Le Web: Evernote Market – a criação de uma marca
Por Virgínia Coutinho para o Pplware
Para os que procuram gerir melhor o seu tempo mas dispensam as agendas físicas, não há nenhuma aplicação melhor do que o Evernote. Se não conhece pode ver mais informações aqui. Se existem alguns que nunca ouviram falar do Evernote, neste momento com 2 milhões de utilizadores no Brasil e cerca de 300 mil em Portugal, pelo Pplware já se fala desta aplicação desde 2008. (artigo sobre Evernote 2.2)
Uma das melhores apresentações do Le Web Paris, recomendada aqui, foi a de Phil Libin, CEO do Evernote, um empreendedor, visionário, que tem por hábito partilhar, de forma transparente a estratégia e dados da empresa.
Phil pretende fazer do Evernote mais do que uma aplicação, uma startup que dure por 100 anos (está hoje no seu sexto ano de existência), uma marca forte que signifique “eficiência” e “confiança”. Esse objectivo tem-se traduzido na procura de novos mercados, produtos e serviços, o que levou à aposta “atrevida” de criarem um mercado (o Evernote Market), onde vendem produtos físicos.
O Evernote Market foi lançado em setembro de 2013, e foi o tema principal da apresentação de Phil. Nesse mercado, não disponível em Portugal, é possível comprar desde impressoras, malas e até meias desenhadas por designers da empresa e produzidos por diversos fornecedores espalhados por vários pontos do Mundo.
Os números deste novo produto são muito animadores. O Evernote Market demorou apenas 1 mês a atingir 1 milhão de dólares em vendas, enquanto o modelo freemium da aplicação demorou 16x mais tempo a atingir esse valor.
Essa meta foi atingida em 5 meses com o Evernote Business. Isto é, o primeiro produto demorou 16 meses a atingir um milhão, e devido à comunidade já criada, é cada vez mais fácil ser atingido esse valor com novos produtos. (De sublinhar que todos os lucros da empresa são directos, não havendo publicidade, por exemplo.)
A empresa cujo “objectivo de marketing não é convencer os utilizadores a comprar nada”, procura com isto reforçar a marca e criar forma de rentabilizar utilizadores da versão gratuita da aplicação. Para além disso acreditam que os compradores do Evernote Market se converterão em utilizadores da aplicação, o que tem acontecido!
Neste momento 11% dos compradores do Market são pessoas que não tinham subscrição na aplicação e que, com a compra de alguns dos produtos, muitos começaram a usá-la. Por outro lado, não é surpreendente que 89% dos compradores sejam já utilizadores Evernote. Desses 40% são subscritores da versão gratuita e 49% subscritores da versão paga (44% da versão premium e 5% do Evernote Business). O produto mais vendido, dos 13 disponíveis, é ScanSnap Evernote Edition, um scanner que resultou da parceria entre o Evernote e a Fujitsu.
Estes números são o reflexo de como o modelo da empresa, onde não existe uma pressão para os utilizadores da versão gratuita fazerem um upgrade para uma versão paga (“it is more importante that you stay than that you pay”) e onde acreditam que os consumidores de cada um dos produtos ajudarão a impulsionar as vendas dos outros, é válido e rentável.
Podem ver esta apresentação aqui:
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Ok.
Bom ano para todos.
O problema é que estas empresas costumam durar pouco, e lá ficam as notas perdidas…