Projeto MiniArcade, Raspberry Pi + PiPplware

A criatividade não tem limites e a tecnologia de hoje pode ser usada para revitalizar o que no passado era o moderno, era a tecnologia de ponta em... diversão.

Foi assim que André Lopes encarou a utilização do Raspberry Pi + PiPplware para criar uma fantástica MiniArcade.

Insert coin que vai começar a diversão!

Apareceu há dias, pela mão de uma nossa visitantes, a Andreia de Almeida, no nosso grupo Raspberry no Facebook, imagens de um projecto que levantou uma onda de curiosidade, de muita admiração e por isso o Pplware convidou a Andreia e o André a partilhar com o mundo o projecto que mostraram.

Desafio aceite, aqui vamos nós!

Há algum tempo demos a conhecer várias Cases para o Raspberry Pi, aqui o primeiro lote e depois o segundo igualmente fantástico, hoje damos a conhecer um projeto um pouco mais elaborado do nosso leitor André Lopes.

A MiniArcade, uma Tabletop arcade

Porquê este projeto?

Este projeto nasce da convergência de três grandes paixões: Eletrónica/gadgets, bricolage e como não podia deixar de ser, videojogos.

Com o aparecimento de microcomputadores como o Raspberry Pi, aliada à criação e aperfeiçoamento do software capaz de simular (emular) as consolas antigas, o desafio autoimposto foi o de criar uma versão miniatura de uma outra máquina anteriormente construída, a “BigArcade”, aproveitando materiais de construção, elementos de design e mais algum equipamento que estava “esquecido” numa arrecadação.

Estas máquinas miniaturas são também conhecidas como Tabletop Arcades.

Objetivos:

Os objetivos do projeto começaram por ser simples: criar uma pequena máquina capaz de apenas emular (recriar via software) várias consolas antigas. Mas como estes projetos têm destas coisas, os objetivos foram aumentando… o conhecido “já agora…”

Depois de finalizada, a MiniArcade é capaz de:

• Emular várias consolas antigas (neste caso optou-se por: GameBoy, GameBoy Color, Nintendo, Super Nintendo, Megadrive, Jogos de Arcade);
• Possibilidade de adicionar comandos extras para mais jogadores, via USB;
• Servir de media center, através do KODI (graças à excelente distribuição Pipplware);
• Possibilidade de servir de pequeno pc para uma ligeira navegação web (uma vez mais graças ao Pipplware);
• Controlo manual de som, independente do sistema (para podermos jogar sem incomodar os vizinhos…);
• Ligação à internet via Ethernet (cabo de rede), bem como via Wi-fi.

A “caixa” e hardware usados:

Para iniciar o projeto, houve uma pesquisa inicial de outras máquinas do género já feitas por outras pessoas e como referido anteriormente houve também algum reaproveitamento das planificações e design da máquina anterior. Após a idealização do melhor formato de máquina começámos a fazer todas as ilustrações:

anterior próxima

Para além do que é de esperar quando pensamos em fazer este tipo de projeto (madeiras, parafusos, fios elétricos, etc.), um dos elementos essenciais é o “mausberry circuit”.

Essencialmente é um circuito que, ao carregar num simples botão, é enviado ao Raspberry Pi um comando para este se desligar em segurança, ou seja, seria o mesmo que executar o comando “sudo shutdown -h now”. Como a intenção era a de fazer um sistema fácil de utilizar e sem o recurso da linha de comandos, a utilização deste circuito era essencial.

Outro dos aspetos que se queria obter era o controlo de volume independente do som, sendo que os controlos teriam de fazer parte da própria arcade. Para este efeito foram “recicladas” umas colunas Philips 2.1 (SPA1302/10), sendo que o comando de volume foi embutido na frente da arcade e os restantes componentes ficaram no seu interior.

Para os mais interessados, fica aqui uma lista dos componentes usados:

O software:

Em termos de software, a escolha inicial recaía sobre um projeto chamado Retropie, uma distribuição Linux para o Rasperry Pi que iria fazer o que se pretendia: apenas emular várias consolas antigas.

Com a chegada do projeto Pipplware, mais precisamente a chegada da versão 4.0, a escolha mudou. Agora não só teríamos as funcionalidades do Retropie para jogar, mas também seria possível utilizar o equipamento como media center ou até mesmo como “PC descktop”.

No caso da MiniArcade, houve uma pequena dificuldade inicial com a utilização do joystick e com os botões principais, uma vez que a interface USB utilizada não parece estar incluída na pré-configuração de comandos/gamepads existente no Pipplware.

Tudo ficou resolvido após aceder ao Raspberry Pi via FTP, navegar até “/home/pi/.emulationstation”, e apagar o ficheiro “es_input.cfg”. Após reiniciar o sistema, apareceu novamente a janela de configuração inicial dos controlos da EmulationStation.

É de referir que na altura destas configurações, ainda não havia o website dedicado ao projeto PiPplware, onde agora já é possível ter acesso simplificado à informação de ajuda.

Foi também necessário a configuração dos controlos para os vários emuladores. Este processo poderá ser consultado nesta página: http://pipplware.pplware.pt/wiki/controls/

Algo que não vem incluído no sistema, visto ser específico desta MiniArcade, é a instalação do software do “mausberry circuit” (o circuito que desliga o sistema em segurança). Para isso bastou aceder ao Raspberry via SSH (instruções aqui) e executar os seguintes comandos, um após o outro:

“sudo wget http://files.mausberrycircuits.com/setup.sh sudo bash setup.sh sudo reboot”

Para mais informações sobre este pequeno circuito, visitem o website oficial.

anterior próxima

Conclusões finais:

Este projeto permitiu aprimorar as técnicas de construção adquiridas na primeira construção, bem como conhecer um pouco mais o mundo do Raspberry pi. Neste momento a MiniArcade encontra-se nas instalações da empresa onde trabalho (por sugestão da administração), o que tem proporcionado bons momentos de interação, alguma disputa e muita diversão entre colegas. Tudo isto sempre fora das horas de expediente, claro! 😉

Com a divulgação deste projeto, são já algumas pessoas que perguntam sobre uma possível 3ª máquina, talvez um híbrido entre uma arcade tradicional e esta MiniArcade, quem sabe… 😉