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Produção de lítio para as baterias dos Tesla é “menos poluente do que 30 chávenas de café”

É interessante o debate sobre o quanto é poluente produzir lítio necessário para as baterias de um carro elétrico Tesla. Segundo muitas das críticas, a poluição começa logo pela utilização de grande quantidade de água necessária para produzir este lítio. Contudo, um especialista alemão em armazenamento de energia eletroquímica vem dizer que afinal não é bem assim.

Cálculos feitos, a conclusão é que para produzir lítio necessário para uma bateria de 64 kWh, a água gasta é equivalente à usada para produzir 30 chávenas de café!


Água para produzir lítio para uma bateria vs água para produzir abacates

O lítio ainda é um elemento de discórdia no meio da discussão sobre os benefícios dos veículos elétricos (VE). Segundo o investigador Maximilian Fichtner, Diretor do Instituto Helmholtz de armazenamento de energia eletroquímica na Alemanha, muitas críticas são imprecisas.

Em declarações ao portal Tagesspiegel Background, o investigador afirmou que a produção das baterias de carros elétricos não é tão poluidora quanto o que os críticos dos VE sugerem.

Para produzir o lítio para uma bateria de 64 kWh, por exemplo, são “consumidos” cerca de 3840 litros de água. De acordo com Fichtner, é um valor obtido a partir de métodos de “cálculo normais”. Isto é assim comparável à produção de 250 gramas de carne bovina, 10 abacates, 30 chávenas de café, ou meio par de jeans.

Segundo o especialista em baterias, o lítio é utilizado em grandes quantidades noutras áreas, mesmo antes dos carros elétricos. Ou seja, as baterias de iões de lítio também são amplamente utilizadas em dispositivos móveis, que são universalmente aceites hoje em dia.

Sempre me surpreende que o público nunca fale sobre lítio nos computadores portáteis ou nos telemóveis – mas de repente é um problema com o carro elétrico.

Exclamou o investigador alemão.

 

Tesla vai remover terras raras do processo

O consumo de água envolvido na produção de lítio para as baterias de carros elétricos é apenas a ponta do iceberg. Fichtner faz estas estimativas para uma unidade de 64 kWh, que será um meio-termo da oferta no Tesla Model 3, cujas versões de longo alcance podem facilmente ir além de 450 km por carga.

Uma bateria de um carro elétrico pode permanecer impecável com 2000 ciclos de carga completa. Nesse sentido, isso poderia equivaler a uma distância total de cerca de 900000 km, usando os cálculos atuais.

Se existir um termo de comparação em relação à durabilidade dos produtos no tempo, as baterias de iões de lítio da Tesla são realmente menos poluentes do que outros itens quotidianos acima mencionadas. Cerca de 2000 ciclos de carregamento, afinal de contas, seriam provavelmente equivalentes a anos de uso médio de VE.

Empresas como a Tesla estão a trabalhar arduamente para melhorar as suas células de bateria. Na verdade, a Tesla evoluiu substancialmente as suas baterias. Como resultado, o investigador espera que as baterias dos carros elétricos tenham uma vida útil média de 3000 ciclos até 2025, o que tornaria as baterias VE ainda mais ecológicas.

 

O problema do Cobalto nas baterias

Segundo a sua conversa, o investigador discutiu um dos temas mais sensíveis em torno da produção de baterias: o cobalto. O cobalto desenvolveu uma reputação muito negativa devido às condições deploráveis em minas de cobalto nas áreas de extração como existem no Congo.

Felizmente, muitos fabricantes de automóveis estabeleceram um compromisso desde então. A utilização deste metal nos seus carros elétricos só era fornecido a partir de áreas que cumpram normas rigorosas. A Tesla faz isto e muito mais, pois está a tentar desenvolver baterias sem cobalto para uso num futuro próximo.

Nesse sentido, para já os fabricantes de carros elétricos estão num jogo de redução de cobalto. Contudo, a Tesla tem uma vantagem notável. Isto porque as baterias usadas no recém-chegado ID.3 da Volkswagen, por exemplo, contêm cerca de 12 a 14% de cobalto. O Tesla Model 3, por outro lado, só contém cerca de 2,9% de cobalto.

Apesar desta utilização, Fichtner prevê que, se as coisas correrem bem, as baterias sem cobalto poderiam entrar no mercado já em 2025.

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