Deputados europeus aprovam fim de roaming para Web
A Internet está a mudar o mundo e o mundo alinha-se à importância que hoje a Internet tem na vida das pessoas. Assim, os deputados europeus aprovaram hoje um pacote legislativo para o mercado de telecomunicações. Incluso neste pacote está uma regra para garantir a chamada neutralidade da Internet e que determina ainda o fim das tarifas de roaming antes de 2016.
Esta votação obteve um resultado adverso às pretensões dos operadores de telecomunicações. Estes ficam assim limitados à gestão das respectivas infra-estruturas de redes e privados nas resultantes fontes de receitas.
Segundo informação do jornal Público, o pacote legislativo, conhecido por “Continente Conectado”, inclui também medidas para harmonizar as regras de protecção dos consumidores e outras para uniformizar as regras de funcionamento do sector nos vários Estados-membros, de forma a incentivar estas empresas a operar em vários países. Foi aprovado por 534 votos a favor, 25 contra e 58 abstenções. A votação das medidas, descritas como favoráveis aos consumidores, acontece em vésperas de eleições europeias.
A ideia de regular a neutralidade na Internet tem sido atacada pela indústria das telecomunicações em todo o mundo e é tipicamente defendida por grupos de consumidores e empresas de conteúdos online.
Basicamente, a neutralidade é uma forma de funcionamento da rede que determina que todo o tráfego é tratado de forma igual, independentemente do tipo e origem. Isto impede um operador de abrandar ou bloquear serviços da concorrência, favorecendo os seus. Também não permite, por exemplo, que sejam tornados mais lentos os serviços de peer-to-peer (frequentemente usados para partilhas de ficheiros de grande dimensão e que ocupam muita largura de banda), nem degradar a qualidade de serviços como o Skype, cujas chamadas via Internet concorrem com os serviços dos próprios operadores, tal como acontece com os serviços de mensagens do Facebook, por exemplo.Na gíria do sector, estes são chamados serviços over the top, por funcionarem sobre a infraestrutura das empresas de telecomunicações.
"É isto que significa União Europeia - livrarmo-nos de barreiras, para tornar a vida mais fácil e menos cara", afirmou, em comunicado, a comissária europeia Neelie Kroes, responsável pela Agenda Digital e que tem sido uma acérrima promotora das medidas agora aprovadas.
O resultado da votação “é extremamente positivo para manter a Internet aberta e uma fonte de inovação", considera por seu lado Pedro Veiga, professor na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e ex-presidente da FCCN, a entidade que geria os endereços de Internet portugueses. "Impede que os grandes grupos económicos se apoderem da Internet”.
Já a Associação de Operadores Europeus de Redes de Telecomunicações (ETNO, na sigla em inglês) afirmou, em comunicado, que o Parlamento Europeu “deu um passo na direcção errada”, que acabará por “resultar numa Internet de qualidade inferior para todos”.
Os operadores argumentam que defendem uma Internet aberta, mas que a regulação vem limitar a possibilidade de criar novos serviços. “Estamos muito preocupados com as emendas [ao texto inicial] que obrigam a uma completa separação dos serviços especializados e que requerem que estas não tenham qualquer influência na capacidade que é disponibilizada para os outros serviços de Internet”. Entre os serviços especializados, a ETNO lista a telemedicina, a educação à distância e a televisão via Internet (normalmente conhecida por IPTV).
A proposta de legislação especifica que os fornecedores de Internet poderão oferecer “serviços especializados”, desde que isso não seja feito em detrimento da “disponibilização ou qualidade dos serviços de acesso à Internet” e assegura que os utilizadores poderão usar, e disponibilizar, quaisquer serviços e aplicações que queiram.
Há defensores da neutralidade que admitem que algum tráfego possa ter prioridade para assegurar a qualidade dos serviços, desde que isso não implique um pagamento adicional por parte de quem presta o serviço. Isto poderia acontecer, por exemplo, na transmissão de vídeos ou nas chamadas de voz, em que uma demora na transmissão de dados pode afectar a comunicação. Já os operadores pretendem cobrar a empresas responsáveis por uma grande quantidade de dados – como as que têm sites de transmissão de filmes e séries – para que estes circulem numa espécie de “via prioritária” da Internet. Os operadores argumentam que têm de rentabilizar o investimento que fizeram nas infraestruturas e que privá-los destas receitas significará um desinvestimento no sector.
De acordo com números compilados pela Comissão Europeia, as receitas do sector das telecomunicações sofreram uma queda ligeira nos últimos anos: 2,2% em 2011 e 1,1% em 2012. Mas a Comissão, que diz que as empresas foram lentas a seguir as mudanças no sector, estima que a quebra seja de 10% entre 2008 e 2016, ao contrário do que acontecerá com os mercados da América do Norte e da Ásia, onde a tendência é de crescimento.
Fonte: Público
Este artigo tem mais de um ano
tadinhas das operadoras…. oh oh oh
Ao menos ficamos todos a saber que 83 Eurodeputados são sócios de operadoras ou tem algo a ganhar com isso. Alguem pode colocar aqui a lista dos que votaram contra e se abstiveram?
muito muito bom.
Não estão incluídas as tarifas roaming de SMS e chamadas móveis?
Ou seja, o traffic shapping vai deixar de existir e vai ser mais complicado manter a QoS dos acessos…
Não devia ser tão obtuso isto.
Podes na mesma fazer QoS em redes internas.
Não faz sentido fazer QoS pela rede externa.
Como não faz sentido?
Se o tráfego de um determinado tipo consumir muita largura de banda vai haver deterioração do serviço.
Não se eles te derem o que tu pagas.
Se o sistema deles, divide a minha net com a dos vizinhos, eu não tenho nada a ver com isso.
“deterioração do serviço.” O QoS é para ser feito na rede local e não pela internet. Se um ISP der 90% de prioridade ao HTTP e menos 90% ao BitTorrent como é? Imaginas que usas muito mais tráfego BitTorrent ou outro e em vez de teres os 100mbps (imaginando) e tens 10? Como é?
Não faz nenhum sentido isso do QoS pela internet fora. Só mesmo em redes locais é que faz, para que imaginando numa empresa qqr, dar prioridade a VoIP (video conferencias exemplo), e transferências bancarias. O que deve ficar com menos prioridade aí sim é o HTTP e os restantes.
Se o ISP fizesse QoS como lhe bem apetece, então estavam-te a impor coisas que não queres. Pelo menos para mim não queria. Quero usar a minha linha até ao ISP tal como está descrito no IETF. 100Mbps/8Mbps é o meu contrato, recebo ~130Mbps/8Mbps em todos os protocolos.
Se os ISP’s fizessem todos QoS, era muito lucrativo para eles, porque assim poupavam muito muito mais tráfego.
Eu não preciso também de dar explicações por isso, cada um com a sua opinião. Agora, o que é mais ético é mesmo ser neutra. A Internet é quase já um domínio publico. Estar a dar direitos a protocolos diferentes é o mesmo que restringir raças de certos direitos na sociedade (isto uma comparação com a vida real).
QoS – Quality of Service, nada tem a ver com retirar largura de banda, mas sim geri-la eficientemente e ao contrário do que dizem, faz sentido na Internet e não nas intranets. De outro modo não seria possível o VoIP pela Internet fora… Serviço diferenciado para serviços diferenciados. VoIP é um serviço muito sensível à latência e ao jitter e sim, tem que ter prioridade sobre outros protocols. FTP/P2P e afins são serviços dependentes de largura de banda e não de latência, logo deverão ser classificados e tratados em Best Effort. Também sou da opinião dos operadores, esta medida vai piorar a qualidade do serviço disponibilizado… em média, 5% dos utilizadores são responsáveis por 80% da largura de banda ocupada… tudo dito!
Ah?? Uma transmissão em 1080p nunca irá passar dos 13Mbps, sabes quanto é que sãos os links dos peers que portugal tem para o exterior? a PT tem não chega a ter 50% de bandwidth nacional ocupada (fonte: cprm), imagina o resto das empresas como a reallife que fazem a gestao e routing da ZON por exemplo, e os POP (point of presence) etc… Nós cá temos nacionalmente links de 100Gbps agregado, por isso a bandwidth não falta.
As operadoras querem é abusar do cliente, porque é o mais rentável. Deviam era servir bem os clientes e não impor regras em que não deviam impor. Cada um quer usar a sua conexão à internet do modo que lhe apetecer (eticamente). Falo por mim. Não quero QoS. Só na rede local para que quando estiver no Skype por exemplo não tenha quebras enquanto está gente a fazer download de alguma coisa (exemplo).
Além disso, não falei em “retirar bandwidth”, mas sim se eu estiver a usar a rede ao máximo, quem sofre mais é quem usa os protocolos menos prioritários.
(ativar legenda no botão ao lado da engrenagem)
https://www.youtube.com/watch?v=6pGbNQZlY8s&feature=share
Agora só falta o roaming nas chamadas.
AS operadoras já engordaram muito.
Vitória! 😀
De uma maneira ou de outra as operadoras irão buscas na mesma o dinheiro. As empresas existem para ganhar dinheiro
Errado, as empresas existem para servir bem as pessoas, e derivado a isso é que devem ganhar dinheiro suficiente para pagar os trabalhadores e permitir os investimentos necessários à manutenção/ melhoria necessárias… e tudo isto sem andar cobrar mais que o justo valor (aquele que basicamente não permite que as empresas tenham lucros obscenos).
Fico feliz por isto, especialmente tendo em conta, que neste momento não há uma unica operadora em Portugal que não abuse de TS.
A unica operadora que não tinha TS (Clix) foi comprada pela a ZON.
Quererá dizer que posso utilizar o meu plano de internet da MEO fora de Portugal sem pagar mais por isso?
até 2016 creio eu. Até que a lei entre mesmo em vigor.
http://raising-reagan.com/wp-content/uploads/2013/03/stewie.jpeg
http://4.bp.blogspot.com/_lFUZWQWMmCc/TFB-DPMlIRI/AAAAAAAAABs/mzJiY5Nv7dw/s1600/mr+burns.jpg
Estas cadeira e mini-saia, não me parece que sejam compatíveis.
Legislar é fácil.
Difícil é fazer cumprir… Aí é que é o problema.
De boas intenções está o inferno cheio!!!
Nada como detectar as manhosices de um operador e levá-lo ao tribunal europeu. Agora o problema está: Se um País-membro legislar a favor da operadoras sobrepondo-se á norma europeia, a soberania nacional ganha.
negativo. o direito internacional tem primazia em relação ao direito nacional (com excepção da constituição, claro).
Tenho suspeitas que a lei foi à última da hora crivada de buracos pelos lobbies para ter efeito quase nulo.
Tenho uma análise feita antes da votação em:
http://lasers-na-selva.blogspot.pt/2014/03/a-tua-liberdade-online-esta-ser_11.html
Aliás o parlamento europeu é especialista em criar leis aparentemente boas mas crivadas de buracos para os lobbies depois, actuando sobre a comissão europeia – não eleita – , dar a volta a favor de quem lhes paga.
Exemplo: lei contra as patentes de software versus european pattent office.
agora é que vai ser falar, espanha frança e tudo!!!!
Ora bem, pelo que percebi, o sujeito que envia e-mails com meros 400 kbytes é tratado com a mesma prioridade que um sujeito que faz download de ficheiros com mais de 780 mbytes.
Qual é o pior que pode acontecer?
Exactamente. Tudo o que tem saído das cabecinhas da UE só nos tem dificultado a vida. Enfim, continuam a acreditar neles.
não deves perceber de redes. mesmo nada.
Não sei se sabes, mas o tráfego é segmentado…. 400Kb é num piscar de olhos. E qual é a diferença no email chegar 1 ou 3 segundos depois? ou mais rápido? é indiferente.
Como eu digo, o QoS para mim só é feito na rede local. Este tipo de restrições devem ser feitas pelo gestor de redes dependendo das necessidades dos trabalhadores.
nem vou dizer muito sobre o assunto.
“Nem vou dizer muito sobre o assunto” Nem deves, pois parece-me que quem não percebe de redes és tu… QoS na rede interna e não na Internet… enfim, tens o Google e muita informãção disponível sobre o assunto, podes usá-lo para aprenderes.