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França avisa: “posição rígida” da UE sobre emissões dos carros beneficia a China e a Tesla

Os limites de emissões que a União Europeia (UE) quer impor ao setor automóvel têm sido contestados, com avisos a surgir de governos e fabricantes. Agora, ministros franceses alertam para o facto de as novas regras beneficiarem a China e a Tesla.


Para 2025, a UE tem planeadas metas de redução de emissões de dióxido de carbono: para apenas 94g/km, num corte de 19%. As fabricantes que não forem capazes de cumprir este objetivo terão de pagar multas.

Desde o anúncio destas metas, várias fabricantes e governos têm dirigido queixas, alertando que estas poderão custar milhares de milhões de euros a cumprir, num contexto de abrandamento da procura de veículos elétricos.

Conforme avançado pela imprensa, o Grupo Volkswagen, da Alemanha, estimou que os padrões de emissões da UE custariam à empresa 1,5 mil milhão de euros este ano. Da mesma forma, a Renault poderá ter de pagar multas ou remunerar uma fabricante de veículos elétricos para o ajudar a atingir os objetivos.

 

França pede suspensão das multas às fabricantes europeias

Agora, ministros franceses estão a pedir à Comissão Europeia que suspenda imediatamente as normas relativas às emissões dos automóveis, alegando que o regulamento beneficia a Tesla e as fabricantes de automóveis chinesas.

Segundo os três ministros, incluindo o ministro da Europa Benjamin Haddad, o ministro da Indústria e Energia Marc Ferracci e a chefe de ecologia Agnes Pannier-Runacher, num artigo de opinião publicado no Les Echos, a implementação do regulamento “seria um erro político que prejudicaria a credibilidade da nossa União e a sua estratégia industrial”.

Uma posição rígida resultaria na transferência de milhares de milhões para as fabricantes chinesas, algumas das quais conquistaram a sua quota de mercado europeu através de práticas comerciais desleais, ou para a Tesla, cujo diretor-executivo Elon Musk está a atacar abertamente os regulamentos e valores europeus.

Os três ministros referem-se a uma “sword of Damocles” que põe em perigo um setor que emprega cerca de 3,5 milhões de europeus.

Apesar de elogiarem a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, por abrir um diálogo sobre o futuro da indústria automóvel, afirmam que as multas devem ser suspensas e que as fabricantes devem poder suavizar os objetivos em três a cinco anos, até 2030.

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