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TomTom despedirá 500 funcionários. A culpa é de uma nova ferramenta

Assistimos a uma crise latente no mundo da tecnologia com grandes empresas a despedir funcionários às dezenas e centenas. Vimos a ARM que apontou para 15% dos seus funcionários. Depois foi também notícia a PlayStation com o despedimento de 90 colaboradores, a Netflix despediu no mês passado 150 dos seus funcionários e mais recentemente, já este mês de junho foi a Klarna que num vídeo fez saber a 700 funcionários que estavam sem trabalho. A TomTom parece seguir o mesmo caminho.

Segundo informações, TomTom diz que as suas novas ferramentas de automatização são tão boas que despedirá 500 empregados.


TomTom vai despedir 500 funcionários

A TomTom, empresa holandesa de mapas conhecida pelos dispositivos GPS portáteis encontrados em muitos carros antes do advento dos smartphones, anunciou um “melhoramento na nossa tecnologia de elaboração de mapas” num comunicado de imprensa na quarta-feira.

Harold Goddijn, o CEO da empresa, é citado como tendo dito:

Níveis mais elevados de automatização e a integração de uma variedade de fontes digitais resultarão em mapas mais frescos e ricos, com uma cobertura mais ampla.

Lamentavelmente isto terá um impacto pretendido em cerca de 500 empregados na nossa unidade Mapas, o equivalente a cerca de 10% do nosso total global de efetivos.

Portanto, em boa verdade, o CEO da TomTom veio anunciar que vai despedir 500 dos seus funcionários.

Novos tempos, velhas dificuldades

A TomTom teve de se reorganizar várias vezes desde a sua fundação em 1991. Nos anos 90, foi preponderante, quando desenvolveu software destinado às empresas para a leitura de contadores ou códigos de barras em dispositivos de mão primitivos, como o Palm Pilot.

Mais tarde, construiu os dispositivos GPS para automóveis, pelos quais a marca acabaria por se tornar conhecida. Este negócio foi essencialmente destruído quando o Google lançou um serviço de navegação gratuito com Google Maps disponível em todos os smartphones.

Em 2018, a empresa deixou de atualizar os mapas para dispositivos que tinham garantias de “atualização vitalícia”, alegando por “vida útil” que significava a vida útil do dispositivo, não a pessoa que o comprou.

Desde o declínio dos dispositivos GPS autónomos, a TomTom voltou a pugnar pela venda dos seus serviços de cartografia diretamente aos fabricantes de automóveis para os seus próprios sistemas de infoentretenimento de veículos. Contudo, cada vez mais os condutores usam ou o Car Play da Apple, ou o Android Auto da Google.

Além disso, a marca holandesa também vende o seu software a algumas empresas para fins de encaminhamento e gestão de frotas.

 

Criar automatismos que dispensam as pessoas

A execução de um serviço de cartografia tem muitos custos constantes, principalmente para assegurar que os mapas estão constantemente atualizados. A essência do comunicado de imprensa é que a TomTom descobriu como fazer isto usando algoritmos em vez de trabalhadores humanos.

Não é claro se os fracos resultados da empresa nos últimos trimestres têm alguma coisa a ver com os despedimentos em massa. O que está claro é que pelo menos meio milhar de pessoas vão deixar a TomTom nos próximos tempos.

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