Com a procura de carros elétricos a cair, aproxima-se uma aguerrida concorrência por via da tática que poderá cativar mais consumidores: os preços. Especialistas estão preocupados com a indústria alemã, especialmente.
Os consumidores não estão a seguir o caminho dos elétricos à velocidade esperada e, por isso, a procura por modelos eletrificados, na Europa, está a diminuir. Isto significa que as marcas estão a acumular stock nos seus concessionários. Este é, na perspetiva de especialistas, o cenário ideal para o início de uma guerra de preços fervorosa, na qual a concorrência chinesa parece querer marcar o passo.
De modo a tentar compensar os danos que resultaram do fim dos incentivos à compra de carros elétricos e procurando evitar o colapso das vendas, várias marcas estão a oferecer descontos significativos.
De entre elas destacam-se as fabricantes chinesas de elétricos, desde a Great Wall Motor, até à BYD, que lutam para ter (cada vez) mais relevância na Europa. Efetivamente, estas têm tentado, a vários custos, ganhar quota de mercado por cá.
Na perspetiva de analistas da indústria automóvel alemã, vocalizados por Constantin M. Gall, especialista em mobilidade da EY, “a procura quase não existe, está a chegar perto de zero”. Para eles, a indústria automóvel alemã está a enfrentar “uma confusão”.
Estamos nos estágios iniciais de uma guerra de preços.
Disse Michael Ziegler, presidente da associação do setor automóvel de Baden-Württemberg, referindo-se, especialmente, à Alemanha.
A guerra de preços dos elétricos, na Alemanha e, também, na Europa, não é alimentada apenas pelas fabricantes chinesas, tendo também cunho das ocidentais, que têm conduzido descontos outrora inacreditáveis, de modo a responder à ofensiva asiática, competitivamente.