Análise Hitman Episode 3: Marrakesh (Playstation 4)
Depois de no passado mês de Abril termos sido brindados com um fabuloso segundo episódio da saga Hitman (podem ler a review aqui), eis que o início do mês de Maio nos traz mais um lançamento desta série, o terceiro episódio. Desta feita, a acção decorre em Marrocos, mais precisamente em Marrakesh, para onde o Agent 47 é destacado para cumprir mais uma das suas missões.
O brilhantismo que a Square Enix colocou nos dois primeiros lançamentos elevou bastante a fasquia para este terceiro episódio. O Pplware seguiu viagem para Marrocos e conta-vos, em primeira mão, como correu a missão do nosso Agent 47. Conseguirá este terceiro lançamento manter o nível a que já nos habituou?
Estamos em Marrakesh. Andando pelas ruas e vielas da cidade, rapidamente nos apercebemos de que o ambiente não está calmo. Nas ruas, manifestações e revolta popular espalham o caos pela cidade. É neste cenário que o Agent 47 tem de levar a cabo mais uma missão.
O nosso agente terá de “eliminar” dois alvos: um banqueiro corrupto que está a ser julgado por fraudes de milhões de dólares e o General do Exército que o ajudou a fugir de uma carrinha de transporte de prisioneiros e que prepara um golpe de Estado para derrubar o Governo. Ao contrário do que aconteceu no 2.º episódio, estes dois alvos encontram-se em locais distintos de Marrakesh, o que torna necessária alguma astúcia e habilidade: temos de nos deslocar pelo meio de uma cidade cheia de gente – e de guardas armados – evitando a detecção.
Tal como nos episódios anteriores, somos brindados com um cenário enorme e com um nível de detalhe absolutamente fenomenal. Apesar de o mapa que temos à disposição não ser maior do que o que foi criado para o episódio Hitman: Sapienza, a atenção dada aos pormenores compensa largamente esse facto.
Nos outros episódios, a Square Enix habituou-nos, não só a um detalhe gráfico cuidado, mas também à criação de um ambiente condizente com o local onde decorre a acção. Este episódio não é diferente, sentindo-se que a atmosfera de uma cidade no norte de África foi recriado na perfeição. Vielas, bazares, lojas de tapetes persas e casas de chá abundam pelo cenário. Existe até um mercado na praça central da cidade.
Tudo isto contribui para uma envolvência que – mais uma vez com sucesso – nos coloca na pele do personagem.
Porém, existem nesta release alguns aspectos um pouco preocupantes que, no final, acabam por fazer descer um pouco o nível deste episódio.
O mapa, tal como já foi referido acima, é grande mas não é maior do que o mapa de Sapienza. A grande diferença reside no facto de, desta vez, termos a nítida sensação de estarmos num espaço limitado onde não existe muito para explorar.
Se em Sapienza era possível entrar em quase todas as portas e explorar com detalhe uma grande parte dos edifícios da vila (ao ponto de ser quase obrigatório termos na nossa posse algo que nos permitisse destrancar portas fechadas), em Marrakesh os locais onde podemos entrar contam-se pelos dedos de uma mão. Poderemos, nos poucos terraços a que temos acesso, encontrar um ou outro objecto útil para a nossa missão, mas pouco ou nada mais haverá a descobrir.
Se Sapienza parecia retirada de um filme de James Bond, Marrakesh acaba por parecer algo linear, o que nos deixa a sensação de que existiu uma certa falta de imaginação na sua construção. O jogador sente-se confinado às ruas e praças, com pouco ou nenhum acesso aos edifícios da cidade. Falta qualquer coisa.
Apesar disto, Hitman: Marrakesh não deixa de ser um desafio. Não necessariamente pelas dimensões do cenário onde nos movemos, mas pelo número de NPC’s existentes. E tratando- se de uma cidade à beira de uma revolução, o número de NPC’s armados é maior do que nunca e se não tivermos o disfarce adequado poderá, em algumas situações, ser complicado movimentarmo-nos pela cidade. Desta vez, e tendo em atenção que não existem muitos esconderijos, temos mesmo de fazer uso de alguma perícia para não sermos detectados, principalmente depois de termos começado a deixar alguns NPC’s iinconscientes pelo caminho.
Não tendo elevado ainda mais a fasquia, a Square Enix não a baixou totalmente. Ficaremos à espera das próximas releases que irão sair até ao final do ano. Desta vez, a expectativa reside em saber se os próximos episódios se aproximarão mais daquilo que é Hitman: Sapienza e se a Square Enix consegue voltar a dar ao jogo a dinâmica dos primeiros episódios.
Veredicto
Hitman: Marrakesh desceu um pouco o nível relativamente ao episódio anterior. A escassez de espaços para explorar penaliza o jogo e imprime-lhe uma certa linearidade. De certa forma este aspecto deixa-nos uma interrogação acerca do formato episódico deste jogo.
Apesar disto, a atenção ao pormenor continua em alta e o ambiente da cidade é recriado na perfeição. Continua a ser possível desempenhar as missões de várias maneiras diferentes mas, lá está, o cenário não é tão desafiante como nos episódios anteriores. Veremos se na próxima release Hirman consegue recuperar aquilo nos deu e Hitman: Sapienza.
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