A Noruega é dos países do mundo que mais está a investir na mobilidade elétrica. Afinal, o país tem como objetivo a descarbonização e, segundo crê, este é um dos passos essenciais. Contudo, e apesar disso, não pretende fechar as suas reservas de petróleo.
De acordo com um novo inquérito, a maioria da população é a favor da continuação da exploração das reservas disponíveis no país.
Atualmente, a Noruega é o país que mais está a apostar na transformação da mobilidade. Isto, para concretizar os objetivos que estabeleceu e ir ao encontro dos da União Europeia. Aliás, a taxa de carros elétricos vendidos está a crescer a olhos vistos (em junho, os carros com motor de combustão representavam apenas 8,2% das vendas) e o país tem o maior número de carros elétricos per capita.
Apesar desta realidade, um inquérito da Norstat realizado pela NRK revelou que a maioria da população norueguesa apoia e é a favor da continuação da exploração das reservas petrolíferas disponíveis no país. Os resultados do inquérito indicaram que 55% dos cidadãos, com idade legal para votar, querem que a exploração petrolífera continue.
Afinal, além de essas reservas permitirem que a Noruega seja o maior produtor de petróleo da Europa Ocidental, grande parte da sua riqueza depende delas. Os resultados chegaram a meio do lançamento das próximas eleições do país, tendo estimulado o debate. Segundo Lan Marie Berg, a principal candidata dos Verdes, embora os políticos do país tenham vindo a mencionar a crise climática e as soluções para a Noruega as travar, nunca referiram a extração do petróleo.
Pelo ambiente eleitoral instalado no país, a política petrolífera consta da agenda dos diferentes partidos e é parte das campanhas que começarão em breve. Além disso, os últimos alertas da Organização das Nações Unidas (ONU) provocaram uma onda de posições dos vários partidos e da própria sociedade.
De acordo com António Guterres, Secretário-Geral da ONU, o novo relatório sobre as alterações climáticas “deve significar o fim do carvão, do petróleo e do gás”. Portanto, estando as opiniões na Noruega divididas, será difícil agradar a gregos, a troianos e ao clima.