Análise ArmA II: Operation Arrowhead… A Guerra começou
Creio que não será nenhum exagero afirmar que um dos simuladores tácticos de guerra para PC mais completos e consistentes nos últimos anos, é precisamente esta série da Bohemia Interactive, ArmA. Desde o primeiro titulo até agora que a série tem vindo a mostrar um crescendo de maturidade que, é perfeitamente visível neste Operation Arrowhead, Add-On Standalone para ArmA II, passado apenas 3 anos após o conflito original em Cheramus. Quando o conflito estala no Tarquistão, quem é chamado para resolver a crise? Nós.
Será que ArmAII: Operation Arrowhead consegue mesmo resolver o conflito ou irá agudizar ainda mais a crise?
Gráficos – 8,5
Os gráficos de Operation Arrowhead, na maior parte das vezes não deslumbram. No entanto, conseguem, através duma palete de cores algo monocromática e cinzenta pintar relativamente bem o cenário montanhoso do Tarquistão, local onde se situa o conflito. Pormenores como a relva, árvores e rochedos encontram-se bem trabalhados embora em alguns casos algo repetitivos.
Os modelos dos soldados encontram-se bons, mas na maior parte das vezes limitam-se a ser apenas bonecos inexpressivos que nos acompanham no decorrer conflito. As armas (se são muitas), veículos (helicópteros, tanques, …) estão bastante bem conseguidas pelo que se consegue ter um cenário de guerra bem rico. Um pormenor que não deixa de fazer impressão prende-se com o reload das armas que é visualmente fraco, tal como outras interacções como por exemplo sair de veículos. De resto, embora os interiores dos veículos pareçam realistas o suficiente, os dos edifícios onde é possível entrar já são mais desolados.
Som – 7,4
O som do jogo está aceitável. O som dos disparos das armas e ricochetes está convincente mas, no entanto falta algo. Falta um pouco de potência extra, especialmente quando usadas armas mais pesadas, como as peças dos blindados ou de helicópteros. Não é algo que falhe, mas é algo que poderia ser mais audível.
As vozes no entanto, encontram-se um pouco murchas. Num cenário de guerra em que a excitação e adrenalina reinam, as vozes dos intervenientes demonstram-se demasiado relaxadas, demasiado lidas. Falta vivacidade. Falta excitação. Falta ambiente de Guerra.
Jogabilidade – 7,9
Como a maior parte dos FPSs, a jogabilidade acaba por ser um elemento crucial para ArmA II: Operation Arrowhead. Neste aspecto, este título da Bohemia acaba por ser um pau de dois bicos. Mas explicando melhor.
Operation Arrowhead não é um título qualquer. Não é um título que apenas aspire a ser um FPS de acção repentina e imediata. Operation Arrowhead é complexo. Bastante complexo, arriscar-me-ia a afirmar. Na sua tentativa de recriar um ambiente de conflito militar mas que disponibilize ao jogador todas as ferramentas para criar uma estratégia séria e ponderada Arrowhead acaba por inundar o jogador com imensos pequenos detalhes. A começar pelos controlos. A quantidade de teclas e de combinações de teclas usadas por Arrowhead é imensa. E memorizar todas é para esquecer. Atenção que para jogadores fãs deste tipo de aproximação mais complexa, e por consequente mais familiarizados com estas dinâmicas, isto não é um ponto fraco, muito pelo contrário, mas para jogadores mais novatos ou apreciadores de FPSs mais simples pode ser um motivo de afastamento.
O próprio tutorial, extremamente completo e que cobre quase todas as áreas de importância do jogo, acaba por ser bastante exigente e lento na sua conclusão. E acreditem. É realmente importante fazer o tutorial.
O jogo apresenta alguns detalhes deliciosos, como por exemplo, a gestão da nossa fadiga. Realmente e contrariamente a bastantes outros FPSs, é estritamente proibido nos pormos a correr pelo cenário afora e pensar que nos vamos safar. Por um lado a fadiga obriga-nos a descansar, e por outro lado a forma inteligente como os inimigos se dispõem e escondem, leva muitas vezes ao desfecho de Load Last Checkpoint.
Uma das coisas que mais me fascinou em ArmA II: Operation Arrowhead foi a dimensão do cenário e magnitude dos elementos presentes no conflito. Batalhas de grande dimensão, com dezenas de soldados dum lado e doutro, e com os seus objectivos próprios. É imponente ver as tropas a avançarem em força com apoio aéreo pelo campo de batalha. Dá mesmo a sensação de sermos apenas um mero soldado no conflito. Um pormenor importante é que em Operation Arrowhead existe uma grande preocupação em evitar perdas civis a todo o custo, o que por vezes no calor da batalha é difícil … muito difícil.
Enquanto em combate encontramo-nos constantemente a receber indicações dos restantes grupos de combate e as suas posições, oposição que encontram, o que faz com que os objectivos se alterem dinamicamente no sentido de compensar esses eventos.
Pela negativa fica um pouco a ideia de que a dinâmica de grande parte das missões rege-se pelos objectivos primordiais de, atingir certo ponto, eliminar os inimigos e tomar a posição, e retirar para proceder ao reencontro com o resto das tropas. No entanto, uma das grandes mais-valias de Arrowhead, está presente na possibilidade de conduzir todos os veículos disponíveis no jogo. De helicópteros a tanques, tudo serve para guerrear.
Também a diversidade de armas diferentes e capacidades diferentes é de enaltecer. Gostaria de mencionar um pormenor interessante, que corresponde ao facto de podermos ajustar as diferentes lentes de cada arma. Pormenor bastante significativo de até onde vai a tentativa da Bohemia de criar um campo de batalha exigente, sério e realista.
Longevidade – 7,9
Como já tive oportunidade de mencionar este jogo é capaz de criar maior atracção perante jogadores apreciadores deste tipo de complexidade, e como tal acaba por ser só por si, um motivo mais que suficiente para completar, não só a campanha, como as missões a solo, como explorar o multiplayer.
O Multiplayer acaba por ser à sua responsabilidade uma grande mais-valia deste jogo. Havendo a possibilidade de se jogar ao lado de mais de 20 outros soldados contra outros 20 soldados a curiosidade reside no facto de cada qual poder estar no seu destacamento e ter os seus objectivos primários que podem diferenciar-se dos nossos. Este pormenor acaba por criar uma sensação de envolvência num conflito de grande dimensão e de entreajuda ainda maior.
No entanto há poucos servidores com recrutas suficientes, e um dos problemas que apresenta é o facto de, uma vez que os mapas são enormes, quando se morre, perde-se muito tempo até se chegar à frente da batalha. Existe ainda um editor de mapas que promete disponibilizar aos veteranos de guerra as ferramentas necessárias para criarem/alterarem mais missões no Tarquistão.
Nota Final – 7,9
Gostaria de deixar uma ligeira nota de rodapé em relação à nota final. Para os jogadores mais experientes e exigentes, que apreciem um jogo de guerra mais táctico, menos frenético, mais ponderado e que leve o seu tempo, não só de adaptação mas como a perceber e a interiorizar, então a nota final apresentada deverá ser acrescentada de mais meio ponto, pelo menos. Este trata-se dum título com um grau de dificuldade e de aprendizagem grande e que acima de tudo exige especial paciência e preparação das missões e, mesmo dentro delas bastante ponderação das diversas decisões a tomar. Nada é garantido em ArmA II e em Operation Arrowhead a distracção é muitas (demasiadas?) vezes a morte do artista. Não se trata dum jogo para dar uns tiros de vez em quando, mesmo com amigos em Multiplayer. Requer dedicação, estudo e muita paciência.
Para os restantes jogadores, fãs de FPSs de consumo mais imediato em que a componente estratégica é relegada para níveis inferiores, então a nota final será a adequada.
De resto, apenas gostaria de referir que, mesmo com alguns bugs e problemas de diversas origens, inevitáveis em títulos com este tipo de complexidade e envolvência, Operation Arrowhead acaba por ser um jogo que nos consegue colocar num conflito mais sério, exigente e cruelmente realista.
De salientar também que os requisitos recomendados para se jogar este titulo em pleno, e quando digo pleno, quero mesmo dizer com tudo a que temos direito, especialmente a nível gráfico são deveras elevados.
Requisitos:
- CPU: Intel Core i5 ou AMD Athlon Phantom X4 ou superior
- GPU: Nvidia GeForce GTX 260 ou ATI Radeon HD 5770 ou superior com Shader Model 3 e 896 Mb VRAM
- RAM: 2 Gb
- Sistema Operativo: Windows XP, Windows Vista, Windows 7
- Espaço em Disco: 20 Gb de espaço
Soldados! Direita, volver! Marche!
Homepage: Oficial ArmAI Operation Arrowhead
Homepage: Bohemia Interactive
Este artigo tem mais de um ano
Boas,
Jogos de guerra é a torto e a direito, quando se fala de um jogo sem ser violento?
Não tem saído jogo nenhum sem ser de violência ou ter que matar o Fidel Castro?
Bom post, muito completo.
Cumps
Hmm que jogo tem o sr em mente? solitario? poker online?
coitado do homem, deixa morrer em paz…
não vale a pena já tem os seus 80 e tal anos
adorei.
2º!!!!!!!!!!
Um dos piores jogos na minha lista dos piores fps’s de sempre.
Baseio-me nos jogos anteriores da saga, deixei de experimentar pois não valia a pena!
Requisitos mínimos exagerados (jogo mal optimizado)
Controlos debilitados (movimento e principalmente a mira)
Missões em ambientes extensos sem guias para ajudar na progressão, criam um clima desorganizado e uma lenta progressão, tornando-se mais um jogo CSI em que temos de descobrir o que fazer do que um jogo de guerra…
Muito mau, muito mau mesmo…é preferível o Operation Flashpoint.
Concordo
@Jaime
Atenção que este Operation Arrowhead já traz bastantes correcções a alguns problemas detectados em ArmAII.
No entanto, quando referes que tem requisitos mínimos exagerados, não posso deixar de concordar. Os requisitos são demasiado altos para a maior parte das carteiras. E com a agravante de apenas com os níveis em High é que se pode tirar todo o proveito do jogo.
Quanto a sistema de movimento, pode-se dizer que tem algumas dinâmicas desnecessárias, como por exemplo para sair dum veículo ser necessário dar duas ordens distintas. No entanto, não detectei nada de anormal.
Quanto à mira, atenção que traz melhorias assinaláveis.
As missões têm sempre ao nosso dispôr dum sistema que nos indica onde devemos ir e o que fazer, e a distância em metros desse ponto. No entanto compreendo a tua critica pois por vezes acontece o jogo “confundir-se” em determinadas alturas e pedir algo menos real.
De qualquer forma temos também o sistema de Tasks que nos permitem saber o que fazer, além do apoio dos nossos colegas.
Em relação ao sistema de tiro e de colisões, o jogo parece-me bem feito, e por isso afugenta também alguns jogadores apreciadores de correr e disparar ao mesmo tempo (atenção que isto não é para ti, é para todos os leitores). Por exemplo, um tiro de sniper, com a mira no zoom máximo muito rapidamente acerta no alvo. O jogo é complexo, e muita dessa complexidade só se vai apercebendo ao evoluir no próprio jogo. Não é imediato … precisa de tempo e paciência para ser entendido.
O Operation Flashpoint: Dragon Rising para mim foi um pouco uma surpresa (nem negativa nem positiva) pois trouxe uma nova dinâmica à série. Acabaram em grande medida os grandes confrontos com centenas de soldados no terreno para operações mais pequenas a roças as operações especiais. Mas concordo contigo quando dizes que é um bom jogo também, e com uma também ela forte componente táctica.
Cumprimentos,
Paulo Silva
Bem, dos jogos com mais bugs que já joguei, jogabilidade horrível, requesitos muito exagerados. Nem saí do porta-aviões (parte inícial).
Cheira-me a patches de correcção para breve.
Isso do porta-aviões é no ARMA II, certo?
Boas.
Para aqueles que seguem a saga desde o primeiro Operation Flashpoint, sabem que este jogo nao é do tipo CS ou Call of Duty Modern Warfare! É um jogo que é ate usado como simulador para tropas de alguns paises.
É normal que muita gente tenha problemas em aprender a usar os muitos comandos que estes jogos tem permitido, em adaptar o modo como o jogo é jogado, pois ao contrario de outros titulos FPS, nao é linear.
Nem acho correcto considerarem este jogo um FPS. Mas gente da Codemasters e 505 Games, devem é querer vender mais.
Acerca do jogo em si, como ja foi mencionado, tanto da parte de Codemasters (OFP2) como de 505 Games (ARMA), os jogos sao muito pesados ao nivel de requisitos. Estraga muito a jogabilidade caso nao tenhamos uma boa maquina.
Para mim os melhores titulos foram os primeiros OFPs, quando o estudio Bohemia ainda trabalhava para Codemasters.
Para quando um jogo de guerra para matar americanos? Andamos sempre a matar os russos ou árabes! Ou será que os heróis são sempre os americanos como acontece com o capitão América! lol
Por acaso para primeiro OFP, haviam duas expançoes que trocavam o papel 😉 OFP: Red Hammer – onde se joga pelos russos; OFP: Resistance – onde o jogador faz parte dos rebeldes, que sao tanto contra os russos como americanos.
Mas sim, em todos os jogos os americanos sao sempre os bons da fita. Ja mete nojo lol
@3dk
O pack do primeiro Operation Flashpoint mais as duas expansões encontra-se à venda na Fnac a um preço bastante acessível.
http://www.fnac.pt/Operation-Flashpoint-GOTY-Edition-PC-Jogo-PC/a110163?Mn=-1&Ra=-4&To=0&Nu=3&Fr=0
O que é um AMD Phantom?