Bactéria prodigiosa converte energia solar em combustível líquido
Vivemos numa era de mudança, cenário que muitos combateram durante décadas: a chegada das energias alternativas. Há inúmeros relatos de projectos que foram propositadamente mantidos na gaveta porque não interessavam ao poderoso negócio do petróleo, invenções compradas pelos senhores do ouro negro e destruídas para que nuca vissem a luz do dia.
Hoje está marcha uma mudança desta realidade que não pode ser parada! A energia eólica, a energia solar e outros tipos de energia limpa estão já a povoar as nossas casas, os nossos hábitos e mesmo já fazem parte dos automóveis que circulam nas estradas. Mas há mais, há já quem estude e aplique uma bactéria prodigiosa que converte energia solar em combustível líquido.
Conhecemos já várias energias que podem ser alternativa aos chamados combustíveis fósseis, que além de poluentes são também finitos e por isso se prepara já a sua substituição. Um dos problemas com que o mundo se depara, no que toca às energias renováveis é o seu armazenamento. Onde se guarda a energia captada pelas células fotovoltaicas? E a energia que o vento gerou? As baterias não são uma solução de larga escala e por isso é que apareceu agora o que poderá ser a solução.
A era da revolução energética
O cientista americano Daniel Nocera, da Universidade de Harvard nos Estados Unidos, conseguiu modificar geneticamente as bactérias para produzir um combustível líquido a partir de energia solar. Esta descoberta, que já vem sendo trabalhada há anos, poderá permitir que o combustível gerado a partir de energias limpas possa ser armazenado de forma permanente.
Além disso, a exploração comercial de larga escala aumenta a vantagem deste tipo de energia. Podemos estar a falar na maior descoberta para combater as mudanças climáticas na história. Claro que aqui há também o lado mais económico que poderá ser um grande entrave no presente. Se este tipo de combustível se tornar numa revolução energética, poderá acabar de forma prematura com os combustíveis fósseis. Mas como irá reagir a economia mundial?
Bactérias que produzem combustível líquido
O processo de fotossíntese na folha artificial com as bactérias modificadas geneticamente fazem com que se produza biomassa quando a luz solar se cruza com a água e o dióxido de carbono. A bactéria prodigiosa Ralstonia eutropha produz directamente combustível líquido, sem passar pelo processo de biomassa. É capaz de dividir a água entre o oxigénio e o hidrogénio. Assim, absorve o hidrogénio para o combinar com o dióxido de carbono e produz isopropanol (álcool parecido com o etanol).
Estará próxima a sua utilização no quotidiano?
A questão da vida das bactérias também foi acautelada, podem estas viver mais e produzir mais combustível, o que inicialmente poderia ser um problema. Embora seja um projecto fabuloso do ponto de vista do futuro energético do mundo, ainda está longe de ser uma realidade ao virar da esquina.
Daniel Nocera foi nomeado em 2009 pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. É um dos mais importantes investigadores sobre questões relacionadas com a fotossíntese e energia solar.
Este artigo tem mais de um ano
Portanto, produz-se isopropanol usando água, CO2 e luz solar, sendo que a sua queima gera energia (sob fárias formas), água e CO2. Uma solução elegante. Acredito que aplicado em biorreactores de larga escala era exequível.
“Além disso, a exploração comercial de larga escala aumenta a vantagem deste tipo de energia. Podemos estar a falar na maior descoberta para combater as mudanças climáticas na história.”
Dito como quem não faz a mínima ideia do que está a falar. As bactérias em questão geram isopropanol, a sua queima para gerar energia gera dióxido de carbono e vapor de água, os dois maiores gases de estufa.
Depois ainda há o perigo de nós não fazermos a mínima ideia qual o impacto que estas bactérias podem ter no ecossistema se forem acidentalmente libertas no meio ambiente.
Vlad, quem não sabe és mesmo tu. Mesmo que a sua queima (combustão) gere gases, estes serão menos poluentes que os combustíveis fósseis e mais, o facto de ser uma exploração menos invasiva, no que toca aos recursos energéticos do planeta, os danos colaterais também nesse ponto, em termos ambientais, são muito menores.
Portanto, para além do tipo de extração/produção, para além do poder de armazenamento que também gera muito menos poluição, há o factor preço, transporte, etc… que é tudo menos danoso (muito menos) que os actuais combustíveis fósseis.
Se pensasses, aposto que não dirias essas coisas 😉
mesmo k seja um processo poluente, os poluentes sao gerados num so local e por isso sao mais facilmente colecionados e posteriormente reciclados ou reutilizados
energia renovável, uma das definições de energia renovável depende do tempo de regeneração da mesma. A queima de biomassa liberta CO2 mas o mesmo foi “capturado” pelas plantas quando crescem, e isto em menos de um ciclo de vida. estas bactérias vão estar a capturar CO2 que depois vai ser libertado na queima do isopropanol.
À alguns anos vi um documentar sobre esta investigação. a Ideia era associar estas bacterias aos gases que são libertados por muitas fabricas, assim reduzia a quantidade de CO2 libertado, o problema é o tamanho necessário para a instalação.
Claro que não vai ser uma solução de amanha, ( e o facto que ser uma bactéria geneticamente modificada pode não ter consenso ) mas é com “pequenos” passos que nos movemos para um futuro diferente.
Existem alternativas não poluentes sem termos que ir para alternativas menos poluentes que a que temos agora. Existem outros tipos de baterias que estão agora em desenvolvimento cuja capacidade de armazenação é largamente superior à que possuímos hoje sendo bem mais pequenas.
Vapor de água é um do maiores gases de efeito estufa?
Tinha a ideia que a formação de nuvens de vapor de água era um dos mecanismos atmosféricos naturais mais eficazes para reflectir radiação solar que chega à Terra, reduzindo o aquecimento. Tinha também a ideia que a quantidade de vapor de água gerada à escala global por fenómenos naturais era imensamente maior que qualquer efeito da actividade humana. Por isso não percebo donde é que veio essa afirmação!
Quanto à queima do isopropanol gerar dióxido de carbono, o que pareces estar a ignorar é que a produção/síntese do isopropanol pode servir para fixar CO2, tudo depende de como o processo for montado, existindo o potencial para teoricamente ser carbono neutro.
A afirmação que o vapor de água é um dos maiores gases de efeito estufa está correta, vapor de água constitui mais ou menos 36-70% dos gases com efeito estufa na atmosfera, enquanto que o CO2 é o segundo com 9-26 %, a questão está nos ciclos de cada um, enquanto o vapor de água tem um ciclo rápido, (+- 14 dias, condensação, nuvens, precipitação, rios, oceanos, evaporação e recomeça), e apesar de atividade humana gerar libertação de vapor de água ele é rapidamente absorvido pelo ciclo natural.
O ciclo do CO2 por outro lado é mais “lento” o CO2 persiste mais tempo na atmosfera e o que os humanos libertam pela queima de combustíveis fosseis não consegue ser totalmente absorvido pelo seu ciclo natural, gerando uma acumulação crescente dos nos níveis de CO2 da atmosfera que cria o aquecimento global, inclusive o aumento de outros gase de efeito estufa, incluindo vapor de água e metano.
É importante referir que algum CO2 na atmosfera tb é bom, se não a terra seria uma bola de gelo (como já foi no passado), o problema agora é que a queima de combustível fóssil está acelerar o quacimento global para níveis perigosos para nós.
Posso não me ter usado as melhores palavras, mas o meu questionamento é com levantarem problemas com o vapor de água quando o efeito do homem será sempre minúsculo na escala global (evaporação natural da água no planeta é muito maior do que qualquer coisa que o homem faz) e quando o vapor de água ao formar nuvens também contribui para para reflectir radiação vinda do sol!
É verdade que por intervenção directa geramos pouco vapor de água. Mas quando geramos dióxido de carbono, o pequeno aumento de temperatura gerado por este traduz-se num aumento de vapor de água na atmosfera, que por sua vez aumenta mais a temperatura e o ciclo repete-se. O aumento da temperatura também faz com que as cotas polares derretam um pouco, e enquanto o gelo reflecte grande parte da energia que recebe o mesmo já não se diz da água liquida que absorve bem mais do que a irradia.
Em relação às nuvens depende muito da nuvem. Todas as nuvens reflectem parte da energia que recebem do Sol, mas também “prendem” parte da energia irradiada pelo nosso planeta. Nas nuvens de alta altitude a segunda premissa é a dominante fazendo com que estas contribuam para o aquecimento do planeta, enquanto que as de baixa altitude, contribuem para o arrefecimento.
Sim o vapor de água gás presente na atmosfera que mais contribui para o efeito de estufa. Aconselho que leias um pouco sobre a matéria antes de dizeres asneiras.
O processo de gerar o isopropanol consome dióxido de carbono, mas segundo o próprio estudo, não o suficiente para o tornar neutro.
Pelo que percebi o processo pode até gerar dióxido de carbono na combustão, mas este é retirado da atmosfera para a geração do isopropanol. Logo o CO2 gerado na combustão é no máximo equivalente ao retirado da atmosfera, uma vez que nenhum dos dois outros componentes (i.e. oxigénio e hidrogénio) possuem carbono.
Esta solução é extremamente engenhosa, temo é pela segurança do investigador, pois mexer com a indústria petrolífera é perigoso…
Correcto.
Excelente notícia.
Este post mostra como andamos com as prioridades trocadas, se o título fosse “Apple converte energia solar em combustível líquido”, haveria aqui uns 500 comentários.
Isso mostra que a Apple mexe com as pessoas e pelos visto o Mauro sabe disso. Agora, há muito mais mundo para lá da Apple 😉
Melhor comentário de sempre. Big Up
TOP 🙂