Análise Gran Turismo 5… O Regresso do Rei??

Se há jogo que já fez movimentar milhões e milhões de gamers em mais de 10 anos de existência, é sem dúvida a série Gran Turismo. Desde o lançamento do primeiro título, no final da longínqua década de 90, as sucessivas versões de Gran Turismo lançadas têm sido um fenómeno de sucesso, qualidade e de aceitabilidade pela critica e principalmente, pela comunidade.

Aproximadamente 2 anos após o lançamento de Gran Turismo 5 Prologue, mas principalmente, 5 anos após o lançamento de Gran Turismo 4, eis que surge finalmente o mais recente jogo da série. Com vários anos a acumular ansiedade por toda uma comunidade de fãs faminta em todo o Mundo, Gran Turismo 5 traz no seu Curriculum, o facto de ser considerado por muitos como o Simulador Automóvel de Eleição …. Será que Gran Turismo 5 vai ocupar novamente o lugar cimeiro do podium??

A concorrência está cada vez mais forte e será Gran Turismo capaz de aguentar a pressão? Vamos ver!!!

Gráficos – 9.2

Um dos tradicionais pontos fortes de Gran Turismo, coloca-se precisamente ao nível dos gráficos colocados ao dispor, não só dos carros, como também das pistas e ambiente circundante.

Pois é, como não poderia deixar de ser em GT5 os gráficos estão fenomenais. Respirando excelência e realismo por todos os pixéis e pode-se dizer que o jogo está, neste capítulo, um assombro. Os carros estão detalhados com uma precisão simplesmente deliciosa, embora se possa afirmar que os carros Premium tenham tido um maior cuidado, o que a somar a uma particularidade menos boa em alguns casos, ao nível dos cockpits, indicada mais abaixo (na Jogabilidade), ofusca um pouco a beleza dos restantes carros. São mais de 1000 carros, com uma elegância tal, quase capaz de nos levar a fazer um ou outro telefonema para o stand mais próximo.

Um outro pormenor menos bom prende-se com o grafismo dos acidentes e colisões, que está revisto mais abaixo, na Jogabilidade também.

Não poderia deixar de mencionar que, em GT5 existe uma sensação perfeita de que as viaturas se encontram efectivamente em cima das pistas e que isso leva a que o seu movimento se apresente extremamente real.

Esta qualidade gráfica estende-se também a diversos pormenores nas próprias corridas, fazendo com que os efeitos de fumo das travagens, poeira quando se pisa terra ou terrenos de montanha, sejam dos mais realistas que se pode ver num videojogo.

Não poderia deixar de mencionar os fenómenos atmosféricos e as suas variações durante uma corrida. O efeito do clima está extremamente impressionante. A chuva, o Sol, o céu encoberto e as mudanças de tipo de clima durante as corridas estão muito bem conseguidas e com lógica. Se está Sol, não passa automaticamente para chuva … primeiro o céu escurece e depois aparecem os primeiros pingos e de seguida a inevitável carga de água (por vezes demasiadamente realisticamente criada).

Os diversos circuitos recriados no jogo encontram-se com uma qualidade extremamente grande e recriados com extremo detalhe, conforme sugerido e exigido pelos responsáveis do jogo. Também todo o ambiente circundante às pistas também respira autenticidade e realismo, desde as multidões a assistirem (dinâmicos e a reagirem à corrida), até aos edifícios, vegetação, … enfim, existe mesmo uma verdadeira noção de imersão no jogo, dando-nos a ideia de que estamos efectivamente ao volante dum bólide.

As apresentações das pistas, dos eventos e dos carros estão muito bem conseguidas e a disponibilização da informação em simultâneo ajuda imediatamente o jogador a criar uma ideia geral e informada do que está a ver.

Por fim, os esquemas de menus estão aceitáveis. Estão ao nível de Gran Turismo e, especialmente no Modo GT, requerem uma breve adaptação, mas encontram-se bastante intuitivos, quase sempre com um Help disponível para prestar apoio.

Som – 8.6

Gran Turismo conseguiu ao longo dos anos manter a sua posição de destaque no Mundo da Simulação Automóvel pois, em certa medida conseguia destacar-se nos mais variados âmbitos do Mundo Automobilizado. Uma das suas principais características é precisamente o som.

Em Gran Turismo 5, o som dos motores é brutal. Cada máquina apresenta a sua sonoridade própria e, desde as primeiras acelerações antes da corrida, como durante os próprios eventos a sua musicalidade rude e mecânica acompanha-nos duma forma tão real, que somos levados a crer que estamos a assistir a uma corrida real na TV. Como é obvio, não conheço os sons dos motores de cada um dos mais de 1000 carros de Gran Turismo 5 mas a avaliar pelos que conheço e com os quais já joguei, o realismo não se coloca em causa.

Os efeitos sonoros provenientes do exterior do carro estão consistentes e acabam por ajudar a criar um bom ambiente de jogo. As multidões reagem aos eventos da corrida e os efeitos de travagem, derrapagens, acelerações são bastante competentes. No entanto, um outro aspecto fica um pouco aquém … as colisões.

Mesmo sabendo que nunca foi apanágio de Gran Turismo os efeitos visuais ou sonoros dos acidentes, uma coisa é verdade, Gran Turismo tem de se adaptar à realidade e isso quererá dizer, a meu ver, que deverá começar a prestar mais atenção a este tipo de eventos.

Quem quer desfrutar duma boa simulação de condução, também quer ver reproduzido no ecrã e nos altifalantes toda a brutalidade de chapa contra chapa dum acidente a mais de 200 Km por hora. E é precisamente aí que Gran Turismo falha. Os acidentes falham e os sons das colisões falham … Gran Turismo tem de evoluir rapidamente nesse sentido também, pois a concorrência apresenta argumentos cada vez mais fortes (embora por vezes exagerados).

A música e banda sonora do jogo, embora varie de gosto para gosto, acaba por ser também ela pouco intrusiva e que não tenta obter demasiada atenção sobre ela, que é o que se pretende.