Análise God of War: Ascension (Playstation 3)
2013 foi o ano do regresso de um dos franchises mais bem sucedidos de sempre, para a consola-mor da Sony, God of War.
Não parece mas, Kratos está quase a fazer 10 anos o que já é uma boa idade. Neste intervalo de tempo, God of War tem sido companhia constante às nossas Playstation 3 e mantido bem viva a história de um homem que desafiou os deuses.
É assim portanto, que um dos heróis mais emblemáticos do mundo recente dos videojogos, regressa às luzes da ribalta, Kratos está de volta.
Com as mesmas doses de agressividade, acção, violência e com os mesmos adjectivos que marcaram os seus antecessores, God of War: Ascension surge novamente como candidato sério a Jogo do Ano.
O Pplware juntou-se a Kratos e rumou ao Olimpo!
God of War: Ascension tem a sua história passada alguns anos antes do primeiro titulo da série e apresenta-nos um Kratos ainda muito perto do humano e mais longe do divino. O jogo começa com Kratos preso pelas Furies, enviadas por Ares para aprisionar todos os que o traem e cedo tomamos mãos no nosso herói à medida que ele se liberta. A partir daí a história ganha um ritmo alucinante de combates contra hordas de inimigos ou contra adversários gigantes saídos da mitologia grega, enquanto Kratos tenta eliminar as Furies e vingar-se de Ares que levou à morte da sua mulher e filho.
Kratos parte assim para uma demanda em busca de vingança e mostrando assim o seu lado mais emotivo ... mais humano. Esta motivação de Kratos é-nos relembrada de tempos a tempos no jogo, especialmente através de algumas animações intermédias e ajuda a criar uma certa empatia entre o jogador e a demanda de Kratos.
E é bom que assim aconteça pois, apesar de passarmos a maior parte do jogo a enfrentar hordas de inimigos, lutar contra personagens mitológicas gigantescas ou a resolver alguns puzzles e desafios, o jogo vai-nos lembrando que tudo isso tem um fim. Que existe algo que une os pontos. E esses pontos são, ao nível do que God of War já nos habituou.
Uma das características que mais diferenciou God of War dos restantes jogos foi precisamente a junção totalmente natural e suave de duas grandes premissas: combates épicos contra titãs e criaturas gigantescas e inclusão de um sistema de combate repleto de quick time events dependentes da acção.
Fiel à série, Ascension mantém essas mesmas premissas acabando infelizmente, por não inovar em grande dose. Basicamente a aposta é na continuidade neste capitulo.
Será que ainda haverá mais espaço para outro God of War num futuro próximo? Ou a loja começa a fechar-se?
No entanto, os combates em God of War, são e sempre foram, um dos ingredientes mais importantes da série e Ascension mantém toda a tradição. Os combates em Ascension estão deliciosamente violentos e brutalmente sanguinários fazendo com que o que é belo ao olho possa fazer mal à alma, pelo que apresenta uma classificação para "maiores de 18".
Seja em que circunstância for, o combate em Ascension é uma dose dupla de adrenalina, seja contra um titã gigantesco, 100 vezes maior que Kratos, ou lutar contra 20 sátiros. Não há dois combates iguais ... os inimigos e a sua inteligente IA, as diversas armas à disposição, as magias ao nosso dispor ou a brutal variedade de combos, são tudo condimentos que impedem que hajam dois combates com o mesmo desfecho.
Poucos jogos conseguem trazer os níveis de prazer ou emotividade que God of War nos serve quando combatemos. É tremendamente gratificante o momento em que espetamos as nossas Blades of Chaos no crânio de um Elephantaur gigante e o abrimos ao meio, ou então quando pegamos num sátiro e lhe arrancamos a cabeça. Simplesmente brutal, especialmente se tivermos em conta que o jogo, nos mostra os finishes em sequências animadas em lenta.
Apesar de combate ser a cereja no cimo do bolo, há, contudo, algo que não pode ser descurado. Apesar de na parte final do jogo ser quando começam a aparecer os verdadeiros desafios com inimigos mais fortes e mais astutos, ao inicio do jogo os combates podem facilmente ser ganhos com um quase aleatório metralhar dos botões. Só a partir do meio do jogo é que é imperativo começar a usar alguma estratégia e estudar os adversários.
No entanto, o jogo tenta educa o jogador a não o fazer e inclusive apela sempre ao raciocínio, seja num combatem seja na resolução de um puzzle.
Por exemplo, a dada altura combatemos uma Chimera no alto de um edifício e, durante a luta há variadas alturas em que surgem os fantasticamente embebidos quick time events, que nos obrigam a perceber o que está a acontecer, ao invés de apenas martelar os botões. Nesse combate especifico, há ainda um outro pormenor importante que demonstra bem a capacidade que o jogo tem de nos obrigar a ser flexíveis. Quando cortamos a cabeça de serpente da Chimera, o tipo de ataque mais eficiente passa a ser outro distinto e cabe ao jogador descobrir qual.
Isto leva-nos a outro ponto que considero a menos-valia do jogo: as mecânicas de combate dos adversários demasiado repetitivas. O que acontece é que, especialmente nos bosses, para os derrotarmos apenas temos de nos aperceber dos seus movimentos e rotinas pelo que após as conhecermos, torna-se relativamente fácil eliminá-los. É pena, pois o jogo merecia maior diversidade e dinamismo, pelo menos nestes combates mais decisivos.
Falta mencionar ainda que as nossas amigas Blades of Chaos continuam a ser as nossas melhores amigas em Ascension, mas ao longo do jogo vamos usar outras armas encontradas ou roubadas a inimigos. Tradicionalmente, teremos acesso às armas, também elas encontradas na mitologia grega, como espadas, escudos, lanças, mocas e outras.
À semelhança do que acontecia anteriormente, sempre que Kratos não tem arma em combate, podemos lançar ataques corpo a corpo (socos e pontapés) desarmando assim os inimigos e roubando-lhes as armas.
Isto acaba por nos transmitir uma ainda maior dose de diversidade ao jogo, pois cada arma consegue ter uma jogabilidade muito própria e com ataques e combos distintas. Ora isto é simplesmente brutal, especialmente se tivermos em conta o Rage Meter e os ataques devastadores que liberta quando o enchemos.
À medida que avançamos na história do jogo, vamos adquirindo alguns poderes, como Fire of Ares, Ice of Poseidon, Lightning of Zeus e Soul of Hades. Com estas magias, que podemos equipar à vez, são-nos permitidos ataques ainda mais devastadores contra determinados tipos de inimigos. Na prática, esses poderes, atribuem danos acrescidos às nossas Blades e em certos inimigos é bastante útil.
Por vezes, enquanto vagueamos pelos cenários vamos encontrando alguns itens a brilhar no meio dos escombros, ou escondidos atrás de algo. Esses itens, artefactos, são coleccionáveis que acima de tudo, permitem-nos melhorar as capacidades de Kratos, como por exemplo aumentar-lhe os Pontos de Saúde, ou a duração máxima de determinados ataques/combos. Isto torna-se importante, uma vez que, conforme mencionei acima, os inimigos vão-se tornando cada vez mais difíceis de derrotar.
Será que God of War ganharia ou perderia mais se lhe fosse acrescentado ainda maior profundidade de mecânicas Role Play?
O segundo ponto menos bom em Ascension, será a câmara Apesar de na maior parte das ocasiões encontrar-se decente, por vezes complica a acção. Até mesmo algumas resoluções de puzzles sofrem por vezes com um menos bem conseguido posicionamento da câmara que nos faz por exemplo, perder a noção de para onde temos de saltar, ou então de onde se encontram os inimigos.
Em pleno combate apercebemos nos ocasionalmente de um outro problema. Apesar de não ser demasiado grave, ocasionalmente o jogador pode ficar sem perceber muito bem o que se passa, dada a quantidade de inimigos, efeitos de magia ou outros elementos em simultâneo. Este problema acaba por afligir tanto a versão singleplayer, como a versão multiplayer.
E neste ponto reside talvez a mais mediática novidade de Ascension: o Multiplayer.
Sim, pela primeira vez, God of War presenteia-nos com um modo multiplayer e bastante interessante, por sinal. A fórmula é simples e em certos aspectos, muito semelhante às mecânicas usadas em outros jogos. Por exemplo, temos um modo Favour of The Gods que pode ser jogador em equipas de 4x4, 2x2 ou então todos contra todos. Nestes jogos, vamos lutando contra a equipa adversária e pelos cenários (retirados do jogo) podemos encontrar diferentes armas do próprio cenário, arcas de saúde e magia e mesmo armas especiais escondidas que podemos apanhar e usar contra os adversários.
No entanto, na primeira vez que entramos no Modo de Multiplayer, que engloba um Modo Cooperativo o que é de louvar, temos um pequeno tutorial e, mais importante ainda, temos de decidir qual a divindade que apoiamos, se Hades, Zeus ou Poseídon. Cada um desses deuses oferece-nos determinadas mais-valias se escolhido.
Depois de escolhido o nosso Deus, podemos entrar em combates e à medida que vamos ganhando experiência, vamos ganhando pontos XP que nos permitem customizar o nosso herói em vários níveis, desde as armas e armaduras, passando pelas pinturas corporais e até aos ataques disponíveis.
Gostaria de referir também que Ascension apresenta-nos bastante diversidade no que toca aos movimentos de Kratos.
Kratos encontra-se em boa forma, como sempre, e em Ascension, além de correr, saltar e nadar também faz algumas outras acrobacias como quando somos obrigados a deslizar (semelhante ao sistema de Spiderman: Edge of Time, por exemplo) pelo interior duma gigantesca cobra mecânica e temos de nos ir desviando de alguns obstáculos.
Também no capitulo sonoro o jogo encontra-se ao seu mais alto nível. A banda sonora, composta por Tyler Bates e Timothy Williams está soberba. A localização para português encontra-se perfeita, com os actores a vestirem as personagens e as suas emoções na perfeição, onde terei de destacar Ricardo Carriço com uma representação ao mais alto nível.
De louvar a forma inteligente e sensata como os Santa Monica Studios da Sony, implementaram os checkpoints que se encontram na grande maioria das vezes bem localizados no jogo.
Nota Final- 9,0
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God of War: Ascension é, na sua essência, God of War! Talvez seja este, no entanto, o único pecado do jogo. No entanto, não belisca de forma alguma a sua capacidade de nos agarrar aos comandos durante horas, nem o divertimento que nos oferece. Ascension relembra-nos constantemente que somos um pequeno grão de pó no grandioso Universo que nos rodeia, e que para alcançar algo mais temos de passar por gigantescas privações. A escala que Ascension nos oferece, seja nos variados cenários por onde avançamos, seja nos inimigos que combatemos é brutalmente grande e esse é precisamente o ambiente em que Kratos se sente à vontade. No entanto, Ascension traz-nos, pela primeira vez na série, um modo Multiplayer e essa é uma inovação muito bem-vinda e que já fazia falta pois traz grande emotividade ao jogo. God of War: Ascension é, como se poderia esperar, um grandioso jogo e candidato a um dos lugares do pódio no titulo de Jogo do Ano 2013.
Gráficos: 9,5
O jogo presenteia-nos com um cocktail impressionante ao nível gráfico. Desde os Titãs simplesmente assombrosos, quer em tamanho quer pelas suas aparências grotescas, aos mais pequenos inimigos, o detalhe e a riqueza visual abundam e juntamente a tudo isto, os cenários são absolutamente gigantescos ajudando a criar assim, os combates épicos e brutais. Apenas de lamentar alguma confusão visual em certos combates (tanto no singleplayer como no multiplayer) que impossibilitam de perceber bem o que se passa.
Som: 9,0
Falado em português e com interpretações dignas de registo, de onde a prestação de Ricardo Carriço se destaca, com uma banda sonora à altura do que se poderia exigir. Se Ascension é um jogo de dimensões épicas, também o deve à sua sonoridade e interpretações dos actores que lhe emprestaram a sua voz.
Jogabilidade: 9,1
Começando de uma forma simples e relativamente fácil, Ascension vai-nos fazendo crescer com a nossa evolução. Vai-se tornando cada vez mais frenético e exigente o que faz com que sejamos obrigados a parar e pensar de vez em quando. De lamentar que os combates com os bosses sejam, de certa fora, tornados fáceis, uma vez descobertas os seus hábitos.
Longevidade: 9,0
Além de um modo campanha que, após se terminar possibilita o desbloqueio de um novo nível de dificuldade e modo de jogo, apresenta pela primeira vez na série, o Modo Multiplayer. Apesar de ainda poder ser melhorado, o multiplayer encontra-se intuitivo e dinâmico, sendo fácil encontrar servidores repletos de jogadores. Ascension dá-nos anos de ... jogo!
Género: Acção Plataforma Analisada: Playstation 3 Homepage God of War: Ascension
Este artigo tem mais de um ano
e quando sai uma preciosidade destas para a PSVita????
ja joguei os 2 da psp na vita…. adorei… ja joguei mais de metade do God of Wars 3… nao tenho ps3 para poder jogar este… so vita…. á espera que um dia o possa vir a ter na vita como deve de ser 😀
posso dizer k estou a adorar o jogo já vou quase no fim (falta passar o desafio mais dificil de todo o jogo).
embora não seja grande fan do modo on-line o jogo em si é uma Jóia como sempre.
últimamente o número de jogos em que existem personagens não humanas (mutantes) para ps3 e outras plataforma tem crescido exponencialmente, à medida que paralelamente se assiste ao decrescimo de jogos de qualidade lançados para estas plataformas, sem mutantes (isto na minha opinião).
Os mutantes agora estão na moda, mas eu não sei onde está o interesse desses jogos, enfim… Sou apreciador de um bom shooter, mas não de um shooter com aberrações mutanicas.
este alem de não se tratar de um shoote (algo k tb aprecio) não se trata de mutantes mas sim de criaturas mitologicas tais como hidras, minotauros, e até o craken.
Existe uma grande Saga que não tem mutantes mas não é shooter, e são dos melhores jogos que joguei em toda a minha vida de Gamer, Assassins Creed, é brutal.
Shooter sem mutantes são BattleField e Call of Duty, mas os modos Single Player são muito fraquinhos, estes valem só e apenas pelo Multiplayer
…e até o Call of Duty já se deixou enveredar também pela mania dos Zombies … 🙁
Apesar de em God of War não se tratarem de mutantes mas sim, e como já foi aqui referido, criaturas mitológicas, concordo quando referes que há cada vez mais exemplos de outros jogos a enveredar por esse caminho.
Na minha opinião há jogos mais propícios que outros e terão de ser as editoras a possuir o bom senso de descortinar quando é ou não exagero.