NEC testa com sucesso transmissão num supercanal de 1Tb/s
NEC é a primeira no mundo a testar com sucesso a transmissão em tempo real de um supercanal de 1Tb/s a uma distância transoceânica
A NEC Corporation realizou com sucesso o primeiro teste alguma vez efectuado de transmissão, em tempo real, de um supercanal de 1Tb/s ao longo de uma distância transoceânica, com recurso a subportadoras de 100GbE.
Nos últimos anos, a procura internacional por mais largura de banda tem aumentado a um ritmo impressionante, devido, em parte, à globalização de aplicações fortemente consumidoras de recursos, como o VoD, a videoconferência em alta definição e o cloud computing. Como consequência, estão a ser feitos esforços contínuos para aumentar a capacidade e o alcance de sistemas de transmissão por cabos submarinos, que suportam mais de 99% do tráfego de dados transoceânico
Com tecnologias de 100Gb/s já disponíveis comercialmente, o foco dos mais recentes desenvolvimentos está agora a concentrar-se no aumento da capacidade dos canais, para além dos 100Gb/s, através de uma utilização mais eficiente da largura de banda. Como parte deste movimento, a NEC propôs supercanais ópticos para aumentar a capacidade da fibra, quer em redes terrestres quer em redes submarinas. Os supercanais ópticos são baseados em avançadas tecnologias, como transmissores paralelos de alta velocidade, tipos avançados de modulação e a mais recente tecnologia de pulse shaping. Os supercanais constituem uma plataforma prática para sistemas de cabos submarinos de próxima geração, especificamente concebida para ajudar os operadores a aumentarem significativamente a capacidade de transmissão de uma forma flexível, escalável e económica.
Como resultado destas propostas, a NEC testou com sucesso um supercanal de 1Tb/s para sistemas de cabos submarinos de ultra-longo curso, que utiliza as mais recentes tecnologias ópticas e digitais para proporcionar flexibilidade na gestão de tráfego e aumentar o desempenho de transmissão em distâncias de ultra-longo curso. Os resultados desta operação em tempo-real, sem quaisquer erros de desempenho, foram apresentados em Novembro de 2012, na Conferência sobre Comunicações e Fotónica na Ásia, em Xangai.
As tecnologias-chave do supercanal de 1Tb/s são as seguintes:
a) A NEC combinou um modulador por impulso definido por software com subportadoras de 100Gb/s em tempo real, de rede flexível, para criar um supercanal de 1Tb/s. O modulador por impulso é concebido para mitigar as disparidades de transmissão e oferecer flexibilidade na alocação de largura de banda. A NEC conseguiu uma transmissão sem erros, ao longo de uma ligação com 5.400Km, recorrendo a fibra óptica disponível comercialmente e a um espaçamento optimizado entre repetidores. Esta tecnologia proporciona uma melhoria de 43% relativamente à utilização da largura de banda dos sistemas comerciais actuais.
b) A NEC implementou também um supercanal de 1Tb/s composto por subportadoras full-digital de 100 Gb/s. Cada subportadora está equipada com um processador de sinal digital no transmissor, com potencial para implementar reconfigurações que permitam variações do formato de modulação e/ou da capacidade de correcção de erros. Esta sofisticada tecnologia de transmissão digital permite que o supercanal de 1Tb/s seja transmitido com sucesso ao longo de mais de 7.200Km.
A posição cimeira da NEC em tecnologias de transmissão de ultra-longo curso assenta na sua liderança, a nível mundial, na transmissão dos primeiros sinais ópticos OFDM, ao longo de 10.000Km, e na transmissão transpacífica de sinais 16QAM. Agora, ao demonstrar a primeira transmissão em tempo real de um supercanal de 1Tb/s concebido para comunicações de ultra-longo curso, a NEC reforçou essa posição.
Notas:
- Modulador por impulso definido por software - Um dispositivo opto-eléctrico que altera a forma de um impulso óptico de acordo com valores pré-definidos pelo utilizador.
- Subportadora de 100 Gb/s em tempo real - Com base num módulo transceiver desenvolvido pela NEC e disponível comercialmente, que incorpora resultados da “I&D sobre Tecnologias de Sistemas de Transporte Óptico de Alta Velocidade (2009)” e da “I&D sobre Tecnologias Ópticas Sofisticadas de Nó de Velocidade Ultra-Elevada (2010-2011)”, que são suportadas pelo Ministério da Administração Interna e das Comunicações do Japão.
- Transponder de rede flexível - Um transponder capaz de modificar o comprimento de onda da subportadora óptica.
- Subportadora full-digital - Uma transportadora óptica que é gerada com um transmissor digital e é detectada com um receptor digital coerente.
Este artigo tem mais de um ano
Mas isto foi realizado em lab ou no campo?
Que tipo de fibra foi usada?
Foi feita alguma compensação de efeitos não lineares?
Só foi feito com um canal? (1Tb = 10x100Gb)
Qual é o OSNR do canal no final?
De lembrar que o feito não foi a transmissão de 1Tb (actualmente já se comercializam sistemas capazes de colocar 9.6Tb numa fibra), nem o facto de termos um supercanal com 1Tb, o feito é a distancia atingida com aquele rate.
De notar que isto é mais marketing que outra coisa pois concorrência não está longe.
Pelo que diz a notícia foi realizado em campo. Em laboratório já algum tempo que se fazem experiências destas. O tipo de fibra usada, tal como indicado na notícia foi a disponível no mercado. Sendo um cabo transatlântico, o mais provável é ser Cut off shifted fiber, conhecida como G.654. Como foi indicado é um Tbps supercanal, logo constituido por várias subportadoras, mas sendo do ponto de vista do operacor visto como um canal que chega num só interface. Acerca do OSNR nada é indicado, mas na notícia completa é indicado que a transmissão foi realizada sem erros, o que depreende que a relação final do sinal/ruido foi a suficiente para atingir este feito, sem utilizar correção de erros FEC ou algorimo similar.
O problema não está propriamente na fibra mas nas conversões e reconversões optico-electrico que é onde está o bottleneck actualmente (ainda estamos a “anos luz” de ter o sistema compeltamente optico).
Uma curiosidade que é de notar é a velocidade de transmissão por canal ter vindo a ter um aumento de 4x na sua velocidade a cada 4 anos que passa. Até à poucos anos o máximo que se conseguia concretamente era uns 40Gb/s p/ canal, mas laboratorialmente já se consegue os 160Gb/s há algum tempo com a combinação de diferentes técnicas de modulação de sinal (o grande OFDM).
Quando conseguirem ter o processo de transmissão ponto-a-ponto totalmente optico logo devem tirar os retransmissores electricos que estão no leito do oceano por uns totalmente opticos. Até lá, 100Gb/s por portadora chega e sobra, mas pra “gaming” intercontinetal ainda n serve :P.
Caro CC,
sistemas totalmente óticos (designados por OOO por oposição aos OEO) existem já há vários anos e a trabalhar (todos os operadores em Portugal usam estes sistemas pelo menos em parte da rede). Todas as marcas de equipamentos de transmissão os fazem hoje em dia, comutando os comprimentos de onda nos chamados WSS (Wavelength Selective Switches). Possivelmente o que se refere são aos sistemas fotónicos. Contudo, até estes já se encontram numa fase adiantada de desolvolvimento, havendo experiências “no terreno” a decorrer.
Mais interessante ainda, é que os sistemas OEO de última geração estão de novo em voga e, há quem diga, que poderão ser o futuro (googlar por Infinera). Estes equipamentos conseguem, com alguma facilidade, resolver as limitações que o Roger diz (e bem) dos efeitos não lineares da fibra.
Bom fds a todos.
Olá Pedro,
Discordo da parte final. Os sistemas OEO são e vão continuar a ser os mais caros. Por isso, só um conjunto selecto de operadores é que vai ter uma rede com essa característica. Recordo-lhe que até a Infinera comercializa sistemas OOO (ou híbridos). O que está a acontecer é uma revolução digital no domínio da transmissão óptica. Isto é, agora são utilizadas técnicas DSP (digital signal processing) para corrigir muitos dos efeitos físicos (lineares e não lineares) que degradam a qualidade (a tal relação sinal-ruído) dos sinais.
Apesar desta experiência ter sido feita com 1Tb/s de taxa de transmissão, é expectável que os próximos sistemas comerciais (a emergirem nos próximos 2-3 anos) ofereçam 400Gb/s.
1TB ou 1Tb? A que diferença é substancial (8X).
Terabit
1 Terabyte = 1024 Gibabytes
1 Terabyte = 8192 Gibabits
1 Terabit = 128 Gigabytes
1 Terabit = 1024 Gibabits
1 Byte = 8 Bits (8 bits = 0000 0000 – it can be a 0 or a1 )
01001000011000010111000001110000011110010010000001100110011100100110100101100100011000010111100100100001
(http://www.roubaixinteractive.com/PlayGround/Binary_Conversion/Binary_To_Text.asp)