O Mundo está a assistir a uma verdadeira “Guerra Fria” do século XXI entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos da América, onde os seus aliados Japão e Coreia do Sul, poderão ser os mais afetados se Kim Jong-un decidir abrir fogo.
A ameaça de ataques nucleares é real, as ameaças entre os dois países e os seus aliados começam a subir de tom e ainda não se sabe como é que tudo isto vai acabar.
Dois países liderados por dois excêntricos
Do lado da Coreia do Norte, num regime ditatorial, encontra-se Kim Jong-un, um jovem agora de 33 anos, que assumiu o cargo de líder supremo da Coreia do Norte sem qualquer experiência militar, após a morte do seu pai Kim Jong-il, quando tinha apenas 26 anos.
Dos Estados Unidos, Donald Trump que assume o cargo de Presidente dos Estados Unidos pelo Partido Republicano em janeiro deste ano, como o mais mediático candidato à Casa Branca de sempre, pelas suas ideias, pelas suas palavras ditas “da boca para fora” que tanto desconforto e controvérsia têm causado no mundo.
Estes são os dois homens que dão a cara e a voz a ameaças de ataques nucleares, principalmente, depois da Coreia do Norte ter dado início a mais uma nova série de testes nucleares este ano, numa provocação clara ao mundo.
Os testes nucleares: a origem da tensão?
Em fevereiro deste ano, o país do norte da Península da Coreia realizou um teste com um míssil de médio alcance (de 1000 a 3000 km), no mês seguinte mais quatro mísseis balísticos com alcance de 1000 km foram lançados para o lado do Japão. Resumindo, apesar de todas as sanções internacionais, já foram lançados 17 mísseis nos últimos 6 meses.
A cada teste norte-coreano surgem novas ameaças dos Estados Unidos e a situação parece estar cada vez mais tensa. “Fogo e fúria” foram as palavras utilizadas esta semana por Donald Trump como forma de aviso ao regime de Pyongyang caso as ameaças não parem.
Depois destas palavras Kim Jong-un afirmou que dentro de dias tinha um plano de ataque à colónia norte-americana da ilha de Guam, no Pacífico e hoje Donald Trump acordou novamente em fúria com uma mensagem no Twitter dirigida ao país: “As soluções militares estão posicionadas, prontas e carregadas”.
Military solutions are now fully in place,locked and loaded,should North Korea act unwisely. Hopefully Kim Jong Un will find another path!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 11 de agosto de 2017
E assim se vai desenrolando uma troca de palavras, de ameaças e o mundo a assistir…
Os aliados: Coreia do Sul, Japão… e a China
A Coreia do Norte tem ao seu lado apenas a China que já declarou que se vai manter neutra se a Coreia do Norte for a primeira a atacar, não querendo encorajar a proliferação nuclear nem a guerra na Coreia, mas que se o ataque partir dos Estados Unidos e Coreia do Sul que vai ficar ao lado de Kim Jong-un.
Por outro lado, e ao lado dos Estados Unidos, encontra-se a Coreia do Sul e o Japão que já estão a preparar as suas forças militares para um possível ataque. A Coreia do Sul já reforçou o patrulhamento militar na fronteira com o norte e o Japão já está a desenvolver planos de evacuação e proteção da população, estando mesmo a preparar meios de transporte para que tal aconteça.
Mas afinal, a ameaça norte-coreana é real?
As opiniões dividem-se. Não se sabe ao certo qual a capacidade de armamento do país. Um relatório revelado pelo Washington Post desta semana, refere que a Coreia do Norte já tem bombas nucleares para os seus mísseis, revelando que o programa nuclear do país possa ser bem mais avançado do que aquilo que se julgava.
Um antigo responsável da CIA declarou que o país tem entre 16 a 20 armas nucleares além das cercas de 10 mil peças de artilharia militar e de um milhão de homens, ainda que muitas destas armas sejam consideradas obsoletas datadas dos anos 50 e 60. Ainda assim, a ameaça para o Japão e para o sul da Coreia são reais e um desencadear da guerra poderá fazer milhares de vítimas principalmente nestes 3 países.
A verdade é que nenhum país quer verdadeiramente desencadear uma guerra no mundo, nem mesmo a Coreia do Norte, porque muito provavelmente este seria o fim de todo o regime ditatorial construído depois da Segunda Guerra Mundial.
Até onde poderiam ir os estragos de uma bomba nuclear?
Esta é uma questão que nos intriga e que, na verdade, nos amedronta tendo em consideração a história já conhecida. A bomba atómica que caiu em Hiroshima, no Japão, a 1945, provocou a morte de 66 mil pessoas e feriu outras 69 mil, extrapolando para os dias de hoje, se esta bomba caísse numa cidade metropolitana atual, como Londres, por exemplo, o número de mortos poderia ir para os 90 mil e os feridos para os 272 mil.
Estes valores são assustadores e revelam bem a dimensão que teria uma guerra nos dias de hoje.
Para conseguir ter uma ideia da dimensão dos estragos de uma arma nuclear existe um mapa, o NUKEMAP, desenvolvido por Alex Wellerstein do Sevens Institute of Technology, onde pode escolher a localização, o tipo de bomba e a forma como seria lançada, onde além da dimensão, ainda é possível analisar o tipo de estragos que provocaria.