Trazer os jogos para a educação … já!
Creio ser seguro afirmar que, hoje em dia, qualquer pessoa encara os jogos duma forma totalmente diferente da com que os encarava há alguns anos atrás. Creio ser mais seguro ainda afirmar que, os jogos ultrapassaram definitivamente o mero carácter lúdico e começaram a alcançar outros horizontes. Creio ainda ser relativamente correcto apontar o dedo na direcção dum desses horizontes, a Educação.
Sim, existem já diversos casos de jogos que, de certa forma, criaram laços com o sistema educacional.
Ray Maguire, director da Sony Reino Unido, veio a público recentemente afirmar precisamente que a necessidade dos jogos se relacionarem com a educação dos nossos jovens (e não só) é algo crucial para, não só a industria, como também, para os próprios jogadores. Maguire indicou que quer o Sistema Educacional britânico quer as entidades privadas de ensino deveriam usar os videojogos como ferramenta de ensino, "relatively quickly."
"The time is right now to do it," afirmou Maguire numa conferência recente em Londres. "We shouldn't wait too much longer. A collaborative effort is absolutely required, it needs endorsement at the highest level, it needs someone in government to say we will do this."
Por outro lado, Maguire afirma estar algo receoso com a situação económica actual, e que, com o espectro duma recessão, poderão vir atrasos tecnológicos significativos para as escolas, afirmando no entanto que os jogos poderão ajudar precisamente nesse aspecto: "We are deflated after the cuts, [but] "we're looking for relevant opportunities for students and the teachers."
Enquanto previa que perto de 50% dos lares britânicos possuirá um dispositivo compatível com 3D, em 2014, Maguire afirma que "adoption of technology is constrained by how much we can spend. The delta is getting bigger, which is why we need to do this stuff relatively quickly." Acrescenta ainda que "There has to be a public and private partnership. Promote digital content creation as a career choice – it shouldn't' be 'I want to be a doctor or a lawyer', it should be 'I want to be game designer' as well."
Afirmou ainda que a Sony se encontra empenhada nesta aspecto e que, no caso britânico, "We're doing work with government to help make game design courses for universities."
Ao que se sabe, a Sony, parece estar interessada em incluir PSPs e Playstation Moves e versões personalizadas e LittleBigPlanet para professores, que além de apoiar todo sistema educacional, conforme Maguire sustenta, também iria fazer com que as suas receitas engordassem um pouco mais .... com ou sem educação. "We've already started courses for teachers, student side and school side. We want to hear from schools and local authorities interested in tackling the issues in front of them."
Este artigo tem mais de um ano
Também defendo esta política educativa. Sou professor de música e os meus alunos podem estudar em casa com alguns jogos que desenvolvi. Não são maravilhas do ponto de vista da programação e do design (não são a minha área), mas o que conta é que eles os usam e que a parte musical esteja correcta. Em resumo, qualquer professor deve investir um pouco na componente lúdica também para o estudo em casa…
bem eu queria ter um stor assim
What the.. I don’t even…
LittleBigPlanet para professores?
Sinceramente, acho que cheguei à universidade sem aprender nada. “Ah, e tal, isso é normal” Normal não. Não é normal terminar o secundário sem as competências certas. Jogos? Playstations e PSP? Fogo, eu até costumo ser liberal, mas acho que algo aqui está muito mal. Estão a injetar cada vez mais distrações no ensino!
Este discurso do Ray Maguire representa tudo o que há de errado com a indústria dos videojogos. Existe um tempo para brincar e um tempo para trabalhar.
Combinar esses dois é e será sempre uma decisão mais económica que lúdica. Uma criança deve aprender matemática (e outras) na escola e jogar e divertir-se em casa.
Que palhaçada…
Há um tempo para tudo, para estudar, para aprender , para brincar, para jogar. Que gente mais maluca que apoia estas ideias sem ter interesse económico nas mesmas, ou não andaram na escola ou vivem num mundo utópico, mas infelizmente cada vez mais real.
Eu estou no ensino superior(curso de tecnologia) e a maioria dos alunos gosta de aulas dadas no quadro, com o professor a escrever.
Só apoia estas ideias quem tem mesmo as ideias fora do sítio, ou então funciona a 0’s e 1’s. Acho que é de senso comum que não se aprende com estas fantochadas.
tens razao, estou no 3º ciclo e prefiro ver o stor a escrever no quadro, mas quem somos nós para questionar a mentalidade de crianças crescidas 😛
utilizar jogos comerciais na sala de aula é um erro óbvio, mas e que tal simuladores dedicados? ambientes de realidade virtual imersiva ou não imersiva? já são utilizados na formação há uns anitos, e algumas (poucas) vezes na educação básica e secundária…
e cuidado com os dogmatismos. a educação é um ecossistema complexo, não se reduz a uma única metodologia, teoria de aprendizagem ou modo de abordagem…
Não concordo que devam já menosprezar estas ideias. Já há muito tempo que os jogos permitem ensinar e estimular novas aprendizagens.
Vejam o caso dos serious games…
Vamos ver que novo tipo de aplicações surgem 😉
Quantas vezes procuro jogos para o meu sobrinho (actualmente com 7 anos) e é raro encontrar algum jogo que lhe traga alguma coisa de útil… os jogos têm (ou devem ter) uma finalidade (também) educativa… A componente lúdica é importante , a diversão não deve fazer concessões ao aspecto pedagógico, mas deve-se aproveitar os jogos para ensinar ou treinar competências, desperdiçar isso é insensato…
Aquilo que as empresas inventam para vender os seus produtos…
Algumas das profissões mais procuradas hoje não existiam há 20 anos atrás… Continuamos com métodos de ensino de há 200 anos…
Se o ensino vai mudar? Já está a mudar… vejam o que as crianças de 4 e 5 anos hoje fazem com um computador ou uma consola de jogos mesmo sem saber ler…
Há uma grande diferença entre aprender e ser ensinado, entre saber reflectir e decorar.
Não tem nada a ver com facilitismo que o ensino hoje é… exigência mas com novos métodos.
Os jogos no ensino, SIM, claramente
Concordo totalmente.
Surpreende-me que haja tanta gente a criticar a aplicação de ferramentas interactivas didácticas (é disso que se trata no fundo) quando os métodos de ensino tradicionais mostram, cada vez mais, a sua inadequação aos tempos actuais.
Independentemente de um possível e provável interesse financeiro, sou da opinião de que o sistema de ensino deve mudar, fazendo cada vez mais uso das novas tecnologias e neste sentido esta ideia parece-me interessante.
Em termos de jogos devo dizer que o Civilization me deu imenso jeito quer em história, quer em inglês…parece parvo mas é verdade. Na altura era um puto fiquei logo a saber os líderes todos das nações antigas, fiquei a saber muito sobre vários temas (as maravilhas do Mundo, o que significavam certos monumentos, certas invenções quem as tinha feito, etc) e claro tive que perceber inglês nem que fosse à força para conseguir perceber o que se passava no jogo.