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EUA definem medidas ambiciosas, mas não querem forçar a transição elétrica

Depois da União Europeia (UE), agora, também os Estados Unidos da América (EUA) estão a trabalhar no sentido da transição elétrica. No entanto, não pretendem forçá-la.


Embora não seja, ainda, uma solução unânime, a transição elétrica é o caminho que está a ser traçado. Além da Europa, também os EUA estão a enveredar por ele e a definir medidas, nomeadamente, para a redução das emissões de gases com efeito de estufa.

Em 2022, 5,8% de todos os 13,8 milhões de carros novos nos EUA foram puramente elétricos.

Segundo adiantam os órgãos de comunicação social americanos, a Agência de Proteção Ambiental (em inglês, EPA) prevê que, em 10 anos, dois em cada três automóveis novos no país serão puramente elétricos. Caso a proposta que prevê uma transição elétrica seja adotada, será “o plano de redução de emissões de veículos mais agressivo dos EUA até à data, exigindo 13% de redução média anual da poluição”, de acordo com a Reuters.

 

EPA procura eletrificar uma parte da frota dos EUA

Entre outras coisas, a EPA propõe que as emissões dos automóveis sejam reduzidas em 56%, até 2032. Ora, este valor só deverá ser atingível com a eletrificação de uma parte da frota americana. Além disso, a proposta sugere que 50% dos camiões e veículos de recolha de lixo, 35% dos tratores de pequeno curso e 25% dos camiões de longo curso sejam elétricos, até 2032.

Estas normas são muito ambiciosas e seguem o sentido de urgência que o Presidente e esta administração têm para enfrentar a crise climática.

Explicou Michael Regan, administrador da EPA, à Reuters.

Michael Regan, administrador da Agência de Proteção Ambiental (em inglês, EPA) dos EUA

Mais do que isso, e diferentemente dos passos dados pela UE, o executivo disse que não se compromete com uma data para a eliminação dos veículos de combustão interna, pois a proposta não procura ser um mandato para os elétricos, mas antes uma “norma baseada no desempenho”.

A EPA estima que custaria mais cerca 1.200 dólares, por veículo, para assegurar o cumprimento dos objetivos propostos. Contudo, para os clientes, espera que seja, globalmente, mais barato: apesar do custo inicial mais elevado, os consumidores poderão poupar uma média de mais de 9.000 dólares em custos de combustível, manutenção e reparação, durante um período de oito anos.

Considerando os objetivos de eletrificação de uma parte da frota americana, espera-se que as medidas para os anos-modelo 2027-2032 resultem numa poupança de mais de 9.000 milhões de toneladas de dióxido de carbono, até 2055.

Na proposta, a EPA não estabelece quotas de vendas anuais. No entanto, ao abrigo da Clean Air Act, a agência pode limitar a poluição gerada pelo número total de automóveis que uma fabricante vende. Assim sendo, pode estabelecer um valor que só é alcançável com uma determinada percentagem de vendas de veículos elétricos.

Portanto, em 2030, a EPA assume que 60% das vendas totais das fabricantes serão de carros elétricos e, em 2032, a percentagem subirá para 67%.

Muito tem de correr bem para que esta mudança maciça – e sem precedentes – no nosso mercado automóvel e base industrial seja bem sucedida. Fatores alheios ao veículo, como a tarifação das infraestruturas, as cadeias de abastecimento, a resiliência da rede, a disponibilidade de combustíveis com baixo teor de carbono e minerais críticos determinarão se as medidas da EPA a estes níveis são exequíveis.

Recordou John Bozzella, CEO da Alliance for Automotive Innovation, que representa General Motors, a Volkswagen, e a Toyota.

 

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