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NIO terá um carro elétrico em 2023 de 1.000 quilómetros. Mas a bateria custa um rim!

Atualmente os carros elétricos (VE) enfrentam um panorama complexo. As pessoas querem carros baratos, mas as matérias primas estão caras. Nesta equação, certos componentes são caríssimos, ao ponto de uma bateria custar o valor de um Mercedes ou de um BMW. Mesmo assim, a NIO vai lançar um VE com uma autonomia de mil quilómetros.


Carro elétrico com bateria que custa “um rim”

Seguramente que o rim nesta alusão estará muito bem valorizado, apesar de a vida não ter preço. Contudo, a vida de uma bateria para mil quilómetros por carga tem de ser muito bem suportada. E é onde se encontra o calcanhar de Aquiles do novo NIO 100% elétrico.

A indústria está num círculo vicioso: os custos de fabrico são muito elevados e, por conseguinte, o preço de retalho tem de ser elevado. Com preços elevados, alcance limitado e redes de carregamento limitadas, é difícil para o cliente escolher a tecnologia. E sem uma base de clientes suficiente, os custos de fabrico continuam a ser muito elevados. Portanto, aqui existe de facto uma espécie de “pescadinha de rabo na boca”.

A NIO, fabricante chinesa de automóveis com sede em Xangai, especializada em projetar e desenvolver veículos elétricos e autónomo, decidiu, no entanto, fornecer uma solução para aqueles que procuram um carro elétrico com um alcance muito longo. A sua bateria de 150 kWh semi-sólidos é capaz de armazenar eletricidade suficiente para cobrir 1.000 quilómetros. O problema é o mesmo de sempre: o preço.

 

Tão cara como um Mercedes Classe C

As baterias de estado sólido são uma das grandes promessas e aspirações da indústria. Os dados que prometem são muito encorajadores para a expansão do carro elétrico: 50% mais capacidade do que o modelo atual, uma vida útil mais longa e uma recarga até seis vezes mais rápida.

Numa explicação rápida, podemos referir que uma bateria de estado sólido é uma tecnologia de bateria que usa elétrodos sólidos e um eletrólito sólido, em vez dos eletrólitos líquidos ou de gel de polímero encontrados nas baterias de iões de lítio, ou de polímero de lítio.

Acredita-se que a tecnologia de bateria de estado sólido ofereça densidades de energia mais altas ao ativar ânodos de metal de lítio. Estas baterias podem evitar o uso de materiais perigosos ou tóxicos encontrados em baterias comerciais, como eletrólitos orgânicos.

Como a maioria dos eletrólitos líquidos é inflamável e os eletrólitos sólidos não são inflamáveis, acredita-se que as baterias de estado sólido apresentam menor risco de incêndio. São necessários menos sistemas de segurança, aumentando ainda mais a densidade de energia. Estudos recentes mostram que a geração de calor no interior é de apenas ~ 20-30% das baterias convencionais com eletrólito líquido sob fuga térmica.

 

NASA desenvolve testes com estas tecnologias

Mas antes de dar o salto para esta tecnologia – a Nissan, que colabora com a NASA, diz que poderia ter uma disponível até 2025 – a NIO trará uma bateria semi-sólida para o mercado no final deste ano. A estrutura desta bateria está algures entre os acumuladores de energia de hoje e os do futuro, mas promete densidades de energia muito elevadas.

De acordo com a marca, esta bateria terá uma capacidade de 150 kWh, ou seja, 50% mais do que a sua maior bateria. Para lhe dar uma ideia, atualmente os carros com baterias de 100 kWh na Europa são as versões topo de gama da Mercedes ou BMW. Em ambos os casos, contudo, os seus veículos ficam muito aquém destes milhares de quilómetros de alcance.

O problema, como sempre, é o preço elevado. Segundo o CEO e fundador da empresa, uma única bateria semi-sólida custa tanto como uma NIO ET5, um carro que custa entre 45.000 e 50.000 euros na China. Por outras palavras, tal bateria custa tanto como um Tesla Modelo 3 ou um Mercedes Classe C.

A NIO confirmou, portanto, que não irá oferecer a bateria para venda por enquanto, mas que a irá oferecer como um serviço para a tornar rentável.

Os carros elétricos da NIO têm a possibilidade de trocar as suas baterias e, no momento da compra, o cliente escolhe se quer comprar o carro e a bateria ou comprar o carro e subscrever o serviço de baterias.

 

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