Burlas online renderam 16,6 mil milhões de dólares em 2024, diz FBI
Melhoram-se a cada dia e tornam-se cada vez mais difíceis de detetar. Segundo o Federal Bureau of Investigation (FBI), as burlas online renderam 16,6 mil milhões de dólares, no ano passado.
Conforme avançado pela agência americana, na quarta-feira, os cibercriminosos e os burlões online roubaram um valor recorde de 16,6 mil milhões de dólares, em 2024.
O relatório anual do Internet Crime Complaint Center (IC3) do FBI indica que o número representa um aumento acentuado relativamente aos 12,5 mil milhões de dólares, relatados em 2023.
Mais do que isso, reflete o aumento da prevalência de golpes online, particularmente aqueles que incluem criptomoeda e visam americanos mais velhos.
Pessoas com mais de 60 anos são as maiores vítimas
As maiores vítimas foram as pessoas com 60 anos ou mais, que perderam mais de 4,8 mil milhões de dólares. As vítimas mais velhas foram, também, as mais propensas a dizer que a criptomoeda estava envolvida numa burla que as visava - as queixas que referiam a criptomoeda representavam 2,8 mil milhões de dólares entre esse grupo etário.
Além disso, as pessoas com mais de 60 anos foram as que perderam mais dinheiro - 1,8 mil milhões de dólares - em esquemas de investimento, uma categoria que o FBI utiliza para incluir os chamados esquemas de pig butchering.
As burlas de pig butchering começam muitas vezes com uma mensagem de texto inócua ou confusa de um desconhecido, que os cibercriminosos utilizam para encetar o contacto, visando a construção de uma relação com a vítima, fazendo-se passar por um amigo ou parceiro romântico.
Lentamente, convencem-na a investir cada vez mais dinheiro numa falsa empresa de criptomoedas.
Segundo o FBI, o dinheiro perdido em esquemas de investimento aumentou rapidamente nos últimos anos, saltando de 3,3 mil milhões de dólares em 2022 para 4,6 mil milhões de dólares em 2023 e 6,6 mil milhões de dólares no ano passado.
Relatório do FBI ficará aquém da situação real
Apesar de o relatório fornecer uma imagem importante de como os Estados Unidos são afetados pelo cibercrime, os números não correspondem à realidade, pois dão apenas conta das pessoas que registam a ocorrência junto da agência.
No ano passado, o FBI recebeu um total de 859.532 queixas de burlas e cibercrime, com mais de um quarto de milhão de pessoas a relatarem perdas financeiras reais.
É difícil ter números que contem a história completa do que pode estar a ocorrer em todo o ecossistema do cibercrime. Desde 2020, a virtualização de tudo nas nossas vidas aumentou a área de ataque e vimos os criminosos passarem do mundo físico para o digital.
Disse Cynthia Kaiser, vice-diretora assistente, num comunicado de imprensa relativo ao relatório, citado pela CNBC.