Os Estados Unidos da América (EUA) querem proibir o TikTok a todo o custo e as tentativas para o efeito têm sido frequentes. Apesar de o projeto de lei que prevê uma possível proibição da rede social ter sido aprovado, as agências de inteligência americanas não encontram ligações com o Governo chinês que possam ser uma ameaça à segurança nacional.
O protecionismo e a priorização da segurança nacional são características históricas, quando se fala dos EUA. O país dá corpo a uma das mais relevantes potência mundiais, marcando o passo de muito do que se faz pelo mundo todo.
A batalhar para ocupar o pódio da hegemonia está, porém, a China, cujo investimento e consequente crescimento têm surpreendido.
De facto, por ser um inquestionável sucesso mundial, os EUA temem que o TikTok, a rede social chinesa que proliferou e reúne já mais de mil milhões de utilizadores por mês, esteja a pôr em causa a segurança do país.
Câmara aprova legislação para proibir o TikTok nos EUA, mas falta o Senado
Na semana passada, a Câmara dos EUA aprovou um projeto de legislação intitulado “Lei de Proteção dos Americanos contra Aplicações Controladas por Adversários Estrangeiros”.
Conforme vimos aqui, se aprovada, esta permitirá, por meio de entidades como o FBI – Federal Bureau of Investigation e outras agências de inteligência, identificar certas aplicações de redes sociais como ameaças à segurança nacional, se estiverem sob o controlo de rivais estrangeiros, como a China, a Rússia, o Irão e a Coreia do Norte.
Ora, no âmbito desta potencial legislação, o TikTok seria proibido nos EUA, a menos que a empresa que o detém, a chinesa ByteDance, se afastasse da sua liderança.
Esta possível proibição surge, na sequência dos já conhecidos receios relativamente à proximidade da rede social com o Partido Comunista Chinês (PCC) e à possibilidade de os dados pessoais que recolhe sobre os utilizadores americanos serem enviados para um servidor em Pequim.
Segundo o The Intercept, estes receios são, para já, infundados, pois as agências de inteligência dos EUA, como a CIA – Central Intelligence Agency e o FBI, não conseguiram reunir qualquer evidência que prove que o TikTok está ligado ao Governo da China.
A ligação entre o TikTok e o PCC são, até ao momento, potenciais, hipotéticas, conforme reforçado por vários agentes de inteligência dos EUA.
De facto, isto já havia sido defendido pelo próprio CEO do TikTok, em 2023, aquando de longas horas de interrogatório perante os congressistas da Câmara dos Representantes.
Com eleições à porta, o receio dos EUA aumenta
Apesar de se tratar de uma potencial ligação, a aproximação das eleições presidenciais reforça o receio americano.
Na terça-feira, a diretora dos Serviços Secretos Nacionais, Avril Haines, testemunhou perante o Comité de Serviços Secretos da Câmara dos Representantes e foi questionada sobre se a China utilizaria o TikTok para tentar influenciar as eleições presidenciais de 2024 nos EUA:
Não podemos excluir a possibilidade de o PCC o utilizar.