Apesar de não serem diretamente responsáveis pelo que circula nas suas plataformas, com a chegada da COVID-19 e, posteriormente, das vacinas para a combater, as redes socias viram-se em trabalhos para controlar a desinformação que, inevitavelmente, se espalhou. Aliás, num novo relatório, o Facebook revela que o link mais popular da plataforma nos EUA levanta dúvidas sobre a vacina.
O artigo em questão tornou-se bastante apreciado pelos céticos relativamente à vacinação contra a COVID-19.
De acordo com um relatório desenvolvido pelo Facebook, um artigo noticioso sobre um médico que morreu após ter recebido uma vacina contra a COVID-19 foi o link mais visto no Facebook, nos EUA, no primeiro trimestre de 2021. Embora o artigo em questão tenha sido atualizado – depois de um relatório do Medical Examiner afirmar que não havia ligação comprovada entre a vacina e a morte – os céticos debruçaram-se sobre ele e disseminaram dúvidas acerca da eficácia das vacinas.
De acordo com o relatório, o link recebeu cerca de 54 milhões de visualizações.
Inicialmente, o Facebook optou por arquivar o relatório que dava a conhecer o link mais visto do primeiro trimestre deste ano. De acordo com o The New York Times, esta decisão baseou-se no “mau aspeto” que o facto podia dar. Contudo, segundo o Facebook, o atraso na sua publicação deveu-se a correções essenciais. Aliás, o “Widely Viewed Content“, relativo ao segundo trimestre de 2021, já havia sido publicado.
Esta situação demonstra que é de facto difícil para as redes sociais moderar o que circula pelas plataformas. Isto, porque os utilizadores recolheram uma ponta de verdade – a morte do médico – e transformaram-na numa narrativa enganosa, sem que os factos a sustentassem.
Mais do que isso, demonstra o quão férteis podem ser as plataformas, por reunirem opiniões e ideias de um (quase incontável) número de pessoas.