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Europa podia poupar milhões de euros se antecipasse a eletrificação, diz Greenpeace

A Europa quer, o mais rápido possível, eletrificar a frota dos seus países. De acordo com um novo relatório, aquela poderia economizar até 635 mil milhões de euros, por ano, com o fim do motor de combustão.

Quem o diz é a organização não governamental ambiental Greenpeace, que defendeu o seu argumento através de uma previsão.


A organização não governamental ambiental Greenpeace publicou um relatório que analisa os efeitos da aceleração da eletrificação da frota da União Europeia (UE). Apesar de esta ter definido 2035 como horizonte temporal para a concretização do objetivo, a Greenpeace não o considera suficientemente ambicioso e, por isso, acredita que devia ser antecipado.

Para corroborar a sua perspetiva, a organização não governamental apresentou dados relativamente a reduções de emissões e poupança de energia, caso os prazos fossem acelerados.

Conforme recorda a Greenpeace, a UE quer reduzir as emissões de CO2 dos automóveis novos em 55 % até 2030, em comparação com 2021, e pretende conseguir uma redução de 100 % até 2035. Ou seja, considerando estes prazos, a mobilidade elétrica plena demorará quase 13 anos a ser concretizada.

 

Devia a Europa acelerar os seus planos de eletrificação?

Assim como a Greepeace, países como o Luxemburgo, Países Baixos, Dinamarca e Bélgica também consideram que a Europa devia adotar medidas mais urgentes, por forma a antecipar os objetivos.

Portanto, a organização não governamental lançou um estudo que analisa o impacto da antecipação dos prazos de proibição de vendas de carros com motor de combustão em três cenários: o atual, que tem 2035 como horizonte temporal; um segundo que estabelece 2030; e um mais ambicioso que pressupõe a eletrificação da oferta em 2028.

Reduções de combustível, emissões de CO2 e custo de energia, comparado à proposta da União Europeia que aponta para 2035. Fonte: Relatório “Driving Change” da Greenpeace

Greenpeace testa três planos

Conforme apresentado pela Greenpeace, caso a UE optasse pela segunda opção, o plano intermédio, e comparando com aquele para 2035, a Europa conseguiria reduzir a importação e o consumo de 390 milhões de toneladas de petróleo e combustíveis, por ano. Esta antecipação resultaria numa redução das emissões de dióxido de carbono em 1,2 gigatoneladas e numa poupança para os europeus, de 460 mil milhões de euros, por ano.

Por sua vez, se o objetivo fosse antecipado para 2028, poupar-se-iam 540 milhões de toneladas, por ano, de importações de combustíveis, e 1,7 gigatoneladas de emissões. Além disso, seriam poupados 635 mil milhões de euros, por ano.

Se a medida fosse realmente aplicada, a Alemanha seria o país que mais beneficiaria, seguido pela França e por Espanha.

Objetivo de valores de CO2 emitido pelos carros nos diferentes cenários. Fonte: Relatório “Driving Change” da Greenpeace

As poupanças estão relacionadas com a redução do consumo de combustível e não têm em conta o aumento dos rendimentos dos países motivado pela mudança que se registaria: produção de energia internamente e redução/supressão das importações. Além disso, a Greenpeace aponta para a poupança em cuidados médicos, pela diminuição da poluição, bem como para questões geopolíticas – diminuição da dependência relativamente a Estados não democráticos e desalinhados com a União Europeia.

Para a organização não governamental, “ecológica e economicamente, tudo fala a favor de dizer adeus aos motores a diesel e a gasolina mais rapidamente”.

 

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