Análise Killer is Dead (Playstation 3)
Um dos estilos de literatura e da própria arte, de uma forma mais generalista, que mais floresceu nos últimos anos tem sido a Cultura Animé.
Com base no Oriente profundo, esta arte de animação tem ultrapassado barreiras e a mais recente foi a dos videojogos.
Recentemente foi lançado mais um titulo Animé, desenvolvido pela Kadokawa Games e Grasshopper Manufacture. Trata-se de Killer is Dead, um titulo que nos leva até um Mundo de Assassínios e Sobrenatural e… o Pplware já o jogou!
Desenvolvido pela Kadokawa Games e Grasshopper Manufacture, Killer is Dead embarca-nos numa aventura na qual encarnamos Mondo, um assassino a soldo de uma qualquer organização sinistra. As missões que nos encarregam de fazer, durante o jogo são na sua maioria, missões de assassínio e nisso desde cedo nos apercebemos que Mondo é bastante bom …
Mondo é um espadachim exemplar tal como durante o jogo teremos oportunidade de confirmar mas, apresenta ainda uma outra característica muito própria … apresenta um braço cibernético (Musselback) com uma arma incorporada.
Tal como referi, as nossas missões são quase exclusivamente, missões de eliminação de ervas daninhas da sociedade….que sempre se revelam, autênticos monstros (literalmente). Não nos podemos esquecer que Killer is Dead é um o jogo Animé e como tal, apresenta um Universo muito próprio …
A história começa com Mondo a eliminar o seu antecessor que, antes de desaparecer nos deixa um avisa acerca dos perigos que Mondo corre ao entrar para o "lado negro" daquele negócio. Apesar do jogo ter uma história superficial e com pouco detalhe ao longo da aventura, este é o grande receio que acompanha Mondo até ao final.
O início do jogo tenta apresentar-nos Mondo e um pouco da sua personalidade, bem como nos introduz a algumas personagens do jogo mas e de uma forma inexplicável falha no objetivo principal, dar um fio à meada ao jogo. Ficamos quase sem saber quem são realmente os restantes personagens e as suas motivações. Quanto a Mondo, aos poucos a sua história vai-nos sendo apresentada, e com algumas revelações mais surpreendentes que outras. Mas isso também tem um preço, pois apesar das cutscenes existentes no jogo nos ajudarem a unir as peças da história, acabam se tornar algo maçadoras.
Quem jogue Killer is Dead, por mais que tente, acaba por fazer sempre comparações com Devil May Cry. Desde a envolvência, aos inimigos, ao estilo de jogo, Dante está constantemente a ser relembrado e isso acaba por jogar um pouco contra o próprio jogo.
Conforme referi, Mondo é um assassino que tem essencialmente duas formas de matar: com espada ou com arma de fogo e o jogo incentiva-nos constantemente a isso … a matar.
Para todos os que gostem de combates, o jogo revela-se como um autêntico “arraial de porrada” mas desde cedo fica a sensação de que falta algo mais.
Mas explicando melhor. Killer is Dead apresenta controlos simples e facilmente o jogador os domina. Basicamente temos o botão de ataque, de desviarmos-nos e de defesa. É claro que com isto temos variadas combos á nossa disposição mas o problema é que, em pleno combate, a maior parte das vezes damos por nós a ignorá-las e apenas a martelar os botões.
O jogo peca e muito por não conseguir incentivar o jogador a usar as diversas combos e opções que tem à disposição. É frustrante verificar que não há mais-valia no uso de um ataque especifico para determinada situação ou inimigo e assim, vermos-nos impulsionados a apenas pressionar o botão de ataque. Talvez as únicas situações em que isso não aconteça e ainda bem, são os combates com os bosses que obrigam a um pouco mais de paciência e estratégia, sendo de vital importância a identificação dos momentos certos para atacar e quais os pontos fracos dos inimigos. Geralmente são combates demorados que acabam por cair um pouco também numa repetitividade mal tenhamos identificado os seus pontos fracos.
Também o uso do braço cibernético com a arma incorporada apresenta certos problemas. A inclusão dessa arma serve essencialmente para acrescentar diversidade ao combate e consegue-o pois permite-nos outras alternativas tácticas inerentes ao ataque à distância. Apresenta contudo um problema básico que é o o facto da câmara (passa para a terceira pessoa) acabar por se tornar incómoda nessa passagem e por vezes causar quebra na jogabilidade.
Killer is Dead apresenta ainda uma barra, a Blood Bar que é uma óptima adição. Permite-nos ter alguns momentos bem memoráveis em pleno combate. Essa barra quando atinge o máximo (enche com a eliminação de inimigos) permite-nos lançar ataques super-destrutivos e brutais que eliminam todos os inimigos no cenário naquele momento. São alturas bastante violentas e sangrentas mas repletas de uma certa beleza sádica.
Também durante os combates temos ocasionalmente a opção de nos desviarmos de ataques inimigos e de os nocautearmos logo de seguida. Geralmente esses movimentos dão-nos a oportunidade de os aniquilar com um movimento de finalização especial que acaba sempre por ser espectacular e sangrento.
Aliás, sangue é algo que não falta em Killer is Dead dando assim bastante cor a um jogo que tipicamente se encontra cinzento. Não me interpretem mal, Killer is Dead tem ação e grandes doses de combate.... o problema está na falta de diversidade, de opções e da relação causa-efeito em pleno combate.
Espectacular também é o ambiente gráfico que Killer is Dead apresentando nesse capítulo nota mais alta. Todo o cenário e ambiente Animé consegue sugar o jogador para um Universo muito próprio, muito misterioso. Pintado em tons de cinzento salpicado aqui ou ali a vermelho sangue Killer is Dead consegue manter o jogador imerso e concentrado na ação … sendo pena que a própria ação não faça o mesmo sempre.
Neste capítulo gráfico é pena que haja muita repetitividade em alguns inimigos. Contudo os bosses encontram-se bastante bem detalhados e bem imaginados.
E por falar em imaginação, deixem-me dizer-vos que Killer is Dead tem bastante. Aliás, tem tanta que acaba por parecer absurda quando a tentamos associar à história e ação. Vejam por exemplo a primeira missão. Vamos até uma casa que parece saída de Alice no País das Maravilha, cheia de escadas e portas, onde cada porta dá para um Mundo diferente, estranho e que parece deslocado do enredo. Nessa casa encontramos uma Alice vestida de azul que se sente só, e acabamos a lutar com uma Aranha gigante …
E as missões vão-se sucedendo uma após a outra e sempre com uma boa dose de imaginação retirada de outros ambientes animados mas, fora o cenário de fundo acabam por apresentar mecânicas repetitivas.
Killer is Dead brinda o jogador também com uma mecânica de micro estratégia interessante que envolve Moon Crystals e Upgrades da personagem. Ao derrotarmos os variados adversários ao longo do caminho vamos apanhando estes cristais que nos permitem proceder a upgrades ao nosso personagem e suas habilidades. Por exemplo, há melhorias no uso da espada, mais rapidez de recuperação, maior capacidade de transportar munições para a arma do braço, …).
Existem ainda espalhados pelos cenários, variados objetos que são destrutíveis e que por vezes escondem Moon Crystals ou outros itens úteis e isso acaba por nos impelir a investigar bem os cenários, adicionando uns pozinhos de exploração ao jogo.
Algo que foi introduzido em Killer is Dead e que prometia eram as missões de Gigolo. Basicamente, são missões que nos permitem acesso a itens novos e extremamente úteis para o jogo e que se baseiam em minijogos repletos de sedução…… Not! Seriam isso tudo se tivessem sido criadas de uma forma diferente o que poderia trazer um pouco de emotividade ao jogo mas, cedo arrefecem (congelam) essa emotividade. Esses minijogos consistem em colocar-nos cara-a-cara (ou outras partes do corpo feminino) com generosas personagens femininas onde temos de ir olhando para os seus seios, cara, ou ventre de forma a ganhar afeto da senhora. Tal situação pode acabar na maior parte das vezes de uma forma bem mais caliente mas, a mecânica desses minijogos é demasiado minimalista para nos cativarem a jogá-las. Creio que foi um tiro no pé, para além de não conseguir identificar qualquer tipo de interesse para uma mulher que as jogue. A própria existência de uns óculos Gigolo que permitem ver um pouco mais que à primeira roupa se vê é um bom exemplo do que mencionei acima. (vejam de seguida um trailer sobre as Missões Gigolo)
Últimas palavras para o bom trabalho de vozes levado a cabo em Killer is Dead. Os diálogos e as cutscenes estão bastante bem trabalhados e com seriedade na representação (em japonês e em inglês), criando assim um ambiente mais credível ao jogo.
Nota Final- 7,0
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Devo confessar que esperava ainda mais de Killer is Dead, especialmente depois de ver a apresentação inicial. Prometeu bastante com toda a sua envolvência oriental e criou expectativas elevadas face a esse ambiente e à própria profissão de Mondo. No entanto, mostra-nos algumas lacunas na sua implementação de algumas mecânicas, tornando o combate repetitivo e pouco gratificante. Mas mesmo com algumas deficiências, Killer is Dead consegue atingir em determinadas alturas momentos de grande espectacularidade. Apresenta algumas boas ideias num ambiente Animé muito bem conseguido e imaginativo (por vezes até demais). Aliás, o jogo facilmente poderia ser transposto para uma série de animação tal a perfeição da componente visual.
Gráficos: 8,0
O que se poderá dizer de um jogo Animé que facilmente poderia ser transposto de uma forma direta para a televisão? A envolvência que cria em seu redor está bastante boa e capta o essencial do Animé oriental.
Som: 8,0
Banda sonora composta por Akira Yamaoka que também participou em Silent Hill, por exemplo acompanha um excelente trabalho de vozes.
Jogabilidade: 6,5
Jogabilidade simples e demasiado repetitiva, especialmente nos combates. Bosses exigentes e desafiantes mas, restantes adversários não apresentam desafio. Minijogo Gigolo desaproveitado.
Longevidade: 6,0
Campanha solo interessante com mais de 7 horas para terminar mas sem grandes motivos para se repetir.
Género: Acção
Plataforma Analisada: Playstation 3
Homepage Killer is Dead
Restantes Plataformas: Xbox 360
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