunta do Revolution Plastics Institute, que estudou extensivamente os perigos da queima de resíduos plásticos a céu aberto, "com 16% dos resíduos urbanos globais queimados a céu aberto, aumentando para 40-65% nos países de baixo e médio rendimento, as populações vulneráveis suportam o peso desta crise".
Os fumos tóxicos da queima de plástico contribuem silenciosamente, mas de forma mortal, para os encargos globais com a saúde.
Explicou a professora, acrescentando que "é necessária uma ação urgente para eliminar esta prática perigosa e proteger a saúde pública".
Para os especialistas, quanto mais tempo o mundo esperar para finalizar um tratado vinculativo sobre o plástico, mais devastadores serão os impactos da poluição na saúde.
Ok. E a Inculto sou eu…. Vejam… https://mundo-nipo.com.br/maquina-que-transforma-plastico-em-petroleo-e-criada-no-japao/
Infelizmente os lobbies, vão falar mais alto.