Linux Kernel 2.6.29
Foi recentemente lançada a versão 2.6.29 do Kernel de Linux. Apesar do incremento da versão ser insignificante, existem novidades de grande relevo. Vamos deixar descritas, as novas funcionalidades que poderá esperar deste Kernel, assim que chegar à sua distribuição de Linux favorita.
Antes de mais, refiro que não é engano a imagem que viu anteriormente. Esta versão teve uma mudança temporária de mascote, mas por uma boa causa, dêem as boas vindas ao Tuz. O Tuz simboliza o diabo da Tasmânia disfarçado de Pinguim. A ideia e desenho da mascote, partiu de Linus Torvalds, que pretende com este gesto alertar a humanidade, para que contribua para salvar esta espécie em vias de extinção. Mas, vamos às principais novidades propriamente ditas:
Kernel Modesetting
Quando se fala acerca de "mode setting" em Linux, significa configurar parâmetros, como a resolução de ecrã e profundidade de cores. Noutras palavras, configurar o que for necessário, numa placa gráfica de modo a prepará-la para mostrar imagem no ecrã. Foi implementado um mecanismo no novo kernel, que permite que se centralize o módulo Modesetting, nos drivers do kernel. Pode parecer que isto exige muito código dos programadores envolvidos, mas é precisamente o contrário. Apenas existe um pedaço de código a controlar o Modesetting, o que significa que toda a infraestrutura responsável por esta tarefa, fica mais pequena e simplificada. Os utilizadores poderão ver algumas das vantagens, desta reestruturação, precisamente nos seus computadores portáteis. A partir de agora, as tarefas de suspender e resumir, têm mais probabilidades de funcionar, devido ao trabalho que é delegado para o driver de kernel, tal como era até agora feito em outros dispositivos no kernel.
Btrfs
Este é o novo sistema de ficheiros, desenvolvido de raiz, baseando-se nos princípios por detrás de outros sistemas de ficheiros como ZFS, WAFL, etc... Foi criado por Chris Mason, um engenheiro da Oracle, que trabalhou bastantes anos no Reiser v3. É esperado ser o sucessor natural, dos sistemas de ficheiros de prefixo Ext. Como ainda está num estado considerado instável e está a ser alvo de um forte desenvolvimento, não é aconselhável para uso numa máquina de produção.
Squashfs
O Squashfs é um sistema de ficheiros comprimido, que é conhecido por ser usado nos Live CDs das mais conhecidas distribuições de Linux e distribuições embutidas em Routers. É incluída no kernel a versão 4.0 deste sistema de ficheiro, que suporta 64 bits e ficheiros maiores que 4 GB.
Suporte de 4096 CPUs
Para quem não acreditava que o Linux suportava múltiplos processadores/cores, desengane-se: este kernel garante-lhe que pode ter numa máquina, 4096 processadores a trabalhar em paralelo. Foi feita uma extensa reengenharia do código que permite que este processamento paralelo, não traga nenhumas desvantagens a nível de peso computacional, para máquinas com menor capacidade.
Suporte WiMAX
O novo kernel inclui suporte WiMAX. Esta tecnologia usada na área de telecomunicações, disponibiliza transmissões Wireless de dados usando uma variedade de modos de transmissão. Pode disponibilizar até 75 Mbits de velocidade de largura de banda, sem necessidade de qualquer ligação física.
Suporte de Access Point
O novo stack wireless mac80211, suporta o modo AP (Access Point). Um AP é um dispositivo fundamental numa rede, para ligação a esta de vários dispositivos móveis.
eCryptfs
O eCryptfs implementa de uma forma transparente a encriptação dos conteúdos de um ficheiro. Nesta versão pode encriptar o nome de um ficheiro, via um mecanismo derivado de uma passphrase, à base de uma chave de encriptação usada no nome de um ficheiro.
Congelamento do sistema de ficheiros
Até agora o Linux não tinha uma funcionalidade para suspender os pedidos de escritas. Assim sendo, não era possível fazer uma cópia de segurança, que mantivesse o sistema de ficheiros consistente com as funcionalidades do dispositivo (snapshot e replicações). Esta nova funcionalidade é implementada nesta versão do kernel, equiparando esta funcionalidade às existentes em sistemas de ficheiros comerciais
Ext4 sem jornaling
Houve uma certa controvérsia desde o nascimento do Ext3 por parte de muitos utilizadores que nunca quiseram usar um sistema de ficheiros "journaling", tendo alguns inconformados revertido para o Ext2. A pensar em todos os utilizadores, neste kernel é implementada uma versão sem "journaling" do Ext4. Isto traduz-se num aumento na performance do sistema, comparado com o modo normal do mesmo sistema de ficheiros. Esta nova vertente do Ext4 traz também uma melhoria significativa em relação ao Ext2
Apesar das novidades referidas anteriormente, serem apenas algumas das muitas anunciadas no novo kernel, existem ainda muitas correcções de bugs. É particularmente interessante, da minha óptica pessoal o suporte WiMAX, confirmando a grande capacidade ao nível de telecomunicações e redes que o Linux sempre foi conhecido, e tem conseguido consolidar por mérito próprio. Ficarei também atento, de modo a testar as inovações presentes no novo sistema de ficheiros Btrfs.
Fonte: Linux Kernel Newbies
Este artigo tem mais de um ano
SE ALGUEM PUDER AJUDAR…
Boas
hoje enganei me e em vez de ligar o transformador do disco externo (12v) liguei o do meu portatil ao disco que é de 19v… resultado… o disco agora nem acende a luz… nem o cpu o reconhece… acham que foi á vida? ou ainda ha hipotese de fazer alguma coisa para o salvar?
Obg
Miguel
Desculpem o offtopic…
Antes de mais, os meus parabéns pelo artigo. Agora gostava que me prestassem um esclarecimento:
“A pensar em todos os utilizadores, neste kernel é implementada uma versão sem “journaling” do Ext4. Isto traduz-se num aumento na performance do sistema, comparado com o modo normal do mesmo sistema de ficheiros.”
Se a versão do Ext4 sem “journaling” tem uma performance maior, qual é a vantagem do Ext4 com “journaling”?
Cumps
o ubuntu jaunty nao vai usar este kernel pois nao? axam viavel o ext4 ou mais vale ficar pelo ext3 durante algum tempo?
Mig@s, passa no fórum para o pessoal te tentar ajudar, é para isso que ele serve.
Cumps
@CientistaMaluco
O sistema com journaling, julgo que tem menores probabilidades de sofrer corrupção de dados.
http://en.wikipedia.org/wiki/Journaling_file_system
@ Pedro
“O sistema com journaling, julgo que tem menores probabilidades de sofrer corrupção de dados.”
Correcto, o journaling é como um log, que guarda todas as alterações ao sistema de ficheiros, assim se algo correr mal, sabe-se o que foi e é mais fácil de voltar atrás.
Parabéns pelo artigo Rui e pelo destaque que tens dado ao Linux.
De facto esta nova versão do kernel trás novidades muito interessantes. Estou bastante expectante relativamente ao btrfs, sistema de ficheiros que promete coisas fantásticas.
Relativamente ao ext4, recomendo vivamente a utilização deste sistema de ficheiros para as vossas instalações; é muito mais rápido do que o seu antecessor. Estou a utilizá-lo à cerca de um mês e ainda não tive qualquer tipo de problemas.
@phoenux
Obrigado pelo elogio, não é todos os dias que recebo elogios de falar de Linux 🙂
@Rui Oliveira: então apresento as minhas desculpas por não ter dito nada antes… acho que os teus artigos são importantes para todos aqueles que como tu apreciam o software livre; além disso penso que era uma temática que já fazia falta ao pplware.
Da minha parte obrigado pelo teu trabalho e fica descansado, que mesmo em silêncio eu e outros continuaremos a seguir o teu trabalho. Um abraço.
Tambem gostei do artigo. Keep going!
Rui, ta descansado k existem muitas mais pessoas que seguem avidamente o teu trabalho.força nisso.,..
Bem.. stressante tem sido a luta no Ubuntu com a Atheros wifi do Aspire One… cada update que faço… so me modifica os drivers e puff… tenho que fazer mil tweaks para voltar a funcionar… decididamente eles deviam compatibilizar melhor o Wireless do Aspire One… ta cheio de bugs 🙁 … ath5k vs madwifi… qual dos 2 o pior … 😀
Bravo…
Uso Linux há dois anos… e o desenvolvimento tem sido extraordinário….
Abraço e parabéns ao site pela divulgação.
@Mig@s
Desmonta o disco… pelo menos a informação do disco deve estar lá e o disco estar ok, muito possivelmente só queimastes a placa do disco.
Quanto ás novidades estou é à espera do Wimaxx… pelo que vi tem alcance de Km’s, embora não seja uma tecnologia que o Linux desenvolveu, bem haja ao seu suporte. 🙂
Rui,
reforço o comentário do phoenux.
Força ai!
artigo muito fixolas
só um reparo: fala-se no artigo (e nos comentarios de alguns) de “Btrfs” e diz-se que é muito bom mas ninguém explica minimamente no que é q vai ser melhor. fui procurar (pouco) na net por isto mas a terminologia também não é muito user-friendly. será que não podes falar do assunto de um modo que um leigo (como eu) possa perceber umas coisas e passar a saber porque será “tão bom”?
Btrfs>
* Space-efficient packing of small files and indexed directories
* Dynamic inode allocation (no maximum number of files set at file-system creation time)
* Writable snapshots and snapshots of snapshots
* Subvolumes (separate internal filesystem roots)
* Object-level mirroring and striping
* Checksums on data and metadata (for strong integrity assurance)
* Compression (enabled by the mount option -o compress)
* Copy-on-write logging for all data and metadata
* Strong integration with device mapper for multiple device support, with several built-in RAID algorithms
* Online filesystem check and very fast offline filesystem check
* Efficient incremental backup and file-system mirroring
* Upgrading of filesystems from ext3fs to Btrfs, and conversion back to the point of upgrading
* Solid-state drive (SSD) optimized mode (activated through the mount option -o ssd; no additional wear levelling through filesystem)
* Online defragmentation
* Seed device support
http://en.wikipedia.org/wiki/Btrfs
http://en.wikipedia.org/wiki/Comparison_of_file_systems
@A friend
Experimenta o EEEbuntu. Já percebeste que é uma distro baseada no Ubuntu, mas com alteração para netbooks, vem prontinha para ficar a funcionar com qq eee ou clone.
@ Mig@s
Oi
penso que, pelos meus conhecimentos de electricidade… DEU-SE UM CURTO CIRCUITO.
Passo a eexplicar:
1ªo disco só consome 12v dos 19 enviados;
2ªOs 7v que nao sao consumidos voltam pra tras na corrente (cargas negativas), que se encontram com as cargas positivas e provoca um conflito que pode ter danificado o teu disco (curto circuito) e queima os componentes.
Manda para reparação para averiguarem o problema.
Não tenhas grandes esperanças em recuperar os dados, mas há sempre algo a fazer…
Espero ter sido esclarecedor e ter ajudado.
Abraço.
Cláudio Duarte
@Cláudio Miguel
Não é bem assim,
O disco só vai consumir a corrente “Amperes” que necessita, podes ter disponível 10Amperes de corrente numa tensão de 12v mas só te vai consumir o que for necessário, por exemplo 1A.
Agora se ligas 19V em vez de 12V, pufff os disco foi a vida.
Tensão e corrente duas coisas totalmente diferentes.
Cumps
Bom artigo !!!
Só não dou linux como solução para algumas soluções porque apesar de tudo ainda se usam aplicações próprias que o wine não emula (principalmente por causa dos UNC)
@ Mig@s
Acho que todas as opiniões podem ser demasiado catastróficas.
Primeiro – trata-se de um HD ligado a um interface adaptador para USB
Segundo – Este tipo de adaptadores, quando bem concebidos têm um grau de tolerância e podem queimar dando primazia à protecção dos dados.
É claro que nem tudo é um mar de rosas e que nem todas as caixas oferecem o mesmo nível de protecção.
Assim sendo, é necessário começar pelo inicio:
remove o disco da caixa externa e liga-o directamente ao equipamento, quando possível, para o testar. No caso de não ser possível ligá-lo directamente experimente outro adaptador usb ou sata para ver se o disco está a funcionar.
Se isto não resolver… aí sim, começa a chorar 😉
excelente topico, parabens