O maior, e largamente mencionado, problema associado às alterações climáticas é a emissão de dióxido de carbono para a atmosfera. Então, os EUA querem mobilizar-se e remover milhares de milhões de toneladas de CO2 do ar, todos os anos.
A ideia surgiu, uma vez que a redução das emissões, isoladamente, já não será uma solução eficaz.
A diminuição das emissões globais de dióxido de carbono pode contribuir para reduzir o já notório impacto das alterações climáticas. Contudo, os Estados Unidos da América (EUA) creem que este ato isolado, ainda que protagonizado por todos os países do mundo, já não será suficiente.
Então, numa tentativa de inverter as preocupantes previsões científicas, o Department of Energy (DOE) dos EUA anunciou planos ambiciosos para acelerar o desenvolvimento de tecnologia de remoção de carbono. Com o nome “Carbon Negative Shot”, a iniciativa visa ampliar as tecnologias de remoção de dióxido de carbono e torná-las rentáveis, reduzindo o seu preço para menos de 100 dólares por tonelada.
Dessa forma, poderiam ser removidas milhares de milhões de toneladas de CO2 da atmosfera sem que ao processo estivesse associado um custo demasiado alto. De acordo com o DOE dos EUA, remover mil milhões de toneladas, ou uma gigatonelada, seria o equivalente a eliminar a poluição produzida por 250 milhões de veículos, num ano.
Para que a iniciativa seja um sucesso, a DOE terá de gerir a quantidade de energia necessária para extrair a quantidade de CO2 que promete. Afinal, se não for cuidadosamente planeada, as tecnologias de remoção de dióxido de carbono da atmosfera poderão contribuir para o problema que estão a tentar resolver.
O mundo está empenhado em remover o CO2 da atmosfera
Por forma a atingir o ambicioso objetivo, o DOE dos EUA terá de melhorar significativamente a tecnologia das instalações de remoção de dióxido de carbono que já existem, bem como propor outras.
Neste momento, a maior instalação do mundo de captação direta de CO2 está em funcionamento na Islândia, e dá-se pelo nome de Orca. Atualmente, é capaz de extrair 4.000 toneladas de dióxido de carbono, posicionando-se muito aquém do sonho americano.
Além desta, existe uma outra albergada pela Escócia. Construída em colaboração com a empresa britânica de transição energética, Storegga Geotechnologies, e a empresa canadiana de tecnologia de captura de dióxido de carbono, Carbon Engineering, acabará por remover até um milhão de toneladas de CO2 por ano, de acordo com as duas empresas.
Segundo os avisos que vão sendo lançados pelos especialistas, as tão mencionadas emissões zero não se concretizarão se as medidas se prenderem apenas com a sua redução. Conforme salientou a Union of Concerned Scientists (UCS): “Precisamos de remover ativamente o dióxido de carbono da atmosfera ou compensar os seus efeitos.”
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