Análise Evolve (Xbox One)
Evolve foi um dos jogos que criou mais e maiores expectativas neste arranque de 2015.
Com uma forte campanha de marketing assente nas promessas de se tratar de um shooter diferente de todos os outros, o jogo prometia uma experiência multiplayer completamente ímpar no que respeita a First Person Shooters.
Polémica aparte, no que toca ao DLC anunciado pela Turtle Rock, Evolve desde cedo se assumiu como um ponto de viragem no Mundos dos Shooters online. Mas será que assim foi???
Evolve saiu no mês passado e o Pplware já o jogou.
Evolve é um FPS (First Person Shooter) de ficção passado num futuro distante e numa localização ainda mais longínqua. A acção decorre num planeta colonizado pelos humanos, de nome Shear, se encontra sob ataque de seres monstruosos provenientes da sua fauna local. No entanto, não se tratam de animais quaisquer mas sim de monstros com alguma inteligência e capacidade de resposta. De imediato, são enviados para Shear marines espaciais com a missão de salvar os colonos que se encontram sob ataque na superfície do planeta, e assim começa o nosso jogo.
Uma ideia realçada pela forte campanha de marketing de Evolve era a de que o titulo era eminentemente um jogo multiplayer 4 x 1 no qual 4 jogadores (marines) defrontariam 1 outro jogador (monstro) pelo que o inicio do jogo começa com a escolha do nosso personagem favorito.
O jogo começa com um breve tutorial sobre a jogabilidade do monstro e dos humanos o que é de louvar e ajuda a interpretar e memorizar os movimentos, ataques e afins que tão importantes vão ser durante os jogos a doer.
Evolve, conforme mencionei acima permite ao jogador ser tanto humano (Marines com várias especializações) como Monstro (Goliath, Kraken e Wraith são as espécies disponíveis de Monstros) e em ambos os casos existem claras diferenças de jogabilidade (estou a falar um pouco de tudo, desde a deslocação, aos ataques e até à forma de agir). O principal foco do Monstro é o de evoluir (daí o nome do jogo) até ao terceiro estágio de evolução no qual se torna quase imbatível. No entanto, no início de cada missão o Monstro é mais inofensivo e vulnerável.
E é aqui precisamente que se encontra o busílis do jogo … o tempo de reacção. O Monstro para evoluir precisa de comer (tanto come soldados como animais da estranha fauna de Shear) o que leva tempo. É precisamente esse intervalo de tempo que corresponde a janela de oportunidade dos jogadores humanos para o apanharem. Basicamente trata-se de uma corrida contra o tempo, no qual o Monstro tenta perder tempo … e os Marines tentam ganhar tempo. Cada segundo que passa é um segundo mais próximo da Evolução do Monstro e portanto é um segundo perdido.
Isto leva-nos a um aspecto fundamental do jogo, pelo menos jogando com os Marines, Jogo de Equipa. Evolve é um shooter com forte enfase no trabalho de equipa. Aliás, o trabalho de equipa trata-se do aspecto fundamental para quem quer caçar o Monstro. É imperativo trabalhar em equipa (e saber fazê-lo) para levar por derrotada a besta. Caso contrário podem jogar outros jogos mais virados para lone guns.
Ainda do lado dos humanos o trabalho de equipa é fundamental mas a equipa da 2K Games também proporcionou aos jogadores as ferramentas adequadas para tal. Quando digo ferramentas refiro-me às diferentes classes de Marines (e respectivos armamentos e ferramentas) à sua disposição.
As classes dos Marines complementam-se de uma forma natural e muito bem implementada, que cai bem no jogo e na jogabilidade de equipa de Evolve. Por exemplo, existe uma classe de Suporte que tem, entre outras capacidades a de criar um escudo de energia em redor de um colega de equipa que o torna invulnerável a ataques do monstro ou de outras criaturas. Dessa forma o Suporte passa a ter um papel passivo no combate mas com uma importância vital no calor do combate. (gosto particularmente do ataque especial de criar uma barragem de artilharia vinda das naves em órbita. Brutal!)
Por outro lado, existe a classe do Armadilheiro que pode lançar arpões contra o monstro prendendo os seus movimentos e assim possibilitando aos restantes membros da equipa uma maior capacidade de ataque.
Um outro elemento bastante importante no jogo (pelo menos no inicio) é Maggie, uma Pisteira. Maggie tem como companhia Daisy, uma espécie de cão pisteiro de caça que rapidamente consegue captar o cheiro do monstro e encaminhar-nos na direcção certa. Trata-se de uma ajuda importantíssima pois dá um pouco de rumo aos jogadores quando estes se encontram perdidos no mapa (o que é bastante frequente).
Por falar em cheiro, o Monstro tem também a capacidade de cheirar o ar em busca de presas ou de detectar os humanos. Contudo, apesar de ser uma adição bastante interessante acaba por ser um pouco exagerada, pois uma breve cheiradela até nos indica a quantidade de saúde dos adversários.
Mas nem tudo são rosas e cada Marine ao apresentar os seus pontos fortes também evidencia os seus pontos fracos. Por exemplo Maggie, tem pouco armamento ofensivo ou protecções defensivas.
Por seu lado, cada monstro tem também as suas vantagens. Por exemplo, Goliath tem um ataque poderosíssimo de proximidade ou em salto ou lançamentos de rochas gigantescas com resultados devastadores. Por outro lado, existe o alado Kraken que além de ter a capacidade de voar, lança ataques eléctricos altamente incapacitantes.
Relativamente aos pontos fracos, Evolve tem uma certa magia pois consegue criar um certo equilíbrio instável no decorrer dos jogos. Se ao início os Marines têm uma certa vantagem dada a vulnerabilidade do Monstro, quando este atinge o terceiro estágio de evolução o caso muda de figura. Assim o equilíbrio de forças é feito em dois momentos separados o que o torna numa experiência bastante interessante.
Conforme mencionei, no início de Evolve temos acesso a um Marine de cada classe mas, ao longo do jogo e conforme a experiência ganha vamos desbloqueando novos soldados, cada qual com as suas próprias características.
Shear é um assombro de planeta e o grafismo puxa pelos galões da Xbox One transportando o jogador para um ambiente espectacularmente credível e alienígena. Desde a flora à fauna, passando pelas instalações dos colonos, Evolve executa um grande esforço para nos fazer crer no que estamos a ver. A fauna é extremamente diversificada e com um grande trabalho na sua recriação. Há desde os pacíficos seres herbívoros (que quando chateados não são assim tão pacíficos) aos estranhos carnívoros que atacam on sight e até estranhos seres semelhantes a plantas carnívoras que, se não tivermos cautela, nos conseguem dar uma grande dor de cabeça.
Quando um soldado cai em combate, existe um pequeno período de tempo em que fica grogue mas ainda em condições de ser salvo. Daisy é novamente a heroína do momento pois com a sua saliva (saliva de cão faz bem, não é o que diziam os antigos?) cura-nos as maleitas. No entanto, qualquer membro da equipa consegue aplicar curativos nos colegas.
O modo mais relevante em Evolve será o de Resgate. Esse modo é simples, consistindo em rounds de 5 missões sucessivas e ganhando os Marines ou o Monstro consoante o desenrolar dessas 5 missões. Uma particularidade interessante prende-se com o facto de o desfecho de determinada missão afectar a próxima missão. Por exemplo, se a primeira missão consistia em destruir ninhos do Monstro e foi ganha pelo monstro, então na segunda missão, haverá mais Monstros em combate. No entanto o jogo tenta fazer um handicap para reequilibrar as coisas ficando a dúvida sobre a forma como esse handicap é atribuído.
Existem missões diversificadas. Já falei em cima da missão dos Ninhos, na qual os Marines têm de destruir todos os ovos postos pelo Monstro. Por outro lado, quem joga com o Monstro tem de chocar os ovos e protegê-los até nascerem as crias. Esta oposição de objectivos faz com que o jogo não caia em tédio, e ambas as partes tenham a necessidade de tomar a iniciativa (com uma maior pressão do lado dos humanos).
Outro exemplo são as missões de Salvamento, onde alguns colonos dispersos se encontram a aguardar evacuação e cabe aos Marines lhes providenciarem protecção. Outro modo, talvez o mais imediato, é o modo Caça que corresponde, como o nome indica, apenas a uma caça ao monstro. Conforme mencionei anteriormente, Evolve é um jogo multiplayer. Existem, no entanto diferentes formas de jogar online. Uma em que 4 jogadores humanos perseguem um monstro gerido pelo computador e outra em que os 4 jogadores defrontam outro jogador como monstro. Esta última é a mais interessante e emocionante, como é óbvio.
Até aqui, tudo aponta para que Evolve se possa caracterizar como sendo um grande jogo. Atenção que … Evolve é um grande jogo.
No entanto padece de um problema. Ao final dos primeiros dois dias de jogo, já tinha visto todas as diferentes missões possíveis e todos os cenários existentes. Evolve torna-se repetitivo demasiadamente cedo.
Mas parte do problema não é só do jogo mas também … dos próprios jogadores. Quando temos a sorte de entrar numa sessão com jogadores experientes e que tentam efectivamente jogar em equipa, Evolve atinge um nível de excelência. Evolve necessita disso ... necessita de cooperação pela parte dos jogadores. Se isso não acontece então é demasiadamente fácil cair num tédio e num jogo sem interesse.
Nota Final- 7.5
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Evolve é um shooter frenético e empolgante que, com as suas mecânicas alienígenas transporta o jogador para um planeta distante numa luta contra um brutal Monstro local. O maior problema de Evolve que o impede de ser ainda mais empolgante, é que o jogo tem todo o potencial para agarrar os jogadores mas por alguma razão, não o faz de forma ininterrupta. A repetibilidade das missões aliada a um grande numero de jogadores que pensa estar a jogar um fast shooter acaba por criar uma certa entropia ao próprio jogo. Considero a minha experiência com Evolve como uma autêntica viagem num carrossel. O arranque, nos primeiros 2/3 dias foram de grande excitação e vontade constante de jogar para depois acalmar. No entanto após passar mais uns 2 dias sem lhe pegar, o bichinho volta a mexer. Essa é a magia e a mágoa de Evolve. Envolve e absorve o jogador mas cansa-o depressa … Seja como for, Evolve fica apenas adormecido pois o Monstro volta sempre aos nossos sonhos!
Género: FPS (First Person Shooter) Plataforma Analisada: Xbox One Outras Plataformas: Playstation 4, PC Homepage Evolve
Este artigo tem mais de um ano
Gostei da análise, não sabia que este título estava disponível para PC. Quando estiver em promoção certamente irei adquirir para experimentar =).
Não te vais desiludir certamente. Apesar da repetibilidade e do “problema dos DLCs” que mencionei e que o Vidiks tb referiu, o jogo não deixa de ter alguns momentos épicos.
É pena que não hajam mais jogadores a levar o jogo a sério e a trabalharem em equipa. Quando isso acontece, é tudo muito melhor.
o jogo não é mau, está bem feito, bons gráficos, polido, sistemas equilibrados, em suma bastante porreiro. Infelizmente há duas coisas que jogam contra o seu sucesso. Primeiro, o facto de ter muito conteudo extra , DLC’s, para comprar á parte desde o lançamento, deixando a qualquer jogador que compre apenas o jogo base bastante limitado para encontrar sessões multiplayer compativeis, e ficando com a sensação de ter pago preço completo por apenas parte do jogo. Para ter todo o conteudo já disponibilizado estamos a falar de um valor acima dos 100 euros. E segundo, trata-se de uma formula (MP de humanos vs monstros- ou seja equipas opostas com skills e gameplay diferentes) que nunca até hoje teve sucesso em nenhum titulo. O que levanta fortes possibilidades de em menos de 1 ou 2 meses os lobbies se encontrarem vazios e haver dificuldades de encontrar sessões
Realmente, não me quis alongar na questão dos DLCs (uma vez que se trata da vertente de negócio) mas concordo plenamente com o que mencionas e com o risco associado.