Análise Shadow of the Colossus (PS4)
Shadow of the Colossus é um dos jogos mais conhecidos e jogados de sempre. Caracterizado pela sua ação “simples”, mundo enorme e adversários de proporções épicas, este jogo – lançado originalmente em 2005 para a Playstation 2 – chega passados 13 anos às consolas de última geração da Sony. Será que ainda tem o encanto original?
Foi o que nos propusemos descobrir e podem ter a certeza que, mesmo passados todos estes anos, os seus argumentos continuam intactos!
A quem nunca jogou Shadow of the Colossus podemos dizer, desde já, que este jogo tem tanto, tanto para oferecer que é quase um crime não jogar. Para quem já o conhecia dos tempos da saudosa Playstation 2, o que podemos afirmar é que o jogo está ainda melhor. Aproveitando as novas tecnologias e a atual capacidade gráfica das consolas, este remake de um dos melhores jogos de sempre para a consola da Sony arrisca-se agora a entrar no top 5 dos melhores jogos para a Playsation 4.
A grande aposta não reside na narrativa ou no enredo. Encarnamos o personagem Wander, o protagonista deste jogo, que - logo no início - surge a depositar uma bela mulher inanimada num altar. Não sabemos quem é esta mulher, mas sabemos que Wander tudo fará para que ela volte de novo à vida. E essa vontade férrea de a salvar leva-o a enfrentar poderosos colossos, 16 para ser exato. Só assim conseguirá trazer de novo a este mundo a mulher que tanto ama: só alguém com um sentimento absolutamente inabalável consegue ter força suficiente para enfrentar e derrotar aqueles 16 seres gigantescos.
Apesar de à primeira vista o parecer, Shadow of the Colossus, não é um jogo para despachar. Não se trata apenas e somente de matar gigantes: o jogo oferece-nos uma experiência para ser absorvida à medida que jogamos. É um jogo sem distrações, sem grandes efeitos sonoros, sem grandes diálogos, sem missões e, acima de tudo, sem pressas. Apenas nós, Argo – o nosso fiel cavalo –, os colossos e uma paisagem também ela colossal e de cortar a respiração.
A nossa única missão é encontrar os 16 colossos e derrotá-los. Para os encontrarmos, bastará erguer a espada para os céus e esperar que um raio de luz nos faça seguir na direção certa. Este método não é infalível, não nos leva ao local exato onde o colosso se encontra – apenas nos fornece uma direção – e se este se encontrar a uma distância grande, corremos o risco de perder um pouco o norte. Mas nada de preocupante, pois só pela beleza da paisagem circundante já vale a pena vaguear.
Mas não pense que as coisas se tornam fáceis por apenas existirem 16 adversários: o jogo não se chama Shadow of the Colossus apenas por capricho. Cada um dos colossos é maior, mais forte e mais difícil de derrotar do que o anterior. Entrarmos a matar sem qualquer critério ou estratégia não é aconselhável. Cada colosso tem os seus pontos fracos, que têm de ser atacados adequadamente para termos alguma hipótese de atingirmos o nosso objetivo.
Temos muitas vezes de atacar alguns pontos fracos menos importantes para conseguirmos que o colosso caia momentaneamente ao chão. Só assim será possível agarrá-lo, alcançar os seus pontos nevrálgicos e, definitivamente, derrotá-lo.
Mas a tarefa de Wander não é nada fácil porque os colossos estão permanentemente em movimento e tentam defender-se de todas as formas e feitios. Quando conseguimos finalmente trepar pelo corpo do colosso, temos de nos agarrar firmemente, pois, são enormes as hipóteses de sermos sacudidos, cairmos e termos de começar tudo de novo.
Todos os colossos são diferentes e os confrontos com cada um deles têm de ser bem pensados. O jogador é obrigado a escolher diferentes estratégias de acordo com as características do adversário: há colossos com enormes maços de que temos de fugir e outros que respiram fogo e não nos deixam estar parados no mesmo sítio durante muito tempo.
No global, todos os confrontos são extremamente desafiantes, emocionantes e cheios de adrenalina. Por muito longos que acabem por se tornar, é raro sentirmo-nos cansados e com vontade de deitar a toalha ao chão: estar frente-a-frente a um ser colossal acaba por se revelar algo de magnífico.
Um dos grandes atrativos deste jogo é, sem dúvida, a grandiosidade do cenário. Não são apenas os nossos adversários que são gigantescos: tudo neste jogo é gigantesco desde as edificações até às colinas, montanhas, tudo. E tudo com um detalhe e uma definição absolutamente magníficos. Afirmamos, com toda a certeza, que a grandiosidade dos gráficos de Shadow of the Colossus é de cortar a respiração.
O ambiente do jogo e a magnificência dos cenários leva-nos a acreditar que estamos num mundo muito antigo onde existiram civilizações de grandes guerreiros e batalhas épicas, sendo os colossos os últimos vestígios dessa época gloriosa.
Os detalhes nas pedras, nos edifícios, nas árvores e plantas e até no próprio pêlo dos colossos é inacreditável. Cada movimento do colosso e cada brisa movem o seu pêlo de maneira uniforme e realista fazendo-nos acreditar que se trata de um ser real.
O facto de o jogo não apresentar muitos efeitos sonoros acaba por se revelar, neste caso, uma mais-valia; abdicando de distrações, torna possível uma maior imersão na ação. Os poucos efeitos sonoros que existem estão presentes nas situações certas - nomeadamente durante os combates – dando destaque e tornando ainda mais emocionantes momentos que, por si só, já são espectaculares.
Durante todo o tempo em que jogámos, encontrámos apenas um ponto menos positivo: o posicionamento da câmara. Ao início, parece atrapalhar mais do que ajudar: se estivermos a fugir de um colosso um pouco mais ágil ou quando nos tentamos agarrar ao seu pelo, é fácil perder um pouco a noção do nosso próprio posicionamento. Mas, ainda assim, este é um aspeto que vamos conseguindo contornar à medida que vamos jogando mais e mais horas.
Veredicto
Shadow of the Colossus é um autêntico colosso. É um jogo com mais de 10 anos que ainda hoje consegue fazer as delícias dos amantes de grandes jogos. O remake foi uma aposta ganha pois, transportou este jogo para a última geração de Playstation sem destruir nada do que o jogo já tinha de bom. É uma experiência imersiva e cativante tornada ainda mais espetacular pela excelência dos gráficos. Um jogo obrigatório para todos os amantes de bons jogos, quer tenham ou não tido já experiências com Shadow of the Colossus. É um título que recomendamos vivamente.
Este artigo tem mais de um ano
Nunca joguei e tenho PS2 e PS3. Há muito que ouço falar bem deste jogo. Adorei o Nier (jogo pouco conhecido) e gostava de ter PS4 para jogar o Nier: Automata. Acham que ia gostar deste jogo?
Por ser um jogo que originalmente não é para PS4 quer dizer que mesmo com umas melhorias os gráficos não estarão ao nível de jogos para esta consola de raiz, certo (e a mesma coisa para jogos que saíram para PS2 originalmente e foram remasterizados para PS3 e outros para PS4 que saíram originalmente para PS2 e PS3)? Sendo assim, não sei por que dizem que os gráficos são muito bons mesmo sem nunca ter jogado o jogo (tanto para PS2 como para PS3 e PS4). Há até vídeos no youtube que comparam os gráficos de jogos para a PS2 e que saíram remasterizados posteriormente para PS3 e PS4 e a que parece ter melhore gráficos é a versão para a PS3, por exemplo.
Pro Ps3 o jogo foi remasterizado pra melhor qualidade grafica, ja no ps4 e foi refeito com a qualidade do ps4.
Hum o jogo levou uma lavagem gráfica com vários melhoramentos o da ps3 só tinha melhor resolução praticamente.
E há diferenças se jogado para a PS4 ou PS4 Pro (e isto aplica-se a todos os jogos para PS2 e PS3 remasterizados e os para PS4)?
Ah, e ainda suponho que haja uma diferença em jogar numa TV 4K ou não, coisa que eu não tenho (tal como não tenho PS3).