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Polestar 2 é um exemplo da enorme desvalorização dos novos automóveis elétricos

Estes são tempos de reflexão para a Polestar. A antiga divisão desportiva da Volvo foi transformada pelo Grupo Geely numa marca própria para competir no segmento dos automóveis elétricos de topo. Um movimento estranho, dado que a Volvo já está nesse segmento, bem como outras marcas próprias, como a Zeekr. Possivelmente, esta opção estará já a mostrar os seus efeitos. A desvalorização dos novos elétricos começa a sentir-se.


Usados elétricos serão “ao preço da chuva”

No ano passado, a Polestar entregou um total de 54.600 unidades, um crescimento de 6%. Mas as contas não batem certo e a marca tornou-se uma fonte de prejuízos para os seus principais acionistas, a Volvo e a Geely, que viram as ações caírem 79,8% num ano.

Apesar disso, os parceiros mantêm-se firmes, embora com algumas mudanças, como a redução da força de trabalho e o investimento da Polestar, que precisa de reduzir urgentemente os custos para evitar ficar sem combustível.

Além disso, precisam de lançar e promover as suas novas ofertas, como o Polestar 3 e 4, que deverão aumentar as margens de venda.

A somar a tudo isto, a Volvo decidiu separar-se da jovem empresa e fez saber que vai desfazer-se das ações. Esta pode ter sido uma boa notícia para os investidores.

Os preços do Polestar 3 começam nos 94.900 euros e o modelo já pode ser encomendado. Segundo a marca, as primeiras entregas estão previstas para o 2.º trimestre de 2024.

Depreciação do Polestar 2

Apesar de a marca estar a afastar-se da sombra da Volvo e a caminhar pelos seus próprios pés, a verdade é que as últimas notícias não são animadoras. A empresa de aluguer Hertz, por exemplo, cancelou uma grande encomenda que tinha feito à Polestar.

Tudo isto, somado à guerra de preços que se desencadeou no último ano, está a afetar o valor dos modelos em segunda mão de um Polestar 2 que, no mercado americano, viu o seu preço cair mais do que significativamente.

Pesquisando um pouco nos sites do país, onde se encontram os usados de 2021, encontramos unidades Long Range RWD, com apenas 50.000 km no seu odómetro, com preços a partir de 24.999 dólares (cerca de 23 mil euros). Ou seja, uma desvalorização de 50% em apenas dois anos e meio.

Atualmente a oferta da Polestar de unidades novas está com preços igualmente mais atrativos, face ao que foi praticado no lançamento, como podemos ver aqui.

É por isso que, segundo os analistas, a Polestar não deveria ser cotada em bolsa de forma autónoma. Estima-se que a empresa necessitará de uma injeção de mais 1000 milhões de dólares para se manter em funcionamento nos próximos 12 meses.

Em Portugal, o Polestar 2 tem preços a partir de 53.400 euros para a versão de série com uma bateria pequena (546 km WLTP) e uma versão de tração traseira com uma bateria de maior capacidade, 655 km WLTP, que começa nos 56.900 euros.

Isto coloca-o no meio-termo entre as propostas da Tesla, com um Model Y que baixou substancialmente os seus preços para 42.990 euros para o Standard, 455 km WLTP, e 49.990 euros para o Long Range Dual Motor (533 km WLTP) e outros como o BMW i4, que começa nos 56.900 euros na sua versão mais económica, 479 km WLTP, e 64.100 euros para o modelo eDrive40, com 585 km WLTP.

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