A exploração espacial do Homem atingiu o seu auge com a missão Apollo 11, há cinquenta anos. Foi um marco histórico para a Humanidade e desde então têm havido desenvolvimentos na tecnologia e equipamentos usados nas missões.
Apesar de não ter sido usado na missão Apollo 11, o Lunar Roving Vehicle usado noutras missões do programa Apollo foi um importante elemento na exploração lunar. Primorando pela simplicidade, este veículo trouxe muitas inovações para a época!
A exploração espacial foi crucial para o desenvolvimento tecnológico no século passado, especialmente potenciado pelas duas potências EUA e URSS. Muitas das tecnologias que usamos hoje derivam da inovação desta época cujo impacto se alastra desde a informática até à medicina.
Contudo, o mundo automóvel e da mobilidade também foi algo de inovações neste programa espacial. Nas missões Apollo 15, Apollo 16 e Apollo 17 foi usado o Lunar Roving Vehicle para ajudar na exploração da superfície da Lua. Este veículo, que se destaca pela simplicidade, foi extremamente inovador para a época e algumas dessas inovações apenas recentemente chegaram aos veículos comuns que encontramos no mercado!
O Lunar Roving Vehicle era simples mas inovador
Este astromóvel é bastante mais simples que os Rover atuais da NASA, como o futuro Rover da missão Mars 2020. Por outro lado, foi extremamente importante na exploração da superfície da Lua, na recolha de rochas e outros materiais.
O Lunar Roving Vehicle destacava-se pelos seus quatro motores elétricos, um em cada roda, que perfaziam a modéstia potência de 1 cv – 0,25 cv em cada roda – e que recorria a uma caixa de velocidades cicloidal com uma relação de 80:1 que permitia a este astromóvel atingir quase 13 km/h e uma autonomia de 90 km!
O chassis em alumínio estava exposto, não existindo carroçaria que o escondesse, e por isso o astromóvel era bastante leve! Pesava 210 kg na Terra e 36 kg na Lua. O chassis tinha bastantes particularidades, como a possibilidade de ser dobrado para não ocupar muito espaço no módulo lunar. Quando montado, o Lunar Roving Vehicle tinha cerca do mesmo tamanho de um Mini clássico.
Ao contrário dos carros que comummente conduzimos, o Rover não tinha volante e pedais. Ao invés disso, os astronautas recorriam a um joystick para controlar as quatro rodas direcionais deste veículo.
Para além disso, não foram usados pneus de borracha. O astromóvel recorria a pneus especiais feitos em malha de alumínio com placas de titânio para simular o piso do pneu de borracha.
Este veículo muito especial, desenvolvido pela NASA em colaboração com a Boeing e a General Motors, foi um elemento importante na exploração lunar dos anos 70. Com várias inovações para a época, tinha características que ainda hoje são novidade nos carros que conduzimos diariamente.
Naturalmente, o preço do Lunar Roving Vehicle era bastante alto. Foram desenvolvidos quatro – dos quais três foram para a Lua e lá continuam – com um custo de 32 milhões de Euros, na época! Ou seja, cada um custou cerca de 8 milhões de Euros.