Não há uma fórmula mágica para definir o mercado da música e, por mais que as tendências empurrem os consumidores, estes têm decisão soberana sobre o que querem ou não consumir. Esta verdade, mesmo depois de quase não se ouvir falar em música nos CDs, depois de terem desaparecido as cassetes e de estar na moda o streaming, o velho e bom disco de Vinil ainda reina e não está para desaparecer.
Segundo dados da empresa Nielsen Music, a compra de discos de Vinil cresceu no último ano cerca de 38%. Yes!… O puro som da música está a voltar!
Para quem nasceu e cresceu no tempo em que o rei era o disco de Vinil, está presente na memória o som mais “real” da música quando outros formatos tomaram conta desse segmento. A guerra entre os audiófilos pelo purismo do som resvalou quando a indústria da música quase erradicou o Vinil em favorecimento do CD, mais pequeno, mais barato e mais “poderosos” em armazenamento.
Mas nesta fase, o som melhorou? O mercado afinal diz que não.
Na passada terça-feira, a Nielsen Music apresentou o seu relatório semestral de 2015, dando a conhecer que o consumo de música teve um incremento de 14%, nos primeiros seis meses deste ano.
O que potenciou esse grande número? Bom, temos visto que as empresas de streaming não param de pressionar o mercado com ofertas de todos os meios. A música via streaming dos populares serviços do tipo Spotify, Google Music e do mais recente Apple Music, cresceram no último ano cerca de 92,4%, com uma oferta ao mercado de 135 mil milhões de temas musicais propagados pelos fios da Internet… o que afinal fez a venda de música digital streaming crescer 23%. Isto conforma a tendência do início deste ano?
Mas será que o ressuscitar dos LPs é apenas uma moda? A empresa de estudos de mercado, Nielsen reporta uma estatística que pode deixar claro que é muito mais que uma moda. Este mercado dos LPs cresceu no último ano cerca de 38%:
As vendas de álbuns em Vinil representam já cerca de 9% das vendas dos álbuns físicos.
Declarou a Nielsen.
Mas quem lidera as vendas de música vendida em discos de Vinil?
Nada mais nada menos que a cantora e compositora da indústria da música Taylor Swift, com o seu álbum 1989, que já vendeu 33.500 LPs. Swift que, recentemente, entrou em rota de colisão com a gigante Apple, com uma forte crítica à pretensa política que a empresa teria com os músicos no seu novo serviço, o Apple Music, ao não querer pagar aos músicos durante os 3 meses de oferta gratuita aos utilizadores. Posição que obrigou a Apple a vir a público mudar a sua versão e afirmar que pagará sempre aos músicos.
Logo atrás de Swift no top de Vinil aparece Sufjan Stevens’ Carrie & Lowell, The Arctic Monkeys’ AM (lançado em 2013), Alabama Shakes’ Sound & Color e, em quinto lugar, nada mais que Miles Davis com o álbum Kind of Blue, que vendeu já 23.200 cópias em 2015.
Outro dado interessante que o documento da Nielsen descobriu é que as vendas de álbuns digitais estabilizaram em comparação com o ano passado e as vendas de temas digitais caíram 10%. Também, sem surpresa foi detectado que as vendas de CDs caíram 10%.
Quando a Nielsen reportou em 2010 que, no ano anterior, tinham sido vendidos 2.5 milhões de álbuns em Vinil, foi uma surpresa pois tinha sido o ano que mais Vinis se havia vendido desde que o registo começou a ser feito neste segmento, isto em 1991. Cinco anos depois este número dobrou, a Nielsen contabilizou 5.6 milhões de discos de Vinil vendidos. Poderá estar a aparecer um ligeiro abrandar de gravações neste formato, mas há também iniciativas que estão a incentivar os músicos a gravar os seus álbuns em Vinil, até em projectos crowdfunding.