Quando as vacinas começaram a ser aprovadas, a União Europeia efetuou encomendas, de forma a garantir que todos teriam acesso a elas. No entanto, esta e a empresa AstraZeneca têm entrado em desacordo em várias ocasiões.
Para além disso, a gigante farmacêutica não tem cumprido os prazos estabelecidos para a entrega das vacinas, resultando esse incumprimento numa ação judicial contra a mesma.
AstraZeneca na mira da Comissão Europeia
Os planos de vacinação foram construídos e programados consoante a disponibilidade das várias empresas farmacêuticas em garantir a entrega das doses de cada uma das suas vacinas. No entanto, a AstraZeneca, uma das empresas que mais tem vindo a dar que falar e uma das que tem acordo com a EU, não parece estar a cumprir os prazos.
Nesse sentido, a União Europeia está a preparar uma ação judicial contra a gigante farmacêutica, uma vez que esta afirmou agora não ser capaz de entregar tantas vacinas quantas havia ficado acordado. Esta situação relativamente às esperadas para o primeiro trimestre, mas também para o segundo, deste ano.
Em março, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressou o seu descontentamento face à AstraZeneca durante uma conferência de imprensa. Afirmou que “infelizmente, a AstraZeneca tem sido subproduzida e subdesenvolvida. E isto reduziu dolorosamente, é claro, a velocidade da campanha de vacinação.”
Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Efetivamente, o atraso na entrega das vacinas pôs em causa o lançamento e administração das doses nos 27 países da EU.
Por isso, numa reunião na quarta-feira, a Comissão Europeia, um dos órgãos da EU, revelou aos 27 embaixadores europeus que está a considerar uma ação legal contra a AstraZeneca. Por sua vez, os embaixadores mostraram “grande apoio” em relação à possível ação.
A comissão quer avançar rapidamente. É uma questão de dias.
Disse um dos funcionários à CNBC.
Acrescentou ainda que existem algumas questões jurídicas a ter em conta antes de o processo avançar.
Ação visa garantir fornecimento de vacinas
Conforme explicou um outro funcionário, a ação legal contra a AstraZeneca servirá para assegurar que as próximas entregas irão ao encontro das expectativas. Afinal, o processo de vacinação dos países da EU não pode sair prejudicado.
Quando contactado pela CNBC, um porta-voz da Comissão Europeia disse que o importante é assegurar a entrega de um “número suficiente de doses”. Além disso, revelou que os Estados-membros estão a analisar a melhor forma de garantir que isto aconteça.
Por sua vez, Pascal Soriot, CEO da AstraZeneca, disse, em fevereiro, que os atrasos estavam a ser causados pelos baixos rendimentos nas fábricas de produção da UE.