Coreia do Sul junta-se à corrida da IA com um modelo nacional
Juntando-se a uma corrida que tem a China e os Estados Unidos como protagonistas, a Coreia do Sul encarregou algumas das suas maiores empresas e startups de construir um modelo nacional básico de Inteligência Artificial (IA), utilizando principalmente tecnologia doméstica.
Com o objetivo de criar uma indústria de IA quase autossuficiente e por forma a posicionar-se como uma alternativa à China e aos Estados Unidos, a ofensiva da Coreia do Sul procurará envolver tecnologias nacionais, desde semicondutores a software.
Para isso, o país encarregou algumas das suas maiores empresas e startups de construir um modelo nacional básico de IA, utilizando principalmente tecnologia doméstica.
Conforme a informação divulgada, o Ministério da Ciência e TIC (em inglês, MSIT) da Coreia do Sul anunciou que cinco consórcios foram selecionados para desenvolver os modelos.
Um deles é liderado pela SK Telecom, gigante das telecomunicações na Coreia do Sul, e inclui a empresa de jogos Krafton e a startup de chips Rebellions, entre outras. Estão envolvidos, também, nomes como a LG e a Naver.
Estamos a passar por um momento importante em termos de desenvolvimento tecnológico. Por isso, a Coreia, a nível nacional, está a concentrar-se em garantir que estabelecemos as bases técnicas para ter competitividade.
Explicou Kim Taeyoon, chefe do gabinete de modelos da SK Telecom, à imprensa, acrescentando que "a Coreia tem muitas entidades que se destacariam na criação de uma grande indústria de IA".
Coreia do Sul quer tirar proveito da sua expertise para a IA
Para os analistas, a abordagem da Coreia do Sul distingue-a da forma como outras nações e regiões estão a abordar a IA.
Segundo Nick Patience, especificamente, líder de prática de IA do The Futurum Group, à CNBC, a abordagem sul-coreana é distinta, porque "o país pretende combinar o seu domínio na produção de chips de memória com o desenvolvimento de IA nacional" para criar um modelo soberano.
Tendo em conta "a crescente influência da IA em setores críticos como saúde, finanças e defesa, os países não se podem dar ao luxo de ceder o controlo da sua inteligência digital a entidades estrangeiras".
Por isso, "todas as principais nações estão cada vez mais preocupadas com a soberania da IA, à medida que os [Estados Unidos] e a China disputam o domínio".
Na perspetiva de Patience, "além dos benefícios domésticos, um modelo de IA soberano comprovado apresenta um potencial de exportação significativo" para a Coreia do Sul.
Neste sentido, a iniciativa sul-coreana parece querer aproveitar a posição estratégica de algumas empresas do país, bem como a tecnologia que desenvolvem, para criar uma alternativa superior, capaz de competir com as já apresentadas por empresas norte-americanas e chinesas.
O nosso primeiro objetivo é criar um modelo open source de última geração muito forte e já temos um exemplo desses modelos open source em pé de igualdade em termos de desempenho com os grandes players de tecnologia, como OpenAI ou Anthropic.
Disse Kim Taeyoon, da SK Telecom, revelando que haverá modelos de diferentes tamanhos, destinados a diferentes indústrias.






















